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Veleiros movidos a vento oferecem café verde com emissões de carbono próximas a zero

POR EQUIPE CAFÉPOINT

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 28/06/2022

5 MIN DE LEITURA

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Um número crescente de empresas está se voltando para veleiros movidos a vento para fornecer transporte descarbonizado – e café verde. Em dezembro passado, a escuna de dois mastros Avontuur carregou 22 toneladas de café colombiano cultivado organicamente no porto de Santa Marta. Com uma tripulação de 16 pessoas, atravessou o Atlântico ao longo de dois meses para chegar ao porto de Bordeaux.

A viagem à vela economizou mais de três toneladas de CO2, de acordo com a torrefação belga Javry, que adquiriu o pedido no mês passado. Agora, a Javry é uma entre um número crescente de torrefadores que oferecem café sem carbono a seus clientes.

“Quando decidimos embarcar na aventura do café importado à vela, nem olhamos o preço. A ecologia faz parte do DNA da nossa empresa. Quando tivemos a oportunidade de ter um transporte descarbonizado, não hesitamos”, disse Pierre-Yves Orban, cofundador e CTO da Javry. 

A torrefação importa atualmente cerca de 50 toneladas de café por ano e espera que esse número chegue a mais de 100 toneladas até 2025. Orban disse que o objetivo é importar pelo menos 50 toneladas de café por veleiro até 2025. De acordo com ele, o objetivo é mostrar que o transporte alternativo existe e pode funcionar. “Queremos aumentar a conscientização entre os consumidores finais, mas também entre outras marcas e fabricantes que possam seguir o exemplo”, explicou.

A empresa francesa de transporte marítimo de cargas, TransOceanic Wind Transport (TOWT), foi a responsável pelo afretamento do embarque do café verde da Javry, junto com outras quatro torrefações que concordaram em comprar as 22 toneladas de grãos de comércio justo colombianos.

Fundada em 2011, a missão da TOWT é descarbonizar a indústria naval, restaurando o transporte de mercadorias à vela. O objetivo é desenvolver veleiros de carga para se tornarem tão competitivos quanto o frete tradicional movido a combustível. “Queremos mostrar que o transporte ecológico a vela pode ser confiável e economicamente viável”, disse Yael Soubeyran, Diretor de Desenvolvimento e Relações Públicas da TOWT.

Por enquanto, a TOWT transporta com 17 sondas antigas diferentes, incluindo a Avontuur, uma embarcação comercial holandesa de 100 anos equipada com painéis solares e turbinas eólicas, com capacidade para 114 toneladas.

A empresa espera que seus futuros navios de carga à vela reduzam as emissões de CO2 em mais de 90% nas rotas transatlânticas padrão, em comparação com a mesma jornada para o mesmo volume de carga no setor convencional de propulsão térmica.

Até agora, a TOWT gerou mais de € 1 milhão (US$ 1,05 milhão) de receita. Até 2025, garante que 9.600 toneladas de CO2 serão economizadas anualmente de e para o porto de Le Havre, enquanto 72 mil toneladas por ano de mercadorias serão transferidas para o transporte de baixo carbono.

Soubeyran disse que a TOWT se beneficia de € 150 milhões (US$ 158 milhões) de negócios pretendidos vinculados a várias grandes marcas francesas. Uma delas, a Belco, é uma importadora de café sustentável que atende cerca de mil torrefações em toda a Europa, como a Javry.

Usando um veleiro, uma viagem de 5.225 milhas náuticas do Brasil até o porto de Le Havre, transportando os grãos de café da Belco, levaria 21 dias e teria uma pegada de carbono próxima de zero. Enquanto isso, um contêiner de transporte tradicional teria emitido cerca de duas toneladas de carbono.

A Belco recebeu feedback positivo suficiente a ponto de agora planejar importar cerca de 4 mil toneladas – cerca de metade do total de grãos de café – por via marítima até 2025. Mas, para isso, eles precisarão de um barco maior, e a TOWT pretende entregar exatamente isso. Até o verão de 2023, a TOWT planeja lançar a primeira frota própria de navios de carga, com capacidade para até 1.100 toneladas. Mais quatro seguirão até 2026.

Pela primeira vez no setor, a empresa de transporte marítimo também usa um selo chamado ANEMOS: um certificado que garante aos clientes um trânsito descarbonizado de seus produtos. É fornecido um QR Code que inclui um relatório de descarbonização, testemunhos da tripulação e escalas na viagem. Até agora, a empresa já vendeu mais de 1 milhão de produtos rotulados ANEMOS.

Do outro lado do Atlântico, a agência de logística SAILCARGO, com sede na Costa Rica, planeja construir seu próprio navio sustentável emblemático até 2023. Chamado de Ceiba, é considerado o maior cargueiro limpo oceânico do mundo, construído com madeira regenerativa que pode transportar 250 toneladas.

Um dos parceiros da SAILCARGO é a torrefadora canadense Café William, que investiu na Ceiba para transportar grãos de café da América do Sul para sua torrefação em Sherbrooke, Quebec. “Queremos deixar um legado, fazer algo maior do que nós. Decidimos que o envio de café de uma forma mais ecológica era um objetivo que valia a pena”, disse Jean-Philippe Marcoux, diretor de marketing do Café William.

Maior torrefadora de propriedade canadense focada na produção de cafés orgânicos e de comércio justo para o mercado de varejo, a Café William se vê na vanguarda de repensar o futuro da produção de café.

Marcoux mencionou que o transporte marítimo livre de emissões é apenas uma peça do quebra-cabeça do café verde. A empresa investiu mais de US$ 10 milhões em uma nova torrefação ecologicamente correta e também pretende comprar caminhões elétricos, tudo em um esforço para fornecer café verde em todas as etapas da cadeia de suprimentos.

Consumo consciente

Embora o volume de embarcações em oferta permaneça limitado, o crescente interesse em alternativas neutras em carbono aos navios-tanque e aviões tradicionais movidos a combustível fóssil provavelmente levará as empresas do setor a considerar novas práticas de cadeia de suprimentos e empreendimentos marítimos. Além de reduzir a pegada de carbono, muitos no setor estão procurando encurtar a cadeia de suprimentos para permitir mais transparência para os clientes e preços mais justos.

Para Soubeyran, embora os preços sejam um desafio no momento, eles mudarão à medida que a indústria evoluir. Para Javry, a vela custa quase 20 vezes mais do que o transporte tradicional. Para manter o café acessível, Orban disse que a torrefação reduz sua margem e assume parte do custo extra. “No final das contas, o pacote custa ao consumidor apenas alguns euros a mais do que normalmente custaria”, disse.

As informações são do TRT World / Tradução Juliana Santin

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