“Pensava-se que a mudança climática ia afetar pouco a pouco, mas estão sendo reportados choques que são produto das transformações drásticas e caóticas, como muito pouca ou excessiva chuva”, explicou o pesquisador do Centro Internacional para Biociência na Agricultura (CABI, da sigla em inglês), Peter Baker.
Segundo ele, os fungos da ferrugem, o olho de galo e a praga da broca, um inseto que coloniza os frutos durante sua etapa de maturação, poderiam voltar a se converter em uma ameaça para os cafeicultores do mundo.
O pesquisador garantiu que o aumento nessas pragas e doenças, que poderiam se apresentar em questão de meses ou ano, deve-se à variabilidade na temperatura e falta de dinheiro para monitorar e adiantar pesquisas sobre o tema. “O produtor não está recebendo uma boa recompensa por todo o trabalho e isso faz com que não possa destinar recursos para mitigar o impacto da mudança climática”.
Baker disse que os cafeicultores contam com poucas ferramentas para enfrentar a mudança climática e que países da África e da América Latina são os mais afetados por esse problema, exacerbado pelo desmatamento.
No continente africano, especialmente no leste, as frequentes secas afetam os cultivos de café; enquanto que na América Latina, as inundações e as chuvas são as causas dos danos nas plantações.
“Há muito discurso, projetos e avaliações, mas, a nível global, tem-se feito pouco. Além disso, há uma dificuldade para que a ciência corrobore os dados sobre esse tema”.
Ele sugere a coleta de água de chuva, o uso estratégico das sombras para o cuidado das plantas e a proteção do solo, entre outras coisas, como medidas para mitigar o impacto das mudanças climáticas.
A reportagem é da agência EFE/ Tradução por Juliana Santin