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Seu cafezinho pode vir de plantas do seu próprio quintal, jardim ou chácara

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

FOLHA PROCAFÉ

EM 13/06/2023

4 MIN DE LEITURA

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Plantas de café podem ser cultivadas no jardim ou quintal das casas ou em chácaras, mesmo no meio urbano, produzindo frutos que vão servir para o preparo de um bom cafezinho. 

Os cafeeiros da espécie Coffea arabica são plantas arbustivas que, quando adultas, atingem a altura de cerca de 3 a 5 metros, dependendo da variedade. Elas possuem um formato cilíndrico e têm, normalmente, de 1 a 2 metros de diâmetro de copa, também variando conforme a variedade. As folhas têm cor verde escura e permanecem nas plantas o ano todo. Algumas caem, mas outras novas crescem. Tudo isso foi colocado para mostrar que as características vegetativas das plantas de café são semelhantes a outras plantas ornamentais plantadas em jardins, quintais e chácaras. 

O cafeeiro, além da beleza da planta, agrega, em relação a outros arbustos, vantagens adicionais como: dão uma florada abundante e perfumada, além de produzir frutos, que quando secos e preparados, resultam no prazer da sua bebida - e com mais satisfação, por estar sendo provado um café de produção própria. 

Algumas pessoas têm plantado cafeeiros nos jardins ou quintais de suas casas ou em pequenas chácaras. Temos recebido consultas sobre como conduzir as plantas, vindas de diferentes regiões, e temos verificado que, no geral, elas se desenvolvem bem e ficam carregadas de frutos - para a nossa surpresa, pois, em muitos casos, trata-se de plantios em áreas consideradas climaticamente inaptas. Dois bons exemplos disso, em condições extremas de muito calor e frio, são aqui citados. O primeiro é referente a cafeeiros plantados na calçada, junto à rua, na cidade do Rio de Janeiro (figura 1). Eles ocupam o local destinado a outras árvores de sombra. Ao longo do tempo que acompanhamos, temos visto o seu crescimento normal e, todo ano, os cafeeiros ficam carregados de frutos. O segundo mostra o caso de cafeeiros cultivados em quintal de casa de chácara em Pelotas, no Rio Grande do Sul, em condições muito frias e, também, produzem normalmente (figura 2). Um exemplo, agora em região de clima adequado ao cafeeiro arábica, pode ser visto na figura 3, com cultivo de várias plantas de café em quintal em Franca (SP), a cerca de 1.000 m de altitude. Na figura 4, um cafeeiro que vem sendo cultivado em vaso, em Curitiba (PR), região muito fria. 

As observações efetuadas indicam que os cafeeiros plantados em pequena escala, para consumo próprio, se adaptam a diferentes condições climáticas, sendo importantes para amenizar efeitos de calor e frio (geada): 1) as molhações frequentes, facilitadas por se tratarem de poucas plantas; 2) a proteção pelas casas ou outras árvores próximas, que atenuam as temperaturas pela sombra e ajudam a acumular calor durante o dia nos locais frios; 3) a movimentação do ar nas ruas, pelos veículos, que mistura as camadas de ar frio e mais quentes, evitando queima por geada. Outra coisa, no aspecto fitossanitário, temos observado que, pelo efeito de falta de pressão de inóculo de doenças ou pragas, essas plantas de café ficam praticamente livres desses problemas. Tem sido comum, apenas, a ocorrência de cochonilhas. 

Agora as recomendações para os que já cultivam ou desejam passar a cultivar cafeeiros em pequenas quantidades para atender à satisfação de provar do seu próprio café: 1) Plantar variedades com bom vigor e boa produtividade, e, se possível, também resistentes, como, por exemplo, a arara, e, para aqueles que desejarem plantas mais altas, a araraçu; 2) Sempre que possível, especialmente em zonas muito quentes ou muito frias, plantar em locais sombreados; 3) Manter um bom sistema para molhar as plantas, quando necessário; 4) Colher os frutos quando maduros e secá-los em camada fina sobre pátios ou lonas. A Fundação Procafé dispõe de mudas de café de boa qualidade para os que precisarem.

Para o preparo do café, depois dos frutos secos, existem equipamentos próprios para uso em pequena escala. Tem-se a máquina, de operação manual, para descascar os frutos secos e obter os grãos, os quais podem ser torrados em pequeno torrador rotativo, sendo que a torra também é possível em panelas sobre chama de gás, em fogão de cozinha, cuidando para mexer constantemente. A torra se completa em cerca de 20 minutos. Também existe moinho de operação manual e, em último caso, mesmo o liquidificador pode fazer a moagem dos grãos torrados. Esses equipamentos são facilmente encontrados no mercado e os principais podem ser observados na figura 5. Assim, só resta desejar sucesso no cultivo de cafeeiros e no preparo de um bom cafezinho.


Figura 1- Cafeeiro plantado em buraco na calçada em rua no Bairro Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro, com altitude de 6 metros, temperatura média anual de 24,5ºC. Em detalhe, pode-se ver a boa frutificação, com frutos maduros já em março


Figura 2 - Dois cafeeiros plantados no quintal de casa em uma chácara em Pelotas, no Rio Grande do Sul, a 7 metros de altitude, com temperatura média anual de 18,6º C. Pode-se ver o detalhe de alguns ramos, com frutificação normal


Figura 3 - Cafeeiros no quintal da casa da mãe do colega Marcelo Jordão, na cidade de Franca (SP), e detalhe da boa frutificação. Variedade Arara. Produz bem até no asfalto


Figura 4 - Planta de café cultivada em vaso, crescendo bem, em Curitiba (PR)


 

Figura 5 - Equipamentos de pequeno porte para descascar os frutos de café depois de secos (esq.), para torrar (centro) e moer os grãos (dir.)

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ANTONIO CARLOS SILVA

BOA ESPERANÇA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 14/06/2023

Meu sobrinho que mora em Bérgamo, na Itália, quer plantar 3000 pés de café na região e veio até Boa Esperança para se inteirar da plantação. Ele também afirmou que tem um amigo na Noruega que tem uma pequena lavoura de café, cerca de 500+/-, e que produz relativamente bem, levando-se em conta o clima por lá. Fiz uma pesquisa sobre o local e vejam só: Bérgamo, segundo a classificação climática de Köppen, possui clima tipicamente temperado de médias latitudes (Cfa), chuvoso ou frequentemente úmido em todas as estações do ano e com verões muito quentes. A proximidade dos montes, entretanto, evita os fenômenos da neblina invernal persistente e da afa que caracterizam a vizinha Milão.

As precipitações concentram-se nos períodos compreendidos entre março e maio, com um leve decréscimo nos meses de verão, e um recrudescimento no período entre outubro e novembro.

O inverno estende-se, geralmente, de novembro ao final de março, e é caracterizado por um nível pluviométrico muito baixo para os padrões italianos. Com base na média de referência 1961-1990, a temperatura média do mês mais frio, que é janeiro, é de 1,5 °C, e do mês mais quente, que é julho, é de 22,4 °C. Será que a lavoura de café do meu sobrinho produzirá ?

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