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ESPAÇO ABERTO

EM 13/06/2023

7 MIN DE LEITURA

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Por Marcelo Fraga Moreira*

Incrível, parece coincidência, mas sempre que tem algum feriado prolongado no Brasil alguma coisa acontece! Enquanto muitos traders/produtores brasileiros estavam viajando, na praia, na piscina, o mercado pegou muita gente de surpresa! “Mercado de clima + vencimento de opções” deixou muita gente “feliz” e alguns “vendidos” sangrando muito!

A semana começou com alta de +225 pontos (com o Set-23 negociando na máxima do dia @ 180,60 centavos de dólar por libra-peso) e o mercado assimilando novos dados da Organização Internacional do Café (OIC) projetando um déficit na safra 22/23 em -7,30 milhões de sacas (produção estimada em +171,30 milhões de sacas e consumo em +178,50 milhões de sacas – minha estimativa para a safra 23/24 é para um novo déficit global entre -8,50/-10,00 milhões de sacas).

Junto com os dados da OIC, o mercado começou a analisar os boletins meteorológicos sinalizando a expectativa para uma frente fria atingindo as regiões produtoras de café entre os próximos dias 16 a 20 de junho! Outra para julho e uma terceira probabilidade para meados de agosto. Junto com essa notícia, o famoso “El-Nino” entrou em cena e já começou a “fazer preço”. Nova onda de calor prevista para o segundo semestre poderá prejudicar a próxima safra 23/24 do Brasil, América Central, Vietnã e Indonésia. Ou seja, todos os principais produtores de café no planeta!

Na terça-feira, o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) finalmente publicou a sua estimativa para a safra brasileira 23/24, em incríveis +66,40 milhões de sacas (+44,70 milhões de sacas do café tipo arábica e +21,70 milhões de sacas do café tipo robusta). Uma safra “apenas” +21,30% acima da previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que estima em +54,74 milhões de sacas, sendo +37,93 milhões de sacas do café tipo arábica e apenas +16,81 milhões de sacas do café tipo robusta!

A previsão do USDA está em linha com outras 17 principais corretoras/bancos que acompanhamos. Dentre as 18 previsões, apenas 5 estão prevendo uma safra inferior a +56 milhões de sacas (incluindo aqui a própria Conab e IBGE). E a média entre as outras 13 previsões está em +65,79 milhões de sacas! Será que vamos ter novas atualizações em breve? A grande diferença está nas estimativas do café tipo robusta! Pelas informações recebidas de vários produtores e técnicos/engenheiros agrônomos, dificilmente a produção nacional para o café tipo robusta será >= @ +18,00 milhões de sacas! A média das 13 previsões mais otimistas está estimando uma safra para o café tipo robusta em +22,30 milhões de sacas!

O USDA, com base nos seus números, está estimando uma exportação brasileira para a safra 23/24 em +45,35 milhões de sacas! TRUCO!

Relembrando: ano passado, o USDA estimou a safra brasileira em +62,60 milhões de sacas, enquanto a Conab estimou a safra total em +50,41 milhões de sacas. O USDA estimou que o Brasil iria exportar +39,05 milhões de sacas! Pelo nosso acompanhamento e projeção final do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil deverá exportar no máximo +35,70 milhões de sacas. Como o USDA “errou” as exportações brasileiras em “apenas” -8,58%? Se “errou” nas exportações, provavelmente também “errou” na produção, pois se a produção da safra 22/23 realmente foi em +62,60 milhões de sacas, então onde está “todo esse café disponível”?

Fazendo a “conta de chegada”, então a safra brasileira 22/23 deve ter ficado ao redor dos +56,50 milhões de sacas! Ou seja, tanto o número do USDA quanto o número da Conab estão errados (no caso, o da Conab subestimado e o do USDA superestimado)!

Considerando os estoques de passagem da safra brasileira 21/22 para a safra 22/23, e da safra 22/23 para a 23/24, “constantes” em +12,50 milhões de sacas e o consumo interno em +21,50 milhões de sacas, e considerando que o Brasil nos últimos anos produziu “a média simples” entre a projeção da Conab e USDA, então para a próxima safra 23/24 vamos “assumir” uma produção brasileira em +59,90 milhões de sacas. Desta forma, o Brasil poderá exportar +38,40 milhões de sacas! E não as +45,35 milhões de sacas estimadas pelo USDA.

Voltando ao mercado, na sexta-feira tivemos o vencimento das opções do contrato Julho/23. Os “comprados” deram uma surra nos “vendidos”! A semana começou com aproximadamente +15.000 lotes em aberto nas opções de compra “call” (opção de compra) com strike/vencimento entre +175/+210 centavos de dólar por libra-peso!

Na quarta-feira, o Julho/23 voltou a “beliscar” os +185 centavos de dólar por libra-peso. Encontrou forte suporte nas principais médias móveis dos +100/+200/+50 dias e alguns “stops” já foram acionados. O volume negociado chegou a +68.500 lotes!

Na quinta-feira, no feriado brasileiro, o mercado explodiu! O Julho/23 chegou a subir +1.155 pontos (máxima/mínima/fechamento, respectivamente, @ +196,15 / +184,60 /+194,85 centavos de dólar por libra-peso). O volume negociado chegou nos +80.700 lotes! Algumas opções que “não valiam nada”, que “não corriam risco para serem exercidas” nos strikes +190/+195/+200 centavos de dólar por libra-peso, chegaram a subir +700%! Muito fundo/especulador teve que “pagar” qualquer preço para zerar suas posições! Quem estava na posição “comprada” entre a segunda-feira e a quinta-feira recebeu, aproximadamente, +18,00 USD/saca. Considerando que o mercado de café está com aproximadamente +237.000 lotes em aberto, a chamada de margem adicional nessa semana chegou a aproximadamente +1,00 bilhão de dólares!

Na sexta-feira, o volume negociado superou os +90 mil lotes! Porém, dessa vez, os “comprados” viraram a mão. Notícias “frescas” neutralizando o risco da geada para os próximos dias 16-20 de junho fez o Julho/23 chegar a cair -800 pontos entre a máxima e a mínima (+196,60 / +188,80 centavos de dólar por libra-peso respectivamente). Mesmo com o R$ chegando a negociar na mínima do trimestre +4,85 R$/US$ e valorizando +3% na semana, NY não resistiu! O Julho/23 terminou a semana @ +190,65 centavos de dólar por libra-peso.

Segundo o Commodity Futures Trading Commission (CFTC), agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities, os fundos + especuladores aumentaram a posição “comprada” em +7.380 lotes e estão “comprados” agora em +15.453 lotes.

Os estoques certificados continuam sendo consumidos e terminaram a semana com +550.000 sacas. Até o final do mês de junho de 2023, deveremos ver um “4” na frente!

E segundo a Cecafé, as exportações brasileiras para o mês de junho/2023 deverá ficar novamente ao redor dos +2,50 milhões de sacas, terminando o ano safra julho/22-junho/23 em aproximadamente +35,70 milhões de sacas!

Infelizmente o produtor mundial não tirou proveito das altas do ano 2022, quando o Julho/23 chegou a negociar @ +230 centavos de dólar por libra-peso. Nas opções de venda “Put” (opção de venda), no Julho/23, no strike +190 centavos de dólar por libra-peso a posição em aberto terminou com apenas +987 lotes em aberto e “virou pó”…

Entre os strikes +187,50 e +175,00 centavos de dólar por libra-peso, o mercado terminou com +6.100 lotes em aberto e também “viraram pó”.

Entre os strikes +215/+192,50 centavos de dólar por libra-peso, o mercado terminou com APENAS +1.500 lotes em aberto, sendo +40 / +28+ / +326 / +50 / +288 /+11 / +701 / +164 lotes, respectivamente nos strike +215 / +210 / +205 / +202,50 / +200 / +197,50 / +195 / +192,50 centavos de dólar por libra-peso! Ou seja, praticamente NADA!

Incrível como não tinha nenhuma posição em aberto, nenhum lote de opções de venda “put” nos strikes/vencimentos +240/+235/+230/+225/+220 centavos de dólar por libra-peso!

O mesmo estará acontecendo no próximo vencimento das opções do vencimento Set/23 (próximo dia 11 de agosto). Por enquanto, o mercado está indicando apenas +219 / +581 / +3.030 / +690 / +1.633 lotes de opções de venda “put” em aberto, respectivamente nos strikes/vencimentos +190 / +185 / +180 / +175 / +170 centavos de dólar por libra-peso.

Onde quero chegar? Demonstrar que o produtor precisa aprender e começar a desmistificar e começar a utilizar as ferramentas de hedge existentes no mercado! Hoje existem vários “experts” no assunto. Vários “cursos on-line em 10x sem juros!”. Procurem profissionais com experiência comprovada, “cabelos brancos”, “safras nos ombros” para assessorá-los!

O mercado já deu inúmeras oportunidades para o produtor se proteger, mas, infelizmente, posso “contar” nas mãos quantos realmente aproveitaram as altas do ano durante o primeiro semestre de 2022! Lembram de NY @ +250/245 centavos de dólar por libra-peso e do R$ acima dos +5,50 R$/US$?

Muitos já estão preocupados com a próxima safra 24/25! Com a possibilidade dos preços voltarem a negociar abaixo dos +800/+700 R$/saca para o café tipo arábica e abaixo dos +500 R$/saca para o café tipo robusta. E o que estão fazendo quanto a isso? Nada! Apenas “torcendo” para o preço subir. Vejam o que aconteceu com as cotações da soja, do milho! Na soja saíram de +190/+180 R$/saca para +110 R$/saca, e no milho de +90/+85 R$/saca para +30 R$/saca!

Produtor com política de risco, com gestão, com hedge/seguro no seu livro, vai continuar no setor. Ninguém “quebra” com lucro no bolso. Novamente, aprendam a diferenciar a “ambição da ganância”!

Infelizmente muitos produtores continuam “reféns” de alguns “péssimos” profissionais, traders, bancos, corretoras. Aprendam a separar o “joio do trigo”! Existem muitos profissionais competentes, dedicados. Muita gente séria. Porém, ainda há muitos “aproveitadores” por aí …

Completo 3 anos, agora no mês de junho de 2023, participando deste mercado extraordinário do café, procurando contribuir com o “comentário semanal” da Archer Consulting! Tem sido uma experiência incrível e agradeço ao presidente da Archer Consulting, o Arnaldo Corrêa, pela oportunidade. Venho procurando aprender, a cada dia, os fundamentos do mercado e compartilhando minha experiência de mais de 30 anos no mercado de commodities agrícolas com o produtor. Tem sido uma “troca”, um aprendizado.

Se Deus quiser vamos estar juntos no próximo ano! Espero poder continuar compartilhando/sugerindo/criticando o produtor. E, claro, a receber também críticas/feedback para seguir aprendendo e contribuindo.

E seguir com o “chavão semanal”, PROTEJAM-SE!

Boa semana a todos!

*Marcelo Fraga Moreira atua há mais de 30 anos no mercado de commodities agrícolas e escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.

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