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Presidente do CNC comenta cenário do mercado

ESPAÇO ABERTO

EM 17/05/2019

3 MIN DE LEITURA

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Por Silas Brasileiro*

Neste artigo, vamos focar em uma palavra tão importante para os nossos produtores, que é a remuneração justa paga por saca de café, haja vista que, atualmente, trabalhamos em um mercado predatório, cujos preços praticados se encontram abaixo do custo de produção.

Tem sido feito um esforço comum pelas diversas lideranças da cafeicultura mundial e, em especial a brasileira, no sentido de mostrar o empobrecimento de nossos produtores.

Não é por demais valorizar que, se não fosse a criação do Consórcio Pesquisa Café, em 1997, e, dois anos após, a criação da Embrapa Café, com investimentos da ordem de US$ 90 milhões, não estaríamos sobrevivendo ao mercado.

Graças à pesquisa coordenada pelo Consórcio, com a participação das empresas estaduais, fundações e universidades, em 20 anos saímos, atualmente, de uma produção média, no Brasil, de oito sacas para 33 sacas por hectare.

Este vultoso investimento só foi possível graças ao Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), partilhado por toda a cadeia, passando pela produção, indústrias de solúvel, torrefação, moagem e exportação, cuja criação surgiu de uma Comissão Especial presidida pelo deputado federal Carlos Melles, da qual tive o privilégio de ser o relator.

Temos um Conselho instituído que mantém a nossa cultura do café e, se vivemos esta adversidade de preços, é porque o Conselho Nacional do Café (CNC) não foi ouvido, embora tenha alertado permanentemente os nossos produtores sobre o risco de uma oferta superior à demanda.

Esse fato é real, infelizmente ocorreu, é a bem da verdade! Sem temor por enfrentar a realidade, enfatizo que a razão dos baixos preços é a oferta maior do que o consumo.

É bom destacar que reconhecemos as dificuldades pelas quais passam os produtores brasileiros e de todo o mundo. Estamos trabalhando para que sejam criados mecanismos que possam atenuar os preços hoje praticados, trabalho que vem sendo desenvolvido junto com a Frente Parlamentar do Café, o Instituto Pensar Agro (IPA), a Comissão Nacional do Café da CNA e os Ministérios envolvidos, começando, sem dúvida, pelo da Agricultura.

O que não podemos tolerar, neste cenário, são manifestações que em nada contribuem para ajudar os nossos produtores!

Em nossa visão, se não fossem a evolução da pesquisa e da qualidade e o aumento da produtividade por hectare do café, tendo como resultante menores custos de produção, a dificuldade do nosso produtor seria muito maior.

Esta dificuldade não ocorre somente no Brasil. Todos que acompanham a evolução do mercado veem que as outras nações produtoras estão com situação mais desfavorável que a nossa, pois não têm investimento em pesquisas como temos. Se tivéssemos a produtividade de 20 anos atrás, não existiria mais produção de café em nosso País e a nossa sobrevivência estaria seriamente comprometida.

No âmbito internacional, com o objetivo de conscientizar e engajar os governos e agentes privados dos países produtores e consumidores para a implantação de ações de enfrentamento da crise de preços aprovamos, na reunião de setembro de 2018 da Organização Internacional do Café (OIC), a Resolução 465.

Entre outras disposições, e visando ao equilíbrio entre oferta e demanda global de café, a Resolução 465 orienta o aumento de consumo focado nos países produtores, a exemplo do Brasil, que absorve 40% do café que produz.

Essa estratégia começou a ser implementada na reunião da OIC de março, em Nairobi, no Quênia, com a apresentação das lições e recomendações do Guia Detalhado da Organização para Promoção do Consumo de Café nos Países Produtores e da realização de amplas discussões visando ao seu aprimoramento.

Ainda no tocante à implantação da Resolução 465, o CNC participará do simpósio interativo "Alcançando os ODSs: desafios à cadeia de valor do café. Soluções compartilhadas para os níveis de preços do café, a volatilidade e a sustentabilidade no longo prazo", que será realizado em 6 de junho de 2019, no Centro de Congressos Albert Borschette, em Bruxelas, na Bélgica.

Organizado pela OIC, em parceria com a Federação Europeia do Café e sob a égide da Comissão Europeia, este simpósio é o quinto evento que se realiza como parte do "Diálogo Setorial Estruturado" para implementar a Resolução 465 sobre Níveis de Preços do Café.

Em Bruxelas, o CNC apresentará informações sobre a importância do cooperativismo para ampliar a resiliência do setor da produção de café à volatilidade dos preços, destacando os serviços de hedge prestados aos cafeicultores.

O CNC, representando as cooperativas que fornecem insumos, apoio técnico, financiamentos, armazenamento e comercialização, tem se dedicado ativamente para contribuir com a produção, em conjunto com a Comissão Nacional do Café da CNA, para, com responsabilidade, mitigar a aguda crise por que passam os nossos cafeicultores.

*Silas Brasileiro é presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC)

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AMÚLIO LÊNTULUS PINTO LOUREIRO

CANAVIEIRAS - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 27/05/2019

Bom dia, parabenizo pelo artigo e dedicação de nossos representantes na luta pela nossa cafeicultura. Mas, diante das seguintes declarações: "Sem temor por enfrentar a realidade, enfatizo que a razão dos baixos preços é a oferta maior do que o consumo"; "Todos que acompanham a evolução do mercado veem que as outras nações produtoras estão com situação mais desfavorável que a nossa, pois não têm investimento em pesquisas como temos". Diante do exposto, faço a seguinte colocação: Se as outras nações produtoras tivessem pesquisas, a oferta mundial de café não seria maior, causando assim um superavit ainda maior na oferta, já que no próprio artigo destaca o nosso salto de produtividade de 8 para 33 sacas, graças às pesquisas ? Neste cenário, só o aumento do consumo resolveria tal situação, portanto, vamos aguardar os resultados da tentativa de aumentar o consumo doméstico em países produtores, que é um dos objetivos da Resolução 465. Vamos ver o poder de reação, pois quanto maior a oferta em relação à demanda, maior será a duração da crise de baixos preços, penso assim, mas posso estar errado.

Sdçs

Amúlio Loureiro

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