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Agronegócio brasileiro deve assumir liderança internacional da questão ambiental

ESPAÇO ABERTO

EM 19/02/2021

7 MIN DE LEITURA

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Durante todo o seu período de campanha nos Estados Unidos, o democrata Joe Biden prometeu que seria firme com as questões ambientais. Presidente já deu sinais de que a pauta ambiental será um dos alicerces do seu governo. Em seus primeiros dias de mandato ele levou para aprovação um novo pacote de medidas para proteção ao meio ambiente. Vale lembrar que também já está marcado para novembro desse ano, a COP 26, na cidade de Glasgow, Reino Unido, cujo objetivo é o de exclamar os atores internacionais à justamente acelerarem a implementação dos objetivos do Acordo de Paris.

Esta nova realidade acende o alerta para os países cujo setor produtivo ainda não se adaptou completamente aos padrões internacionais de ESG, e o do Brasil, um dos maiores produtores de proteínas e grãos do mundo, está nessa lista. Para não perder espaço no mercado internacional os brasileiros terão que se ajustar e mais do que nunca adotarem o mais alto nível dos padrões de sustentabilidade, tais como a inclusão de certificações e processos de rastreabilidade em seus produtos.

Segundo Claudine Saldanha Cesar Pinheiro Machado, economista, doutora em agronegócios e CEO da boutique financeira Pinheiro Machado, neste primeiro momento, o Brasil vê-se diante de um cenário internacional no qual a exigência de produção no mais alto padrão de práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) assume tons de unanimidade.

Isso porque a nova administração norte-americana vem agora juntar-se à União Europeia no escalonamento das exigências de cumprimento de critérios de sustentabilidade, não somente para as suas importações, mas também para os seus investimentos, ou seja, mesmo a parte financeira terá, cada vez mais, de comprovar seu comprometimento com o mais alto padrão de ESG. A China, por sua vez, maior parceira comercial do Brasil, também já vem dando sinais de que adotará a mesma postura de exigência ambiental, mantida por EUA e União Europeia (EU). “O Brasil, assim, na qualidade de maior produtor e exportador de uma série de produtos, vê-se diante de uma postura praticamente unânime dos demais países com relação à importância de padrões de sustentabilidade para o agronegócio”, destaca.

Já no curto e no médio prazo, essa unanimidade internacional poderá sim impactar na produção e na comercialização do Brasil. De acordo com a especialista, os produtores que se adaptarem mais rapidamente a essas exigências internacionais terão acesso privilegiado a crédito, insumos e mercados. Aqueles que demorarem um pouco mais a reagir perderão mercados e terão dificuldades ainda maiores de financiamento. “O maior erro de análise, aqui, será certamente o de o produtor ou agroindústria individual achar que por esses mercados dependem da produção brasileira, e que, por isso, vão ter que aceitar os nossos padrões de produção, isso é um equívoco. O mercado não funciona no agregado. Funciona negócio a negócio. Assim, o mais provável é que aqueles produtores individuais recalcitrantes percam acesso a mercados e oportunidades, além de verem seus produtos perderem preço. Agora em casos mais extremos de restrições mais duras, esses produtores e industriais resistentes poderão ser, de fato, expelidos do mercado”, ressalta.

Os produtores e industriais brasileiros precisam, antes de mais nada, tomar a decisão estratégica de estar na vanguarda internacional da adoção dos padrões mais altos de sustentabilidade nos seus negócios individuais. Feito isso, a sua operacionalização passa, dependendo do tamanho da organização, pela estruturação de um departamento de sustentabilidade, que pode ou não ser terceirizado.

Esse departamento deverá se ocupar da implementação desses padrões, arregimentando consultores externos para isso. É importante que tanto os membros internos quanto os externos dominem o inglês no mais alto nível, uma vez que se busca adequação a padrões internacionais de sustentabilidade e não apenas aos níveis que normalmente se encontram disponíveis no mercado interno brasileiro. “O produtor ou agroindústria precisará engajar-se diretamente com uma série de atores internacionais, tais como certificadores, provedores de serviço de rastreamento, financiadores, agências de avaliação, entre outros”, ressalta Claudine.

Vale destacar que ainda que a adoção de padrões de sustentabilidade esteja se tornando uma unanimidade internacional, não existe, ainda, um conjunto pré-estabelecido de critérios de aferimento. Existem padrões voluntários que buscam garantir que os produtos não prejudicam o meio ambiente e nem as pessoas envolvidas naquela produção, como proposto pelo Fórum das Nações Unidas sobre Padrões de Sustentabilidade (UNFSS, na sigla em inglês).

Atualmente, na busca por certificações ambientais as exigências variam, principalmente, em dois eixos: industrial e geográfico. Isto é, as medidas a serem adotadas pelos produtores e agroindústrias dependem, primeiramente, do produto em questão e, em segundo lugar, do mercado em que este produto será entregue. “O primeiro passo, é uma tomada de decisão estratégica do comando da empresa para adotar uma política de sustentabilidade. Essa política deverá ser estruturada em três eixos prioritários: ambiental, social e de governança (as três letras da sigla em inglês, ESG – environment, social and governance). A partir daí, deve-se estabelecer planos de metas de curto, médio e longo prazos, com a concomitante implementação de medidas de monitoramento, avaliação e relato”, ressalta a especialista.

O produtor ou agroindústria em questão deverá, no desenvolvimento de sua política de sustentabilidade, trabalhar com certificadoras e agências de avaliação internacionais, especializadas na sua indústria de operação e no seu mercado-alvo. Por exemplo, um produtor de proteína animal ou frigorífico que tenha por meta abrir o mercado europeu, deverá trabalhar com agências europeias e, mais importante, com bancos e fundos europeus, adaptando-se aos seus critérios de investimento. Um outro produtor, focado no mercado chinês, por outro lado, deverá buscar adaptar-se aos critérios estabelecidos por agências voltadas para o mercado asiático. “Não existe, assim, uma receita pronta para a obtenção de certificações ambientais. Tudo depende do produto, do mercado e da fonte escolhida de financiamento. O fundamental aqui, de início, é o produtor ter em mente que se trata de uma decisão estratégica global do seu negócio, que necessitará de atenção e acompanhamento constantes. Trata-se não só de um processo de certificação, mas sim de um verdadeiro esforço de internacionalização da empresa”, esclarece a CEO.

Auxílio de um especialista

O caminho mais curto para agroindústrias e produtores nessa busca de conformidade aos padrões das ambientais internacionais, é por meio de especialistas que já tenham expertise internacional, como é o caso da boutique financeira Pinheiro Machado. Contando com uma rede global de parceiros, a startup está perfeitamente posicionada para coordenar os processos internos de adaptação a padrões de ESG, tanto para produtos quanto para mercados específicos.

A assessoria ajudará a desenvolver a estratégia global do cliente, desde a concepção da política de sustentabilidade da empresa até a sua implementação e monitoramento, identificando quais os melhores certificados, tecnologias e parceiros internacionais ela deve buscar. Uma vez identificados os “targets”, a assessoria implementará a política de ESG do cliente, pela organização e coordenação de um time de apoio, composto, normalmente, por assessores jurídicos, contábeis e técnicos. “Este é um trabalho de longo prazo, mas com inúmeros benefícios comprovados para empresas, como acesso a mercados, melhor precificação, valorização da empresa, entre outros. Além disso, e mais interessante, trata-se de um processo de engajamento com o exterior, que, a partir daí, servirá para construir parcerias e relacionamentos de longo prazo em nível internacional”, afirma a doutora.

Ainda segundo a especialista, o Brasil como potência agrícola que é, está diante de uma grande oportunidade de assumir uma posição de liderança global. O país não pode ficar na posição de receptor passivo, de vítima, enfim, dos regimes internacionais. O país deve assumir uma posição de liderança e se engajar no cenário internacional de forma pró-ativa, definindo os termos desses regimes, dessas regras e padrões de sustentabilidade. Somente assim a produção brasileira estará na vanguarda dos padrões internacionais, e, por estar à frente, garantirá acesso privilegiado aos mercados internacionais e venderá, com prêmio, a sua produção, a sua expertise e as inovações tecnológicas que advirão desse protagonismo global.

Essa é a estratégia de muitos países bem menores do que o Brasil que, assim, conseguem uma posição de liderança nos mercados agrícolas internacionais. “A Dinamarca, por exemplo, é um país de 5,8 milhões de habitantes que, por estar na vanguarda da sustentabilidade internacional, tem em seu sistema de cooperativas alguns dos maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas de alta-qualidade. Estima-se que a agroindústria dinamarquesa detenha sozinha cerca de 15% do mercado global. Essa performance impressionante para um país de dimensões e população tão reduzidas demonstra o potencial de resultados a serem atingidos pela adoção de uma posição de liderança internacional. Esse é o caminho para o Brasil”, finaliza Claudine.

As informações são da Pinheiro Machado – startup que tem o objetivo de prestar o serviço de assessoria financeira a produtores rurais e agroindústrias de uma forma personalizada - www.pmfinance.com.br

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