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Afinal, é preciso retirar o mato do cafezal?

ESPAÇO ABERTO

EM 18/04/2022

5 MIN DE LEITURA

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Durante a produção, pode ocorrer a presença de mato em volta do cafezal. Mas o que o produtor deve fazer em determinados casos? Segundo o Manual do Café - Manejo de Cafezais, da Emater (MG), entende-se por mato o conjunto de plantas que se desenvolvem no cafezal de forma espontânea e que, após a implantação da lavoura, podem competir com o cafeeiro por água, luz e nutrientes. Por outro lado, se for manejado adequadamente, pode trazer benefícios para a cultura do café. 

Muitas pesquisas mostram que o mato pode ser benéfico ao cafezal. Se for corretamente manejado, promove melhor cobertura do solo, resultando em maior infiltração de água, redução da erosão, manutenção da temperatura e da umidade do solo, reciclagem de nutrientes, aumento do teor da matéria orgânica e consequente melhoria da fertilidade. Além do mais, o mato serve de abrigo a inimigos naturais das pragas do cafeeiro.

Na condução do cafezal, o manejo inadequado do mato pode levar à perda de vigor, redução do crescimento e consequente diminuição da produtividade e longevidade da lavoura. Os prejuízos causados irão depender de alguns fatores, como: espécie do mato, intensidade de infestação, local e distribuição da infestação (linha de plantio ou entrelinhas), duração do período de infestação, idade e estado nutricional do cafeeiro, época do ano (chuvas ou seca). Os nutrientes mais extraídos pelas plantas daninhas são, em ordem de importância: nitrogênio (N), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e fósforo (P). 

Por serem as espécies que constituem o mato mais adaptadas e mais competitivas, é fácil concluir que têm maior facilidade que o cafeeiro para, num mesmo espaço, crescerem e se perpetuar, competindo pelos mesmos nutrientes. No caso de cafeeiros novos ou recepados, se o mato cresce sem um manejo adequado, acontecem a concorrência pela luz e o abafamento, causando estiolamento. Em cafeeiros adultos, a proximidade do mato prejudica o desenvolvimento da saia. Na ocorrência de veranicos ou no período da seca, o mato mal manejado e em alta infestação pode provocar amarelecimento, murchamento e perda de folhas pelo cafeeiro. No período chuvoso, quando é mais rápido o crescimento do mato, torna-se necessário o seu controle com maior frequência, pois coincide com as épocas de maior demanda por nutrientes, devido ao maior crescimento vegetativo, à floração e ao desenvolvimento dos frutos.

Características do mato 

O mato é de ocorrência bastante diversificada com relação a tipo e características (folhas estreitas ou largas), ciclo de vida (anual ou perene), modo de reprodução (vegetativo, por sementes ou ambos) e hábito de crescimento (rasteiro, ereto, trepador). A identificação do tipo de mato é muito importante para a escolha do manejo adequado, permitindo optar por práticas de manejo mais adequadas, visando a maior eficiência e o menor custo.

Manejo na linha de plantio

O sistema de manejo nas linhas do cafezal pode ser efetuado com roçadeiras, trinchas, capinas com enxadas ou controle químico (herbicidas pós-emergentes e ou pré-emergentes). Na capina com enxadas e roçadeira manual, deve -se tomar o máximo cuidado para não causar danos físicos no caule dos cafeeiros, principalmente quando eles ainda estão com pequeno porte. Esta prática não deve, portanto, ser realizada com o mato muito alto, pois dificulta a visualização do caule do cafeeiro. A capina com enxadas é de baixo rendimento e alto custo. Deve ser realizada, preferencialmente, em dias de sol, para assegurar a morte do mato. Com o intuito de prolongar o seu efeito, a capina pode ser complementada com o emprego de herbicida pré-emergente.

Deve-se ter cautela para evitar que a deriva atinja as brotações do café, causando amarelecimento e ou retardamento de crescimento, sendo recomendado o emprego de bicos de baixa deriva, protetor de bico (chapéu de Napoleão) ou a colocação de cortinas para isolar a planta no momento da aplicação. 

O controle do mato na linha de plantio pode, também, ser feito com herbicida pós-emergente, que pode ser aplicado com pulverizador costal ou tratorizado, com os mesmos cuidados para evitar a deriva. Na aplicação de herbicidas seletivos, deve-se manter o jato da barra de pulverização dirigido para a linha de plantio, evitando atingir as plantas, ainda que o contato do produto tenha um potencial mínimo de dano. Manejo do mato nas entrelinhas 

O manejo do mato nas entrelinhas do cafezal possibilita um leque maior de opções. Pode ser feito em área total ou em ruas alternadas. O uso de herbicida em alternância com roçadas pode ser uma boa opção em áreas de alta infestação de espécies de mato de mais difícil controle, como aquelas que se propagam vegetativamente. Normalmente, após as primeiras chuvas da primavera, há um rápido e desuniforme desenvolvimento das plantas daninhas, em função da diversidade de espécies. Uma primeira roçada promove uma homogeneização da altura das plantas, que resultará mais eficiente, caso se utilize do herbicida pós-emergente, logo depois da retomada do crescimento. Com a ressurgência do mato, dar continuidade ao manejo, até a pré-colheita, pelo método que melhor atenda ao caso. No período seco, por ser crítico quanto à disponibilidade de água no solo, o mato deve ser mantido baixo, seja pelas roçadas, seja pela aplicação de herbicidas. Por outro lado, durante o inverno, a manutenção do solo exposto ao sol pode ser recomendada em áreas com riscos de geada, ao possibilitar o aquecimento da superfície do solo, amenizando os danos, principalmente em cafezais novos.

No caso de lavouras de café implantadas em áreas com baixo teor de matéria orgânica ou com pouca cobertura vegetal, pode-se adotar um sistema de manejo com a introdução de gramíneas, com o intuito de produzir densa palhada e aumentar o teor de matéria orgânica. Normalmente, tem-se recomendado a introdução de Brachiaria decumbens ou Brachiaria ruziziensis. As braquiárias têm alto poder de brotação após as roçadas e rápida formação de palhada, além da já citada reciclagem de nutrientes. A morte e a decomposição de suas raízes profundas deixam canalículos também profundos no solo, que proporcionam melhor aeração e infiltração de água. Na adoção deste manejo, as braquiárias devem ser mantidas, no mínimo, a 30 cm de distância da saia dos cafeeiros.

As informações são do MANUAL DO CAFÉ - Manejo de Cafezais Em Produção, Emater (MG) - 2016. Autores: Engenheiros Agrônomo - Carlos Magno de Mesquita; João Eudes de Rezende;Julian Silva Carvalho; Marcos Antônio Fabri Júnior; Niwton Castro Moraes; Romulo Mathozinho de Carvalho; Willem Guilherme de Araújo e Técnico Agrícola - Pedro Tavares Dias. 

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