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Alternativas tecnológicas para secagem e armazenagem de café

POR CRISTIANE PIRES SAMPAIO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 18/10/2010

5 MIN DE LEITURA

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A produção de café de boa qualidade representa, atualmente, a melhor alternativa para a cafeicultura brasileira, principalmente quando o enfoque é a viabilidade econômica desta atividade.

O processamento do café, fase que inclui preparo, secagem e armazenagem, é determinante tanto na obtenção da qualidade como na composição do custo de produção. Técnicas corretas e manejo racional do sistema de processamento são essenciais para a o sucesso da atividade cafeeira.

A secagem, por sua vez, é uma operação muito importante, tanto pelo fato de que, se mal conduzida, pode acarretar em perdas qualitativas, e, se mal gerenciada, pode acarretar em elevado custo de produção.

Diversos aspectos devem ser observados antes da secagem propriamente dita: a remoção de impurezas e a separação dos grãos por estágio de maturação são procedimentos que, se adotados, irão contribuir sobremaneira na qualidade final do produto, assim como possibilitarão uma secagem mais uniforme.

O café recém colhido, em virtude do método de colheita empregado, é constituído de uma mistura de frutos verdes, maduros (cereja e verdoengos), passas e secos, folhas, ramos, torrões e pedras. Após a colheita por derriça ao chão, no pano ou mecanizada, o café deve ser submetido aos processos de separação das impurezas, que podem ser feitos por peneiramento manual ou por máquinas de pré-limpeza. Deve-se salientar que a separação de impurezas é o primeiro passo para a obtenção de qualidade. Uma alternativa tecnológica, de baixo custo e acessível ao pequeno produtor, é a utilização da abanadora mecânica com acionamento manual, cuja proposta é deixar ainda na lavoura boa parte das impurezas, além de reduzir o esforço físico e a insalubridade, quando comparada com o processo convencional.



Figura 1- Separador Hidráulico (lavador) para café

Subseqüentemente à operação de pré-limpeza, o café deve passar pelo separador hidráulico, no qual a separação é feita de acordo com o estágio de maturação dos frutos, ou seja, separando os cafés bóias (secos, brocados, mal formados e verdes) dos frutos perfeitos ou cerejas, que devem ser secados e armazenados separadamente. Além de manter o potencial de qualidade do café recém-colhido, a lavagem ou separação reduz o desgaste das máquinas durante o descascamento, a secagem e o beneficiamento. Após da separação de impurezas e lavagem, o café é então encaminhado para o processo de preparo, via seca ou via úmida. O processo via úmida consiste nas operações de descascamento, lavagem e retirada de parte da mucilagem antes café ser submetido à secagem, dando origem aos cafés descascados/lavados e despolpados. Os cafés despolpados têm a vantagem de diminuir consideravelmente a área de terreiro e o tempo necessário para secagem. Entretanto, apesar das inúmeras vantagens oferecidas pelo processamento via úmida, deve-se atentar às questões ambientais: a lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro geram um grande volume de águas residuárias com alto potencial poluente, necessitando de tratamento prévio para o despejo em cursos d'água.

Devido ao elevado teor de umidade inicial, geralmente ao redor de 60%, a secagem do café é comparativamente mais difícil de ser executada do que a de outros produtos. A velocidade de deterioração em sua primeira fase de secagem é maior, causando redução na qualidade do produto. Deve-se, portanto, promover a sua secagem imediata logo após a colheita e promover o armazenamento em condições que permitam manter a qualidade do produto após a secagem. Independentemente do método de secagem utilizado, devem ser ressaltados os seguintes aspectos para se obter êxito no processo pós-colheita do café: Evitar fermentação indesejável durante o processo; evitar temperaturas excessivamente elevadas (o café tolera a temperatura do ar de secagem próximo a 40 °C por um ou dois dias, 50 °C por poucas horas e 60 °C por menos de uma hora sem se danificar); secar os grãos no menor tempo possível até 18% b.u. de umidade e procurar obter um produto que apresente uniformidade em coloração, tamanho e densidade.

A secagem em terreiros é o método mais utilizado pelos produtores em pelo menos uma fase do processo de secagem. Entretanto, a baixa taxa de secagem e a exposição do produto a agentes biológicos, juntamente com a possibilidade de ocorrência de condições climáticas desfavoráveis, como acontece no sul da Bahia, norte do Espírito Santo e parte da Zona da Mata mineira, por ocasião da colheita.



Figura 2- Rodo enleirador para café e novo manejo do terreiro.

No terreiro, o desenvolvimento de microrganismos na superfície dos frutos e o aumento da respiração e da temperatura do produto são fatores que aceleram o processo de fermentação. Apesar desses riscos, pequenos e médios produtores utilizam intensivamente os terreiros como única etapa na secagem do café. Entretanto, com um manejo correto do terreiro, observando-se detalhes como a orientação das leiras e utilização de rodos mais eficientes, pode-se otimizar o processo de secagem bem como reduzir as perdas qualitativas advindas da utilização deste método de secagem.

O terreiro secador, desenvolvido pela UFV/CBP&D-Café, visa contornar as dificuldades da secagem em terreiros convencionais. O terreiro secador nada mais é que um terreiro convencional, preferencialmente concretado, onde se adaptou um sistema de ventilação com ar aquecido por uma fornalha, para a secagem do café em leiras, na ausência de radiação solar direta ou em período chuvoso. Essa tecnologia já disponível para o cafeicultor, foi aprovada por produtores de diversas regiões do Brasil, caracterizando-se como mais uma alternativa para a secagem de café, onde é possível aliar baixo custo de implantação e qualidade final do produto, reduzindo assim expressivamente o custo de produção desta cultura.



Figura 3- Terreiro-secador

Os processos de secagem e armazenagem apresentam contribuições expressivas sobre a qualidade final do produto, sendo, portanto, muito importante na escolha correta da infra-estrutura para atender à fase final da produção de grãos.

Vários fatores concorrem para dificultar a adoção de técnicas mais adequadas no processo de armazenamento. Entre os mais importantes podemos citar a tendência de muitos técnicos e extensionistas rurais em tratar separadamente produção, secagem e armazenagem, sendo que, pelo menos, as duas últimas etapas deveriam ser consideradas de forma integrada.

Na Figura abaixo, pode-se apreciar uma unidade armazenadora de baixo custo e com capacidade de armazenar até 3,5 toneladas de grãos. Sua construção é simples, e todo material necessário pode ser encontrado em mercados próximos às propriedades rurais.



Figura 4. Formação da parede do silo-armazenador de descarga central



Figura 5. Vista lateral do detalhe da descarga

Para mais informações, entre em contato pelo box de cartas abaixo.

CRISTIANE PIRES SAMPAIO

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CRISTIANE PIRES SAMPAIO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/04/2011

"Prezado EMANOEL CHEQUETTO",


Agradeço pelo contato e informações. Como visto na matéria,o sistema de "terreiro-secador"funciona em qualquer região do país. Trata-se de uma tecnologia barata e de grande funcionalidade para o produtor. Esta tecnologia está disponível em algumas literaturas já publicadas tais como boletins e livros. Também faço a divulgação desta e de outras tecnologias através de palestras e encontros com produtores. Você é extensionista do INCAPER? Muito bom. Caso tenham interesse, estou à disposição para um possível encontro levando todas as etapas da tecnologia.

Aguardo seu contato.

Atenciosamente,


Cristiane
EMANOEL CHEQUETTO

VILA VALÉRIO - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 13/04/2011

Bom dia Doutora Cristiane Pires Sampaio.

Em primeiro lugar gostaria de parabenizá-la pelo artigo.
Estou, a um certo tempo, a procura de alternativas para secagem de café conilon para para os agricultores de minha região. O nosso público alvo são agricultores familiares e a produção é de 100 a 400 sacas beneficiadas, o que daria em torno de no máximo 1600 sacos maduros por safra. Consegui pela internet alguns modelos mas não era este tipo "3 baias" apresentado em seu artigo, era um bem maior de 15m x 10m, com utilização de um ventilador de 5cv, etc.. Por sinal, este que a Drª. apresentou me deixou bastante otimista, uma vez que o nosso café conilon é secado por terceiros em sistema de prestação de serviço o que é comum de constatarmos café sendo secado com 9 ou 10 horas em fogo direto, café aguardando 10 a 15 dias para poder ser colocado no secador, ou seja, estamos trabalhando duro o ano todo para chegarmos na hora da colheita acabarmos com qualidade do nosso produto.
Não consegui encontrar nenhuma empresa que fabricasse esse equipamento e nem revende-se em minha região. Por isso, necessito do projeto e do plano de manejo para podermos montarmos um em nossa região afim de divulgar essa tecnologia.

Desde já agradeço a atenção.

Att,

Emanoel
CRISTIANE PIRES SAMPAIO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/12/2010

"Prezado Bérthalo Franco",

Boa Tarde! Obrigado pelos "parabéns"!! Esta tecnologia, bem como as outras descritas na matéria você pode encontar em algumas publicações, boletins técnicos e livros dispostos aqui junto à EPAMIG.

Att,

Cristiane
BÉRTHALO FRANCO

CARATINGA - MINAS GERAIS

EM 07/12/2010

Prezada Dra,
parabéns pelo artigo.
Como consigo mais informações sobre este silo armazenador de café ?
Secagem e armazenamento são o nosso calcanhar de aquiles, aqui na zona da mata, para se obter qualidade no café. Grande altitude e umidade.
CRISTIANE PIRES SAMPAIO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/11/2010

"Prezada Stela Foresti"

Primeiramente gostaria de dizer que fiquei estritamente feliz e emocionada com seu brilhante comentário. Estes comentários e elogios nos faz pesquisar mais e mais. Obrigado.

Bem, quanto à sua pergunta, gostaria de dizer que não fizemos ainda esta conta para apresentar um percentual de custo na produção de café com qualidade. Todas as tecnologias apresentadas no trabalho são frutos de pesquisa e levadas até o produtos através da difusão de tecnologia. Na verdade, o nosso interesse é passar toda tecnologia, através de boletins e cartilhas, para que o próprio produtor possa construir a sua tecnologia e ferramenta para transformar o seu café em qualidade. Muitas delas são construídas com peças e/ou utensílios que o produtor já tem na sua propriedade.

No mais, muito obrigado pelo comentário
REINALDO FORESTI

CAMPANHA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 06/11/2010

Doutora Cristiane Pires Sampaio.O artigo escrito por V.Sa., na qualidade de pesquizadora PDJ EPAMIG/FAPEMIG, apresenta uma visão teórica e prática de grande conteúdo e viabilidade na produção de café de boa qualidade e mesmo na sustentabilidade necessária,eficiente em alternativas tecnológicas.O processamento apresentado, em linguagem técnica e bastante professoral, mas de uma compreensão simples,ao alcance de nós produtores e um estímulo para engressarmos no mundo do café de qualidade a bola da vez da moderna cafeicultura e fundamental para agregação de valores e permanência na atividade.Parabens pelo esclarecedor e dinâmico trabalho, extensivos aos órgãos que primam por possuirem como Pesquizadora,V.Sa.Finalizando, gostaria de saber em quanto (percentualmente ) pode acarretar nos custos finais, como de equipamentos e outros, já que o resultado final será de melhor remuneração para o café produzido.Peço desculpas, por não ter manifestado antes sôbre a excelência do artigo publicado, tendo sòmente hoje, sábado 6/11/2010, tido oportunidade de ler.
CRISTIANE PIRES SAMPAIO

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/10/2010

Prezado José Adauto de Almeida

Obrigada.

Respondendo sua pergunta,o café colhido no pano e com secagem em terreiro de concreto não compromete sua qualidade desde que se tome alguns cuidados: o café, nos primeiros cinco dias, apresenta alto teor de umidade,por isso faça o revolvimento do café no terreiro a cada hora, torça para que tenha muito sol, não faça o amontoamento do café em hipótese alguma. Após atingir a meia-seca (em torno de 25% de umidade), deixe no dia exposto no terreiro e recolha (amontoe)a noite. Temos algumas publicações que falam mais sobre isso.

Quanto à abanadora, ainda não temos um prospecto.

Um abraço

Cristiane
JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 19/10/2010

É deste tipo de informação que o produtor rural precisa ter acesso. Parabéns!
Drª Cristiane, o que pode acontecerer, termos de qualidade de bebida, com o café(colheita total no pano) que é submetido a uma secagem lenta em terreiro de concreto tradicional nos cinco primeiros dias após a colheita?
Onde consigo um prospecto da abanadora mecânica com acionamento manual?
aDauTo.´.

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