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Recepa de cafeeiros: adoção deve ser realizada apenas em último caso

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 20/09/2017

3 MIN DE LEITURA

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A adoção da poda em cafeeiros deve ser feita observando as condições da lavoura a ser podada, mas, no geral, deve-se ter em mente que recepar as plantas só em último caso, quando não houver outra alternativa. A recepa é um tipo de poda drástica em cafeeiros, já que promove o corte baixo do tronco da planta, com isso sendo perdida toda a copa. Essa perda exige nutrientes e consome tempo pra ser recomposta, havendo perda total ou parcial da produção por, pelo menos, 2 safras.

Foto: Divulgação
                                                    Foto: Divulgação

Além disso, ao se fazer a recepa é preciso, em seguida, tomar cuidados especiais na condução da área podada, pois as brotações iniciais das plantas recepadas se comportam como se fossem plantas novas. Assim, os tratos dos cafeeiros recepados são como um recomeço da lavoura. Deve-se manter um bom controle do mato, aumentado pela abertura da área, pois senão ele abafa as brotações.

Como mais da metade das raízes finas morrem, após à recepa as plantas passam a sentir mais a concorrência em nutrientes. O mato alto, ao encobrir as brotações novas, leva ao estiolamento das mesmas. No controle com herbicidas o cuidado é de usar produtos seletivos ou aplicação bem protegida, pois a deriva leva a danos severos de fito-toxidez em brotações novas.

    Foto: Divulgação
                                                     Foto: Divulgação

Outro cuidado é a desbrota, deixando um número adequado de hastes sendo que é uma operação trabalhosa que deve ser feita ao menos 2 vezes no 1º ano e pelo menos uma no 2º ano. Normal seria deixar os brotos que saem da parte mais baixa do tronco, porém, como os que nascem na parte alta, quase junto ao corte do tronco, crescem primeiro, estes são os que acabam sendo selecionados e que acabam levando à formação de uma saia mais alta.

A nutrição e a proteção contra pragas/doenças e vento devem também constituir tratos especiais. A nutrição deverá ser procedida conforme se verificar o estado de desenvolvimento das brotações. No caso de plantas que vieram de safra alta ou recebiam mal-tratos, portanto, estressadas e fracas, as adubações devem ser retomadas tão logo retornem as brotações, pois, apesar de haver material orgânico sobre o solo, resíduos da recepa no primeiro momento, a decomposição desse material pelos micro-organismos utiliza nutrientes do próprio solo.

No caso de pragas e doenças sobressaem aquelas ligadas a uma maior exposição das plantas, sendo comum um ataque mais grave de bicho-mineiro, de Phoma/Ascochyta e Pseudomonas e, ainda, de cercosporiose, essa por eventual fraqueza das plantas, tudo isso levando a desfolhas e seca de ramos, num período em que as plantas precisam dessa folhagem exatamente para produzir reservas pra reforço do seu sistema radicular, prejudicado pela poda.

   Foto: Divulgação
                                                     Foto: Divulgação

Finalmente, um cuidado que pouca gente adota é o de proceder replantas. Como dito anteriormente, por fraqueza de plantas e morte de raízes, um percentual delas acaba morrendo, observando-se, ultimamente, inclusive, por já estarem prejudicadas, parcialmente, por fusariose. Especialmente em lavouras com baixo stand de plantas por área o replantio é necessário e deve ser feito, de preferência, com mudas maiores (mudões), para combinarem melhor com as brotações das plantas recepadas. Em áreas com nematoides usar materiais tolerantes.

Esta nota técnica tem o objetivo de alertar aos técnicos que assistem e aos produtores, pois temos visto no campo problemas e insucessos em lavouras recepadas, que demoram na sua recuperação e acabam ficando muito falhadas. Significa dizer que - não basta recepar, tem de cuidar. 

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LUIS HUMBERTO PEDREIRA

PIATÃ - BAHIA

EM 02/08/2019

Dr. Mtiello como sempre objetivo e aproveito para perguntar se é importante, após a recepa, passar alguma calda fungica no tronco agredido?
PAULO FREDERICO

ERVÁLIA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 23/09/2017

Contrariando os comentários anteriores, gosto muito de recepa. Consigo 6 litros com dois anos e 12 litros no terceiro ano (por pé). 




ADELBER VILHENA BRAGA

CAMPESTRE - MINAS GERAIS

EM 22/09/2017

Aqui nas montanhas podas são fundamentais para manter as plantas mais baixas e a frutificação mais concentrada. Rosetas cheias facilitam a derriça, haja vista que a colheita é manual.
GAMBA

GARÇA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 21/09/2017

Nunca gostei de realizar qualquer tipo de poda em café, a não ser decotes (podas altas)  com posterior desbrotas. Assim mesmo, após muito estudo econômico e para melhorar a estrutura do cafeeiro. Sempre achei um serviço caro.  É claro que cada caso é um caso, mas se confirmado pelos estudos técnicos/econômicos a necessidade da recepa, sempre procurei optar pela recepa em linhas alternadas e nessa linhas providenciar um decote alto/ esqueletamento, desde que possível.

Também, ao se pensar em recepa total ou recepa alta com esqueletamento, é preciso verificar se não é mais interessante economicamente a erradficação e o novo plantio.

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