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Qualidade, produtividade inicial e híbridos de porte baixo em cafeeiros Geisha no Sul de MG

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 13/11/2019

3 MIN DE LEITURA

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A variedade de cafeeiros Geisha tem o nome de sua cidade de origem, situada na região sul da Etiópia. Ela chegou ao Brasil na década de 1960 devido ao seu potencial na época, de resistência à ferrugem.

Na década de 1970 foi pesquisada em diferentes regiões do País. Em ensaio no Paraná (1973-1977), cafeeiros Geisha mostraram ferrugem baixa e produções médias de 6 a 12 kg de café cereja/planta, produtividade 45% menor que material mais produtivo e cerca de 25% menor do que bourbon amarelo. Em outro ensaio, no Alto São Francisco (MG), os cafeeiros Geisha produziram, na média das quatro primeiras safras, 6,6 kg café cereja/pl e o catuaí V/81 produziu 9,8 kg. Assim, pela sua produtividade mais baixa, pela ocorrência da raça III de H. vastatrix, que quebra resistência do material SH1, o material de Geisha deixou de ser desenvolvido, mantido apenas em bancos de germoplasma.

O interesse pela variedade Geisha ressurgiu em 2004, quando seus cafés bateram recordes em provas, ganhando concurso Best off Panamá, atingindo 94,6 pontos (escala SCAA), resultando bebida de aroma floral, notas doces e frutadas.

Efetuou-se, em 2018/2019, um trabalho para mostrar resultados sobre qualidade bebida em cafés Geisha, em condições de cultivo em região de altitude elevada, no Sul de Minas, e relatar resultados iniciais sobre produtividade, resistência do material e aparecimento de híbridos de porte baixo. O estudo foi realizado na Fda Sertãozinho, em Botelhos (MG), altitude cerca de 1000 m. O plantio foi feito em 2017, em campo experimental, com parcela de 15 plantas - sementes obtidas do banco de germoplasma da FEX Procafé de Varginha (MG). Na primeira safra, em junho/19, foram colhidos frutos maduros. Avaliou-se a produtividade inicial e, após secagem (preparo cereja natural) e beneficiamento, foi efetuada prova de xícara por dois provadores Q-Graders, com base metodologia SCAA.

Na avaliação de campo verificou-se ausência de infecção pela ferrugem e por Pseudomonas. Para ferrugem, era prevista infecção normal, o que não ocorreu, devido, provavelmente, a não prevalência ou a não virulência das raças que atacam o material SH1SH1. Plantas de cultivares susceptíveis, ao lado, como a cultivar catuaí, apresentaram infecção normal pelas duas doenças.

Quanto à produtividade inicial na 1ª safra, verificou-se média de 3,2 litros de café maduro por planta, contra 5,6 litros na cultivar catuaí, confirmando, assim, a menor produtividade nos cafeeiros da variedade Geisha. Quanto à bebida, a surpresa foi muito positiva. Amostras de três xícaras avaliadas por provadores resultaram em 95 pontos (escala BSCA), provavelmente recorde em pontuação de cafés no País.

Em outro campo, de 30 plantas Geisha na Fda Sertãozinho, foram constatadas cinco plantas de porte baixo, com características vegetativas e frutos semelhantes aos cafeeiros de porte alto, normais do Geisha. Esses cafeeiros de porte baixo apresentavam maior frutificação, rosetas mais cheias e maior vigor das plantas. São prováveis híbridos naturais com catuaí. A qualidade dos frutos dessas plantas de PB, colhidas em conjunto, alcançou 86 pontos. Agora, na reprodução de plantas isoladas, cada progênie passará por teste de bebida para encontrar plantas mais assemelhadas ao Geisha original.

Conclui-se que o material de Geisha testado possui, em condições de campo, boa resistência à ferrugem e à mancha aureolada. Possui bom potencial para obtenção de cafés especiais. Confirma-se, em estágio inicial, a menor produtividade do Geisha. Dispõe-se de híbridos com maior produtividade e porte baixo nas plantas e, devido sua boa qualidade, para mercados especiais, os preços mais elevados de cafés Geishas podem compensar sua menor produtividade.


Parcela experimental de cafeeiros da variedade Geisha na Fda Sertãozinho


Detalhe de frutos graúdos e alongados de cafeeiros Geisha (esq.) e planta híbrida de porte baixo (dir.)

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