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Cultura de café começa a surgir na Índia

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 12/12/2014

5 MIN DE LEITURA

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Foto ilustrativa: Aislan Henrique da Silva/ Café Editora
Foto ilustrativa: Aislan Henrique da Silva/ Café Editora

Apesar da Índia ser um dos principais produtores de café do mundo, o nome do país é praticamente sinônimo de chá. Durante a maior parte do século passado, o país foi o maior produtor de chá do mundo, reconhecido por suas variedades Darjeeling e Assam, e ainda está entre os maiores consumidores.

Peça por uma xícara de café na maior parte da Índia e você receberá cristais de café instantâneo misturado com leite quente e açúcar ou servido sobre gelo com ainda mais açúcar.

Dessa forma, poucos indianos bebem o café tradicional, para o qual praticamente toda a melhor colheita do país é destinado quando exportados a países como Itália, onde os grãos são usados em blends de expresso de marcas e vendidos a preços altos.
Agora, entretanto, muitos produtores e empresas indianas estão tentando atrair alguns de seus compatriotas ao café vendido como gourmet. Os grãos são torrados na Índia para a florescente classe média urbana.

A família Cariappa adquiriu sua fazenda no estado de Karnataka em 1958, uma década depois da Índia ganhar a independência. Durante anos, as 15 toneladas de café colhido, despolpados e secados em sua fazenda anualmente, foram vendidos a intermediários e terminaram no exterior. A maioria de suas plantas é de arábica, mas eles estão considerando mudar para o café robusta, que é mais barato e mais fácil de cultivar.

Há dois anos, a família começou a vender uma pequena porção de seu café arábica para Kunal Ross, fundador do TheIndianBean.com, site que vende café aos consumidores domésticos e negócios de quatro plantações familiares no sul da Índia. Ross torra o café arábica e o comercializa sob o nome de Appa’s. Esse café está sendo vendido no hotel Marriott, em Bangalore. “Eu acho que há alguma identidade ao meu café agora. Quando a maior parte era exportada, eu ainda não tinha ideia, mas aqueles que compram do Kunal sabe de onde vem o Appa’s”. disse Cariappa.

A novidade no país
O esforço para construir um mercado doméstico para o café produzido na Índia está entre os últimos sinais dessa expansão econômica do país. Isso também representa uma tentativa de tirar os produtores da base da cadeia de fornecimento e conectá-los com os consumidores indianos que há um tempo tem visto o café como um item exótico e de luxo.

Para Ross, o café produzido na sombra da Índia é, para a maioria dos produtores, simplesmente uma colheita comercial. Ele comparou isso ao cacau do Oeste Africano onde os produtores nunca provaram chocolate. “Muitos produtores mal sabem que estão produzindo café. Para eles, é somente mais uma colheita que vendem ao Ocidente”.

Até recentemente, os consumidores na maioria da Índia, não podiam nem comprar café doméstico, pelo menos, não diretamente. Antes de a Índia começar a liberar sua economia no começo dos anos noventa, todos os produtores foram requeridos a vender seus grãos ao governo, que comercializava produtos agrícolas em troca de itens como armas da União Soviética.

No sul da Índia, a única região com cultura de consumo de café, misturam os grãos locais com chicória e, às vezes, cana de açúcar para um acabamento mais forte, mas essa bebida não penetrou no resto do país.

“Os consumidores de café são muito carentes de opções aqui”, disse o ex-trader de fundos de hedge, Matt Chitharanjan, dono da Blue Tokai Coffee Roasters, de Nova Delhi. Nascido em Wisconsin com pais do sul da Índia, ele desenvolveu o gosto pelo café durante o tempo que viveu em Nova York e São Francisco.

Quando se mudou para a capital indiana em 2012, descobriu que as marcas italianas eram frequentemente velhas por causa do tempo que demorava para chegarem às lojas e que pedir um espresso, mesmo nos restaurantes mais sofisticados, normalmente resultava em uma mistura decepcionante de café instantâneo, leite e chocolate em pó. Contratou produtores e os persuadiu a vender grãos diretamente para ele, que começou a torrá-los no país. Em janeiro de 2013, ele lançou o Blue Tokai, que vendeu 7 toneladas de café na Índia em seu primeiro ano, com cada embalagem contendo o nome da fazenda que produziu os grãos.

“Os produtores estavam um pouco céticos. Eles achavam que não teria demanda pela qualidade do café que estavam produzindo. Porém, a resposta foi realmente boa”, afirmou Chitharanjan. Para ele nem todos estão prontos para mudar o café que bebem. Ele mesmo continua bebendo o Nescafé de manhã, bebida que há décadas era a única opção que os indianos podiam comprar. Alguns clientes que iam beber pela primeira vez tentavam dissolver seu pó de café em água, como o Nescafé. “Ainda precisa ser feita uma educação”.

Mercado
O indiano médio consome menos de 0,11 quilos de café por ano – comparado com mais de 4 quilos para o americano médio -, mas esse dado quase triplicou na última década, de acordo com o Coffee Board of India.

O crescimento acelerou com o sucesso de duas redes que vendem café na Índia: a Café Coffee Day, companhia de Bangalore com mais de 1.600 lojas no país, e a Starbucks, que chegou em 2012 e faz suas bebidas à base de espresso exclusivamente com café de fazendas indianas pertencentes a seu sócio corporativo, Tata Coffee.

Pequenos varejistas iniciantes estão querendo pegar uma parte desse negócio comercializando café de estados únicos, dando aos consumidores uma ligação direta com os produtores. Em cerca de US$ 6 um saco de 230 gramas, o café é mais caro do que o Nescafé, mas mais barato do que o vendido pela Starbucks.

“Eles começaram a fazer com que os consumidores se abrissem para a ideia de apreciar cafés que são locais e diferentes”, disse o fundador do Coffee Lab Índia, instituto e centro de treinamento de Bangalore, Sunalini Menon.

Menon treinou produtores indianos, como Tej Thammaiah, terceira geração de produtores de Karnataka, a melhorar a qualidade de seus grãos para os consumidores locais e internacionais. Começou a produzir café junto com baunilha, frutas cítricas e outras plantas em um esforço para infundir seus grãos com diferentes sabores.

“Somos um país consumidor de chá, mas o café tem muitos sabores e possibilidades que não temos com o chá”, disse Thammaiah, que vende grãos torrados de suas fazendas e outras através do Flying Squirrel, um site que ele ajudou a lançar no ano passado. Ele disse que os consumidores indianos estão despertando para os méritos dos produtores locais e métodos sustentáveis de produção.

A reportagem é do Los Angeles Times/ Tradução por Juliana Santin

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