Como geradora de renda e fonte de distribuição de emprego é preciso que essa atividade seja encarada como uma empresa que merece de atenção especial dos gestores e proprietários.
Não nos resta dúvidas que a globalização adentra no dia a dia das famílias e pessoas que trabalham no campo. Cada vez mais as notícias e informações são propagadas em tempo real. Como uma revolução ao longo dos séculos a agricultura alimenta – emprega – movimenta os mercados – e faz com que milhares de pessoas possam sobreviver do agronegócio.
Segundo BATALHA, 2001, As transações de mercadorias diferem umas das outras. Qualquer leigo pode perceber que o processo de venda de feijão difere essencialmente daquele de venda de pizza hut. Sistematizar essas diferenças, no entanto não é uma tarefa trivial. Adotando a metodologia apresentada pela Economia, as transações se diferem em termos. 1 – A incerteza 2 - A frequência 3 – A estrutura de Informação e 4 – Especificidade dos investimentos envolvidos.
A fonte de riquesa de um país pode ser mensurada pelo que ele produz, a agricultura como fonte de renda primária serve como base para aplicação destes métodos de agricultura. Como exemplo podemos observar as negociações de commodities, produtos padronizados, ou seja, que não variam em consideravelmente em termos de qualidade (BATALHA, 2001).
Na cafeicultura como é a proposta deste estudo, vemos como à um alto nível de profissionalizmo no setor por parte das pessoas que trabalham com a venda futura e no mercado físico, (comerciantes, indústria e exportadores), aparentemente se observa que muitos dos que trabalham com a cafeicultura possuem um alto padrão de vida. Na realidade isso esta mais próximo dos grandes comerciantes, dos que industrializam e daqueles que trabalham com a exportação do produto.
Ainda é perceptível, como os produtores de café ficam a mercê do terceiros, o que deveria ser o inverso, pois os mesmos são a peça chave da mola econômica, pois estão ligados a produção, a transformação da matéria/solo em alimento que gera divisas pelo mundo afora. O que deveria ser o contrário, o detentor da matéria prima e da produção tem que estar em primeiro plano, afinal é o cafeicultor que faz o processo de transformação aliado ao clima e ao dia a dia da propriedade cafeeira.
O meio rural brasileiro, particularmente na última década, tem passado por grandes transformações quer sejam oriundas da base tecnológica, de movimentos sociais, de ordem econômica ou de políticas públicas. Mesmo com todas essas transformações o agronegócio tem se tornado um dos setores mais dinâmicos da economia brasileira (OLIVEIRA & ANTONIALLI, 2008).
Dessas transformações está surgindo um novo posicionamento para as empresas rurais, em que se busca praticar uma agricultura moderna e intimamente ligada aos mercados em que atuam. Diante dessa busca de competitividade, elas estão procurando novos modelos para o padrão estratégico, gerencial e operacional.
A empresa rural que até pouco tempo atrás, se preocupava apenas com os métodos de produção, hoje precisa acompanhar mudanças no mercado e saber agir rápido para acompanhá-lo, pesquisar tendências de demanda, elaborar estratégias de comercialização, acompanhar os avanços tecnológicos pertinentes à sua atividade para manter-se competitivo. Para escolher a alternativa estratégica mais adequada à empresa rural, integrando-as às novas exigências do agronegócio, é necessário conhecê-la, identificando suas potencialidades e deficiências (OLIVEIRA & ANTONIALLI, 2008).
Inúmeras são as variáveis que podem condicionar ou afetar o desempenho econômico financeiro de uma empresa rural, a despeito da região geográfica de exploração e do tipo de atividade desenvolvida. Ao mesmo tempo, vários são os condicionantes dos resultados técnicos e econômicos obtidos pelos empresários rurais, sendo difícil determinar quais são aqueles que contribuem fundamentalmente para caracterizar um bom empresário rural.
Afirma ainda Porter (1992) que as diferenças na eficiência operacional das empresas são marcantes. Algumas empresas conseguem obter mais dos seus recursos, pois eliminam os esforços redundantes, empregam tecnologia mais avançada, motivam melhor os funcionários ou possuem melhores competências para gerir uma atividade particular ou um conjunto de atividades. Tais diferenças na eficiência operacional explicam as diferenças de rentabilidade entre empresas concorrentes. Em alguns casos, os gestores têm deixado a eficiência operacional suplantar a estratégia.
Hoje ser competitivo esta atrelado a forma de se viver na sociedade capitalista, hoje o produtor não pode apenas ter o auxilio da assistência técnica dos órgãos federais, estaduais e municipais, o produtor passa a debater nas assembléias sobre a gestão de sua cooperativa, ou na forma como o dinheiro deve ser empregado em determinada atividade através do orçamento participativo.
Cada vez mais a figura do homem simples e ingênuo é deixada para trás, o produtor rural merece respeito, tem o dever de participar das rodas de discussões que ditam a forma como o café é vendido, de qual nicho de mercado é mais satisfatório a curto, médio e longo prazo e acima de tudo, mostrar para seus empregados (colonos, e meeiros) que a propriedade não é só um canto do interior e sim uma empresa que mostra seu produto para milhares de famílias que apreciam a fonte de alimento que é o café brasileiro.
REFERÊNCIAS
BATALHA, Gestão Agroindustrial, Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais, ED Atlas 2001, Vomule 1, Segunda Edição.
OLIVEIRA & ANTONIALLI, 2008, Alternativas Adotadas por uma Empresa Rural Inserida no Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paraíba, ED, UFLA, 2008.