CERTIFICAÇÃO, QUALIDADE E ABERTURA DO MERCADO AO PRODUTOR
Muito recentemente temos visto como a certificação tem trazido grandes benefícios às sociedades que incorporaram este conceito a seu padrão administrativo.
A certificação sem dúvida tem seus pontos relevantes para o desenvolvimento comum e elevação do conhecimento pessoal, além da melhoria de qualidade de vida dos participantes do processo, além de colocar os cafeicultores em posição privilegiada na gestão de suas organizações.
Todos, em todos os lugares e em todos os tipos de empresas, estruturas e organizações, preocupam-se com a qualidade. A qualidade esta ligada a história da Humanidade, desde o principio das eras (BALLESTERO, 2001).
A qualidade na Cafeicultura não pode ser vista apenas na produção e beneficiamento do café, ou no preparo de bons lotes para o mercado de qualidade. A qualidade deve estar atrelada ao todo, ao desenvolvimento da empresa rural e de seu crescimento como uma empresa bem gerida.
Cada vez mais os mercados estão mais competitivos, e a gestão tem se mostrado como o único meio de sobrevivência para as organizações que se digladiam pelos mercados; sejam elas de pequeno, médio ou grande porte.
Há certo tempo o mundo já vem falando em uma Nova Economia. Com a abertura de barreiras comerciais, internacionalização dos mercados e sistemas, a concorrência tem apertado dia após dia (STIGLITZ, 2003).
A certificação tem chamado a atenção nos últimos anos, pela inovação administrativa, pela forma como a propriedade é conduzida, e sem dúvida pela remuneração que os cafeicultores recebem.
Agora lhes pergunto... Não seria primordial que antes da certificação os cafeicultores tivessem experimentação ou contato direto com o mercado real?
Talvez surja o questionamento sobre o nível de formação acadêmica de diversos produtores que não tiveram a oportunidade de estudar como “certos especialistas do mercado”. Mas o que chama a atenção é o cafeicultor que gera a riqueza, que produz seu café que é servido na mesa de milhares de famílias; muitas vezes não participa deste processo como um todo.
Quero chegar ao entendimento que: 1º vamos certificar as fazendas, 2º trazer o mercado para próximo do produtor, 3º permitir que o produtor tenha conhecimento dos mecanismos mercadológicos que regem o sistema entre as partes comprador x vendedor.
. O cafeicultor de sucesso precisa ser um bom observador, um grande comerciante e ter a prudência de um administrador para planejar e exercer controle de sua atividade. Entretanto a cafeicultura só é uma atividade lucrativa se for administrada com competência. O mercado de café é bastante exigente e não dá margem para o amadorismo; isto vale para todos os tipos café, seja especiais, orgânico, arábica ou conilons (ZAMBOLIM, 2001).
Não basta apenas certificar, ter qualidade, mas é necessário que o mercado adentre as fronteiras do interior e tenha intimidade com o dono do produto, que são os milhares de cafeicultores espalhadas país afora.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLESTERO, Maria Esmeralda Ballestero-Alvarez, Administração da Qualidade e da Produtividade, São Paulo, Ed Atlas S.A – 2001.
STIGLITZ, Joseph E. Stiglitz. Globalization and growth in emerging markets and the New Economy, 2003 Published by Elsevier Inc. on behalf of Society for Policy Modeling.
ZAMBOLIM, L Tecnologias de Produção de Café com Qualidade, ED Universidade Federal de Viçosa – MG, 2001.