A pesquisa contou com a participação de 9 estados brasileiros, e 18,79% das respostas aprontaram como o principal desafio as dificuldades com custo de mão de obra especializada. Os leitores apontaram como segundo maior desafio, com 15,66%, as incertezas climáticas que nos últimos anos é preocupação em todas as regiões produtoras de café do mundo. A importância da gestão de custos na propriedade ficou em terceiro lugar com 10,02% das respostas.
As preocupações com a mão de obra vêm sendo discutida com freqüência no setor. A atividade exige pessoas qualificadas e comprometidas. A burocracia existente na contratação da mão de obra dificulta no sentido em que os trabalhadores temporários ganham maiores garantias de estabilidade em seus empregos fixos, portanto colocam em segundo plano os trabalhos temporários de safra, o que gera preocupação por parte dos produtores.
Gráfico 1 - Qual será o principal desafio do setor cafeeiro em 2012?
Outras opções de desafios para 2012, além das indicadas pelo CaféPoint, foram sugeridas pelos leitores:
- Escassez de mão de obra;
- Queda na produtividade;
- Alto custo e monopólio dos insumos agrícolas;
- Conscientização da importância da qualidade;
- Controle de doenças e pragas;
- Renovação das lavouras.
Dentre os leitores participantes da enquete, os mineiros tiveram maior participação (46%), seguido dos paulistas (31%) e dos capixabas (12%).
Gráfico 2 - Participação por estado brasileiro
Comentários de destaque
" Nas constantes variações de diversos pontos do setor, o produtor precisa ser eficiente no momento de produzir com qualidade e diminuir custos."
"Transparência de preço e orientação ajudarão a contornar estes desafios. "
"Colheita manual para o café conilon, esse pode vir a ser nosso desafio. Ainda não temos máquinas apropriadas para essa cultura."
"Não só o custo, mas a falta de mão de obra será um desafio."
"Com relação aos problemas climáticos, não temos controle total sobre eles, portanto estamos bem expostos. No momento onde o cenário mundial aponta para o crescimento do consumo, acredito que o Brasil deve trabalhar mais na divulgação de nosso café, assim como os demais países da América Latina, cuja produção é menor que a brasileira, porém de maior valor agregado."
"Continuando as ações de marketing que vem sendo trabalhadas sob novos arranjos desde 2011, o novo ano precisa avançar no posicionamento dos diferentes cafés do Brasil. A ABOP Café terá um importante papel neste processo, bem como os trabalhos que outras entidades vêm desenvolvendo, precisam ser somadas num discurso único e mostrar ao mundo quem é o país do café. Neste processo, adequar as propriedades e gerenciar seus custos são os desafios internos da propriedade, pois não é porque os preços estão melhores que deveremos nos descuidar destas áreas."
"As certificadoras deverão ser mais atuantes e de fácil acesso para os pequenos produtores, acho que eles estão muitos distantes da realidade, porque o processo de certificação deve ser gradativo."
"União dos produtores, criação de regiões de origem controladas, exigir maior eficácia das nossas cooperativas."
"Acredito que as incertezas climáticas têm colocado obstáculos às perspectivas da produção cafeeira, já que qualquer planejamento precisa levar em conta as alterações de clima que visivelmente tem alterado nossa capacidade de previsão de safra, que acaba não configurando o esperado. Também entendo a necessidade de se estabelecer uma estratégia de marketing eficiente para fortalecer especialmente uma percepção mais clara das qualidades do café brasileiro no mercado interno e no exterior, assim como estabelecer um planejamento estratégico, visando a adoção de tecnologias inovadoras que permitam ao cafeicultor a substituição do uso intensivo de mão de obra que cada vez mais vem onerando o custo de produção."
"Realizar um plantio sustentável, manter o nível de produção da lavoura alto e conseguir um preço final justo é o principal desafio da cafeicultura brasileira para 2012 ."
"Os incentivos fiscais e financiamentos deveriam beneficiar apenas os que andam em dia com sua obrigações assumidas, e não ficar tentando acertar a situação dos inúmeros produtores que só querem prorrogação de dividas, sendo que com os preços que atingimos agora só não acertou suas dividas quem não quis! Precisamos de incentivos para os que realmente acreditam no CAFÉ - nosso principal produto!"
"Hoje a burocracia existente na contratação da mão de obra no setor cafeeiro dificulta muito, no sentido de que os trabalhadores temporários estão ganhando maiores garantias de estabilidades em seus empregos e estão deixando de lado as temporadas da safra do café. O que traz grande aflição para os produtores e descontentamento para a categoria."
A mão de obra representa muito no custo de produção do café, particularmente, em lavoura de fixa produtividade, porque o trabalhador que trabalha por produção, cobra muito caro por unidade colhida quando não consegue colher muitas unidades por dia. Para que ele tenha uma renda boa é preciso cobrar mais por unidade."
"Administrar o custo de produção para poder investir em tecnologia, mecanizando o máximo as lavouras, devido a dificuldade de se obter mão de obra para o setor cafeeiro."
"Acredito que as três opções marcadas expressar minha preocupação com o aumento do consumo interno no Brasil, mas com os estoques baixos acredito que o problema estará em manter a qualidade dos cafés para o nosso consumo interno. Há uma grande dificuldade em manter uma qualidade devido à dificuldade em adquirir e manter o mesmo padrão dos blends. Com os estoques baixos e a expectativa de uma safra próxima de 50 milhões de sacas para 2012/13, acredito que os preços não deverão sofrer grandes mudanças. Qualquer contratempo climático no Brasil para as próximas safras poderá dar suporte para os preços."
"O momento da cafeicultura Brasileira é extremamente positivo, porém as condições climáticas é um grande desafio, pois não há ações técnicas e práticas para solucionar estes problemas a curto prazo. Por exemplo, caiu uma chuva de granizo que acabou com as lavouras no município de Itamogi, e não tem como fazer nada para prevenir, somente rezar, e começar a colocar em prática ações, como o uso de quebra vento, para diminuir a incidência de doenças."
"Para os cafeicultores das regiões de montanha o principal desafio é reduzir o custo de colheita!
"Diante de um quadro de altos custos de produção, principalmente no que concerne à mão de obra, e das exigências de mercado quanto a práticas agrícolas sustentáveis e rastreabilidade, há necessidade de novas tecnologias e inovações para o setor cafeeiro visando maior qualidade de nosso produto."
Participe você também deixando o seu comentário sobre os principais desafios do setor cafeeiro em 2012! O CaféPoint desde já agradece a sua colaboração.
Rafaela Vendemiatti, Equipe CaféPoint.