No Brasil, café é sinônimo de muitas coisas. No passado, foi um dos principais produtos da economia brasileira. Os barões do café eram os magnatas da época e representavam o poderio paulista juntamente com os produtores de leite de Minas Gerais. Daí o título política café com leite ao revezamento do poder nacional por presidentes dos dois Estados no período entre 1898 e 1930.
Muito além da história, a bebida está inserida no cotidiano brasileiro e dá nome à primeira refeição do dia, o café da manhã. Além disso, a expressão “Que tal um café?” pode ser usada como convite para um bate-papo ou pretexto para uma parada no meio do expediente. E as contribuições não param por aí.
Um estudo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) mostrou que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios que tem no café a base de sua economia é maior que os demais. No ranking mundial, o Brasil tem a liderança na produção e exportação de café.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), são 360 mil propriedades produtoras do grão espalhadas por 1.800 municípios distribuídos por 12 Estados. Minas Gerais concentra 52% da produção, seguida por São Paulo com 28%. O café, que chegou a representar 80% das exportações brasileiras, hoje – com a diversificação da economia – representa 4%. Mas sua importância não diminuiu.
Só em termos de mão de obra, a cafeicultura gera mais de oito milhões de empregos diretos e indiretos. O grande avanço do setor nas últimas décadas foi na produtividade e qualidade. “Até os anos 90, a área plantada era de 2,7 milhões de hectares e a produção estava na casa de 27 milhões de sacas, o que dava entre 10 e 11 sacas por hectare”, diz Gabriel Bartholo, gerente-geral da Embrapa Café.
“Hoje, a área caiu para 2,2 milhões de hectares e a produção aumentou para 40 milhões de sacas ano, o que rende entre 22 e 24 sacas por hectare”, explica Bartholo. Em termos de consumo, o Brasil está longe dos países nórdicos – como Finlândia, Noruega e Dinamarca, lugares em que o consumo per capita é em torno de 13 quilos de café por ano –, mas à frente de Itália, França e EUA.
De acordo, com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), no ano passado o consumo por brasileiro ano foi de 4,88 quilos, o que dá quase 82 litros da bebida por pessoa.
Diversidade
A oferta de cafés nas gôndolas dos supermercados é cada vez maior. Tal realidade é fruto das pesquisas aliadas aos avanços no processo de beneficiamento e torrefação dos grãos. Quem sai ganhando é o consumidor, que tem ao seu alcance uma variedade cada vez maior. Hoje, há cafés para todos os bolsos e gostos.
Desde o tradicional, aquele vendido embalagens do tipo travesseiro, até os da categoria premium – também chamados de cafés especiais ou gourmet – que vêm em embalagens a vácuo. Os melhores cafés são da variedade arábica e, geralmente, recebem o adjetivo de premium por conta dos cuidados especiais no processo produtivo – trato da lavoura, colheita seletiva dos grãos cereja, beneficiamento e torrefação adequados – que repercutem numa bebida de qualidade superior.
Além disso, a diversidade de regiões produtoras garante ao consumidor opções diferentes ao paladar. Para quem prefere um café encorpado, com acidez acentuada, o ideal é o café de altitude. Exemplo: café das montanhas de Minas. Já o café do cerrado é indicado para aqueles que gostam de uma bebida mais aromática e doce. Basta você provar todas as opções e escolher a que mais lhe agrada.