A semana do café

Numa semana morna na bolsa do café onde a indecisão predominou a maior parte da semana não tivemos grandes movimentos e pelo que parece estão todos aguardando a safra brasileira para tomar suas decisões.
O olho do furacao parece ter saído da Grécia e ido agora para a Espanha
A crise na Europa que aflige o velho continente esta longe de terminar e com isso os investidores ficam mais ariscos e os mercados mais nervosos. Na sexta feira passada a agencia FITCH rebaixou a nota da Espanha e com isto significa que a Espanha terá dificuldade em pagar suas e dividas e também em renegocia La, e como esta noticia saiu na sexta depois de muitos mercados já estarem fechados o reflexo desta brincadeira ficara pra semana que vem.
Em um comentário o banco JP Morgan mandou três cenários possíveis para o preço do café, e o único que previra preços melhores seria se tivéssemos uma geada na zona produtora de café. Outro comentário nos revela neste estudo que nos últimos trinta anos em vinte deles o mercado caiu no mês de julho , mês onde a safra brasileira esta em pleno vapor , portanto podemos esperar uma queda nas cotações.
O cenário de queda e de crise também traz a alta do dólar e com isso o preço do café no físico fica inalterado o que seria a salvação pelo gongo antes do nocaute ou de jogar a toalha.
Tecnicamente tive a impressão que o gráfico mudou o trade range notado nas ultimas cinco semanas que teria saído de 130 a 140 para 132 a 136 dólares por libra peso o que torna um range pequeno desinteressante e perigoso. As operações de compra ficaram desinteressantes, portanto nosso trade aberto de compra será realizado na segunda onde o stop esta na entrada o que não nos gerara prejuízo a não ser a da corretagem, o que é salutar, pois os corretores precisam sobreviver.
A possibilidade de uma alta fica agora nesta época voltada para o clima, se tivermos uma geada devera subir se não vier fica mais difícil.
Para o mercado físico quem esta precisando defender algum para pagar as despesas da fazendo sugiro que aproveitem estes buracos de café de qualidade e uma eventual alta do dólar casado com a subida da bolsa que poderá ter cotações melhores, e acho que ficaremos com saudades destas cotações quando a safra bater mais forte e a desova forem inevitáveis, é crise batendo na porta, e isto significa dinheiro mais difícil e com juros mais caros.
Os estoques de café continuam recuando e dando sustentação ao mercado, uma entrada do governo agora em forma de opções daria uma alavancada neste mercado morno e chato de trabalhar. Fica a dica aí para o meu chara ministro da agricultura.
As ofertas que os importadores continuam mandando para nosso café, a 25 abaixo das cotações da bolsa de Nova Iorque, chegam a ser ridícula e o exportador que aceitar um preço destes só pode ser desespero, pois não acredito que o mercado caia abaixo das cotações existente hoje. Seria suicídio para cafeicultura e também para o exportador porque mesmo que a colheita seja acima de 55 milhões de sacas, este tamanho de colheita me parece que já esta precificado, pois este ano a safra é maior, mas ano que vem voltamos à carga baixa e o estoque não será reposto.
Tenham todos uma boa semana e bons negócios
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com