Dona de sete marcas e participação de mercado da ordem de 21%, a multinacional americana Sara Lee, atuante num segmento que inclui cerca de 2,5 mil marcas, a maior parte regionais, deve ampliar sua liderança no mercado brasileiro de café em 2009. A empresa acredita que com investimentos recentes em produção, distribuição e marketing será possível cumprir a meta de crescimento de 5% das vendas em 2009.

A Abic vem alertando que haverá uma nova desaceleração do consumo de café no país neste ano. Em 2008, segundo a entidade, o crescimento já foi menor que a média de 5% observada em anos anteriores, por conta da crise internacional. O incremento em relação a 2007 foi de 3,2%, e o consumo atingiu 17,6 milhões de sacas de 60 quilos. Em 2009, o percentual tende a ser menor.

As torrefadoras que atuam no país tem a difícil tarefa de fazer aqueles que já apreciam café elevarem suas compras, já que 97% da população acima de 15 anos afirma que já consome a bebida. Uma das alternativas da Sara Lee e de suas principais concorrentes - entre elas a Santa Clara, sócia do grupo israelense Strauss-Elite, e a alemã Melitta -, é elevar a aposta em grãos especiais. A outra é investir em marketing, promoções e logística de distribuição.

De 1998 a 2006, A Sara Lee investiu cerca de R$ 500 milhões no Brasil. Do fim de 2006 para cá, outros R$ 200 milhões foram aportados, valor que inclui a aquisição da paulista Café Moka, no segundo semestre de 2008. A estrutura sedimentada nos últimos anos está a serviço das sete marcas de café da Sara Lee no Brasil, mas particularmente em 2009 ela estará um pouco mais concentrada na Pilão.

A marca Pilão completa 30 anos em 2009 e, de presente, ganhou a tarefa de puxar o previsto crescimento da empresa no ano. Sozinha, sua fatia no mercado chega a 12,5%. "A Pilão já é nacional, conta com a maior distribuição, é pioneira em embalagens a vácuo, que facilitam armazenamento de transporte, e tem a maior família de produtos", diz Ricardo Souza, diretor de marketing da Sara Lee Cafés do Brasil Ltda.

Ciente das previsões de redução no ritmo de aumento da demanda doméstica neste ano, Souza reitera que o "consumo interno sofreu desaceleração, mas não caiu". De acordo com ele, o consumidor está racionalizando as compras e está mais concentrado em marcas nacionais. Paradoxalmente, o consumo fora de casa cresceu, o que fortalece outra marca conhecida da Sara Lee, a rede de cafeterias "Café do Ponto". Também são da Sara Lee as marcas Caboclo, Móka, Seleto e Jaraguá.

As informações são de Fernando Lopes, do jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe CaféPoint.