As vendas de café expresso, em importantes cafeterias de Belo Horizonte, continuam sendo suplantadas, de longe, pela comercialização de café coado, de acordo com depoimentos dos donos dos estabelecimentos, citados em notícia do Jornal do Commércio - RJ.

No Café Nice, no Dois Irmãos e no Boca de Pito o café de coador, apesar de vender menos do que antigamente, tem clientes cativos que se recusam a trocá-lo pelo café expresso.

"Há nove anos, quando o expresso era novidade, colocamos uma máquina aqui. Enquanto ela foi novidade, as vendas iam bem. Depois de quatro meses, não vendíamos nem 10 expressos por dia. Por isso, ela foi desativada", conta o proprietário do Café Nice, Renato Moura Caldeira.

No Dois Irmãos, o dono do estabelecimento, Sidney Gonçalves de Castro Filho, mantém uma máquina de expresso que praticamente só é colocada na ativa em períodos nos quais há convenções com a presença de paulistas e paranaenses no Minas Centro. "Servimos café expresso e também capuccino, mas 99% das vendas de café estão concentradas no cafezinho", completa.

O Café Boca de Pito, funcionando, há 30 anos, na Savassi, tem na venda de cafés 60% do faturamento, servindo em média, 500 xícaras ao dia e se orgulha de ter clientes assíduos, que preferem o café de coador. "Fomos a primeira cafeteria de Belo Horizonte a servir café expresso, capuccino e café com creme, mas a preferência dos fregueses é pelo cafezinho. Vendemos em média 15 xícaras de cafezinho para uma de expresso", calcula o proprietário, Geraldo Magela Neme.

Ainda segundo Neme, há cinco anos não se vendia sequer uma xícara de expresso. "Quando começamos a servir, só os italianos da Fiat e os alemães da Mannesmann optavam pelo expresso. Agora, com mais pontos de venda, a performance melhorou um pouco. Mas nem a mania do café gourmet substitui o café de coador para os mineiros", aposta.