O mercado de café volta a mostrar o quadro que descrevi neste espaço no último dia 20. Passada a onda de alta, iniciada em outubro, por conta da quebra da próxima safra brasileira, e com uma situação, a curto prazo, de relativo conforto na oferta, a tendência volta a mesclar estabilidade e indefinição, com um certo viés de baixa.

Ao que tudo indica, esta situação só será quebrada, pontualmente, por notícias que gerem fluxos especulativos, como foi o caso do anúncio das opções, ou quando um ocorrer um fato realmente novo, que pode ser o efetivo lançamento das opções e sua boa aceitação, por preços acima dos ora praticados.

Os fechamentos das bolsas, nesta quinta-feira, vieram confirmar que o efeito do anúncio das opções foi "fogo de palha". A LIFFE, que como disse ontem, trabalha num patamar de preços relativamente mais elevado que as bolsas de arábica, perdeu 0,58%. Na NYBOT as vendas foram mais intensas, sell stops foram atingidos e, mesmo com compras de indústrias, a queda foi de 1,86%, num dia em que foram negociados 16.047 contratos. Na BM&F, a queda foi ainda mais intensa, de 2,39%, e o movimento se manteve na casa dos mil contratos negociados, mais precisamente 1.110.

Com as quedas nas bolsas e o recuo do dólar o mercado físico brasileiro travou, principalmente no caso do arábica, que teve redução generalizada de preços, enquanto o conilon sofreu leve majoração.

A queda do mercado travou também o leilão de CPR-Física do BB, no qual voltaram a não ocorrer arremates. O lote de café padrão BM&F de preço de oferta mais baixo, R$ 274,00, para entrega em dezembro(!), já não despertou o interesse dos compradores. O mesmo ocorreu com conilon tipo 7/8 com até 260 defeitos, para entrega em julho, a R$ 190,00, com arábica rio, tipo 7, com até 220 defeitos, para outubro, a 225,00 e arábica tipo 6, dura para melhor, para outubro, a 255,00.