A continuidade das turbulências nos mercados especulativos mundiais, gerada pelas oscilações da bolsa de valores de Xangai, afetaram, de modo muito negativo, as cotações dos contratos futuros de café, nesta semana.

Nesta sexta, a LIFFE, no seu pior resultado desde 14/12, voltou a fechar abaixo de 1500 dólares por tonelada, registrando perda de 2,09%. A NYBOT, já abriu em queda, teve movimento moderado, estimado em 13.139 contratos negociados, e fechou em queda de 1,24%. Na BM&F, o movimento também foi baixo, com 1.736 contratos negociados, e a perda, no fechamento, foi de 1,18%.

No balanço da semana, as três bolsas acumularam perdas vultosas, de 4,65%, na LIFFE, de 4,16%, na NYBOT e de 4,14%, na BM&F, devolvendo todos bons ganhos auferidos na semana passada, quando o quadro fundamental de oferta apertada de café parecia voltar a prevalecer.

Essa alta teve um forte componente de compras de fundos, pois o relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), com o posicionamento dos traders na NYBOT, em 27/2 (dia em que a bolsa de Xangai começou a sacudir o mundo) ainda refletia a inversão na tendência de queda do saldo líquido comprado dos fundos (non-commercial), trazendo boa elevação de 8.801 para 12.375 contratos. Os hedgers de indústrias e origens (commercial) elevando seu saldo vendido, de 12.597 para 17.174 contratos, e os especuladores (nonreportable) elevando o saldo comprado, de 3.796 para 4.799 contratos. No entanto, o número de contratos em aberto se mantinha praticamente estável, variando de 128.677 para 128.130, entre 20 e 27/2.

Se derrubou as cotações nas bolsas, a onda vinda da China, por outro lado, elevou as cotações do dólar e, com isso, prevaleceu a estabilidade nas cotações, no mercado físico, nesta sexta-feira. Mas, como esta se dá em níveis de preço bem abaixo do esperado pelos produtores, o mercado interno ficou travado.

No leilão de CPR-Física do BB foram arrematados dois lotes café padrão BM&F, com entrega setembro e outubro, ofertados a R$ 280,00 e comprados a, respectivamente, R$ 282,10 e 290,55. E mais um, de mesmo padrão, com entrega em novembro, ofertado a R$ 290,00, que saiu a R$ 290,25. No total do leilão, estavam em oferta 37.700 sacas, das quais os lotes vendidos correspondiam a 3.000, o que conferiu certa liquidez ao pregão.