Ainda sob o "efeito Xangai", as cotações dos contratos futuros de café continuam a cair sem encontrar suportes. Nesta segunda-feira, a LIFFE perdeu 2,41%, a NYBOT, caiu 3,17%, com forte movimento, estimado em 29.495 contratos negociados e impulsionado por sell stops de fundos, sendo acompanhada pela BM&F, cuja perda foi de 2,83% e onde movimento também se intensificou, chegando a 3.224 contratos.

Alguns fatores, como o alta do saldo comprado dos fundos no relatório do CFTC de sexta-feira, que, simplesmente, refletia o humor do mercado antes da crise Chinesa, e elevações nas estimativas para as safras brasileiras de 2006/07, 2007/08 e 2008/08 - esta até com o número estapafúrdio de 55 milhões de sacas - foram apontados como coadjuvantes para a justificativa das quedas nas cotações, mas, na verdade, o quadro fundamental continua inalterado e resta esperar a onda negativa passar, para verificar o real posicionamento do mercado, com o complicativo, no entanto e principalmente para o conilon, de que a proximidade da próxima safra pode começar a se manifestar.

Mesmo com a leve alta do dólar, os preços no mercado físico despencaram, de forma generalizada. E, neste cenário de enorme incerteza, tanto os produtores só vendem para cobrir necessidades extremas, como os compradores se retraem, para não assumir custos cujo risco de não conseguir repassar é eminente.

No leilão de CPR-Física do BB foram arrematados apenas dois lotes (1.200 sacas) café padrão BM&F, ofertados a R$ 285,00, cujos preços finais foram R$ 286,00 e R$ 287,00, mas com entrega dezembro. No total do leilão, estavam em oferta 35.530 sacas.