Em razão da solicitação do meu colega, tenho a dizer que, a situação das lavouras de café do Brasil não se alterou apesar dos preços que no atual período está compensador. Os cafeicultores passaram por um período muito longo de preços deprimidos e isso fez com que uma parte significativa de cafeicultores ficasse descapitalizada e sem condições de utilizar insumos em quantidade e em qualidade suficientes para melhorar a situação vegetativa das lavouras.
Trabalho na Universidade Federal de Viçosa com extensão universitária orientando estudantes de agronomia dos últimos períodos e, em conjunto, acompanhamos diversos produtores em vários municípios da região da Zona da Mata de Minas Gerais, tais como: Ervália, Araponga, Canaã, Viçosa, Paula Cândido, São Miguel do Anta, Sericita e Teixeiras. E etc.
Visitei também alguns municípios da região do leste de Minas, entre eles: Raul Soares, Caratinga, São Pedro dos Ferros, Manhuaçú e outros.
Tirei várias fotos, inseri algumas bem representativas das maiorias das lavouras que visitamos. Fotos essas tiradas com os meus estagiários na maioria das lavouras nos vários municípios que trabalho.
Duas são as observações a fazer em relação às lavouras de café arábica do Brasil, especialmente as lavouras aqui da região: o envassoramento e a desfolha.
Como podem ser observadas em várias fotos aqui incluídas, as lavouras apresentam uma arquitetura desfavorável à produção. Um número expressivo de lavouras está com o pé de café em formato de cone invertido. Ou seja, as lavouras estão com excesso de ramos ortotrópicos.
Tenho visto muitas lavouras com arquitetura toda deformada. Há lavouras em que as plantas possuem vários ramos ortotrópicos e, pro essa razão, ao invés da planta ter um formato de cone e com apenas um ramo ortotrópico, ou no máximo dois, ela está parecendo uma vassoura.
Como os preços pagos aos cafeicultores lhes foram desfavoráveis por um período muito longo, muitos tratos culturais, incluindo aí as podas, foram relegas a segundo plano. As podas devem ser feitas nas lavouras de tal sorte a deixar as plantas do cafeeiro com uma arquitetura tal qual a de um cone. A planta do cafeeiro deve ter uma saia rodada e ampla, com um ou no máximo dois ramo ortotrópicos.
Quando as plantas perdem a arquitetura, ela passa a ter vários ramos ortotrópicos e estes ramos além de dificultar a entrada da luz em toda a planta, se transformam em ramos ladrões.
Estes ramos ao invés de ser uma fonte produtora de fotossíntese, contribuindo para que a totalidade da fotossíntese produzida pela planta seja de saldo positivo, elas sugam foto-assimilados e depaupera a planta do cafeeiro, eles se transformam num dreno, de tal forma que, mesmo dando um elevado número de flores, elas serão abortadas e, se não forem abortadas, elas, em algum momento após a transformação dos frutos, cairão.
Foto tirada em Araponga - MG
É muito comum o produtor me procurar informando que os chumbinhos estão caindo. Na sequência, quando vou visitar a sua lavoura, percebo que o problema não é nutricional e nem de doenças e ou pragas e sim a existência de um excesso de ramos ortotrópicos em relação aos plagiotrópicos. Vejam a foto acima e as fotos abaixo. Ambas as lavouras apresentam excesso de ramos ortotrópicos e com um pequeno crescimento dos ramos plageotrópicos.
Fotos tiradas em Canaã - MG
Outro aspecto a ser comentado é a estiagem. Vários artigos, nas mais diversas fontes de comunicação, bradaram a quatro cantos sobre a estiagem e sobre as perdas que iriam causar na produção de café no ano de 2012. De fato, a injúria das lavouras causada pelo déficit hídrico contribuiu para um desfolhamento de muitas lavouras, em especial, aquelas que estavam depauperadas.
É importante ressaltar que mais importante que a estiagem ocorrida nos meses secos do ano, ou seja, de maio a setembro, a estiagem que ocorreu no período entre os meses de janeiro a março prejudicou muito mais a produção que os cinco meses sem chuva.
Nos meses janeiro a março é que se dá o crescimento dos ramos do cafeeiro. A planta para desenvolver necessita de Luz, tanto em intensidade quanto em tempo de luminosidade, de temperatura adequada e de umidade. No início do ano tivemos um forte veranico aliado a alta temperatura, esta conjugação contribuiu para não haver crescimento dos ramos.
Sabe-se que quando a temperatura excede a 25°C, o café arábica fecha os estômatos quase em sua totalidade, assim, a absorção de CO2 fica prejudicada e, em conseqüência disso, a fotossíntese diminui muito e não havendo fotossíntese, por conseqüência não haverá crescimento dos ramos. Normalmente, no pé de café os ramos plageotrópicos crescem de 10 a 16 rosetas no período chuvoso. Quando há determinado problema climático, tal qual ao que houve no início do ano, não se verifica esse crescimento no ramo plageotrópico, em média crescerá seis a oito rosetas. Nessas lavouras houve uma florada espetacular, mas as flores abortaram. Todas essas fotos foram tiradas após a florada deste ano para mostrar aos alunos de agronomia que as flores não se traduziriam em frutos.
No artigo, a falsa florada, escrita por mim em 2009 já comentei sobre a contabilidade da fotossíntese e irei repetir. Como as plantas estavam muito desfolhadas e muito estressadas, na tentativa de perpetuar a espécie, elas floriram ao máximo. Mas a florada não se traduz em frutos, pois a planta não tem folha em condições aptas para fazer fotossíntese.
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Foto tirada em Ervália - MG
Até eu que tenho um conhecimento maior em economia do que em fisiologia, sei que café armazena carboidratos nas folhas e se não tiver folha adulta, ou pelo menos num tamanho de ¾ do seu tamanho final, ela não está pronta para fazer fotossíntese em quantidade suficiente para que a fotossíntese líquida seja positiva. Aí estas folhas passam a ser um dreno ao invés de ser uma fonte. O que interessa é fotossíntese líquida. (INFORME AGROPECUÁRIO, 1986).
De nada adianta a planta ter uma florada espetacular se a relação de folhas viáveis para fazer fotossíntese no somatório da planta não for suficiente para, no equilíbrio geral, ter uma fotossíntese líquida positiva. Além desse aspecto do desfolhamento há também o fato das lavouras de modo geral estarem com a arquitetura muito desfavorável para produção.
Numa planta muito desfolhada a ilusão de ótica de uma grande florada fica muito evidente, pois nas lavouras muito desfolhadas se tem uma impressão de que a quantidade de flores é muito grande. Assim além da florada não ser lá aquela "Brastemp", uma grande parte dela iria abortar - como abortou - e os ramos produtivos (plagiotrópicos), também secam, no sentido da ponta para o tronco (ortotrópico). Assim, pode-se afirmar que com uma grande probabilidade de acerto que a produção do próximo ano ficou prejudicada.
Outro aspecto a ser considerado é que este ano durante todo período em que as flores do cafeeiro estavam abertas choveu diuturnamente, uma chuva fina aliada a baixas temperaturas e ventos frios. Em outros anos chove, as flores abrem e o sol aparece, há alternância de chuva e sol e a temperatura se eleva e ou pelo menos a temperatura não se mantém baixa por tanto tempo. A elevada umidade aliada a baixa temperatura, contribuiu para o avanço das doenças causado pó fungos (phoma e Colletotrichum) em várias lavouras e em vários municípios, causando abortamento da florada e conseqüentemente causando enorme prejuízo à produção de café no Brasil.
Também há de ser comentado que em várias regiões houve geada e chuva de granizo. Mesmo que estes eventos climáticos não tenham sido grandes o suficiente para que a mídia o divulgasse a quatro cantos, eles existiram e no somatório influenciarão na futura safra.
Somente as lavouras novas e as lavoras de regiões novas produtoras de café, de vários estados, onde há uma nova geração de cafeicultores altamente tecnificados e capitalizados, que utilizam intensivamente o capital e irrigam suas lavouras e as nutrem equilibradamente e as manejam de forma tal que conseguem altíssimas produtividades não tiveram suas lavouras afetadas pela grande variação climática. No entanto, há de se ressaltar que estes produtores produziram café neste ano e no ano passado e como suas produções não oscilam muito, a produção destes produtores para o próximo ano não irá alterar muito, se mantendo mais ou menos constante assim estatisticamente não influirá muito na próxima safra.
Somente os cafeicultores capitalizados e mais tecnificados que parcelaram as suas vendas e que comercializaram a sua produção a partir do meado do mês de novembro, conseguiram fazer um preço médio remunerador para a sua safra. Já que comercializaram uma parte da sua produção um preço em torno de R$ 350,00, a partir de novembro de 2010 e um preço mais compensador a partir de Janeiro de 2011, em trono de 500,00 por conseqüência, deram um trato adequado as suas lavouras.
Essas lavouras sentiram menos o veranico do início do ano e também a seca nos meses de maio a setembro. Como se pode observar nas fotos abaixo essa lavoras floriram e com certeza as flores se transformarão em frutos pois elas estavam bem enfolhadas e os pés de café com uma arquitetura bem definida e em forma de cone e sem ou pouquíssimo ramos ladrões no período da floração.
Fotos tiradas em Divinésia - MG
Os preços pagos aos produtores a partir do ano de 2002 até o mês de outubro de 2010 apenas remunerava os custos variáveis, ou seja, os custos operacionais. Visando facilitar o entendimento do que isso significa, tomemos a figura abaixo.
O CMe = CVMe + CFMe, sendo que ambos tem forma de U, reflexo da lei dos rendimentos decrescentes. O ponto mínimo do CMe ocorre a direita do ponto mínimo do CVMe.
Isso se deve ao fato de o CMe incluir o CFMe, o qual decresce continuamente com o aumento da produção. Após o CVMe atingir seu ponto mínimo e começar a aumentar, este aumento estará ocorrendo numa faixa em que o decréscimo acentuado do CFMe o sobrepuja, o que faz com que o CMe continue a cair.Todavia, o acréscimo no CVMe aproxima-se maior que o decréscimo no CFMe, quando a produção aumenta.
O CVMe atinge o seu mínimo em oq2, enquanto o CMe o faz em oq3. Entre oq2 e oq3 a queda do no CFMe mais que compensa o acréscimo no CVMe, de tal forma que o CMe continua a cair. A partir de oq3 o aumento no CVMe não é mais compensado pelo decréscimo do CFMe, de tal modo que o CMe aumenta.
Sabe-se que o CMa é a mudança no CT quando se produz uma unidade extra do produto. Pressupunha, portanto, que se parta de um nível de produção de n unidades do produto. Se aumentar a produção de uma unidade o CMa dessa unidade adicional será a mudança no CT resultante da produção de (n+1)-esima unidade.
O CMa por outro lado corta as curvas do CVMe e do CMe em seus em seus pontos de mínimo.Pretende-se, neste trabalho, estabelecer tão somente a relação entre o CMe e o CMa. A relação entre o CVMe e o CMa pode ser estabelecida de modo análogo, seguindo a mesma linha de raciocínio.
O CMe para cada nível de produção é encontrado dividindo-se o CT pelo nível de produção considerado. Assim, o CMe para a n-esima unidade do produto será:
O que toda essa teoria econômica tem a ver com a falsa florada do café? Vejamos as explicações:
Quando o produtor comercializa o seu café ao preço p2 e produzindo a quantidade q3 seu custo Ma = CMe, em razão disso, a receita obtida com a comercialização da produção de café cobre todos os custo de produção. A sua receita ou renda é capaz de pagar todos os custos fixos e também os custos variáveis, essa situação é que se denomina de lucro normal. Nessa situação o produtor irá sobreviver na atividade indefinidamente.
Quando o produtor comercializa o seu café acima do preço p1 e abaixo do p2 e produzindo no intervalo entre q2 e q3 a receita obtida com a comercialização da produção de café não é suficiente para cobrir todos os custo de produção. A receita obtida é suficiente apenas para cobrir os custos variáveis, ou seja, apenas os custos operacionais. Nessa situação o produtor sobreviverá na atividade apenas por um tempo, enquanto os seus recursos integrantes dos custos fixos suportarem a atividade ele irá sobreviver. Nesta situação o produtor irá empobrecer. O seu trator irá ficar sem as manutenções adequadas, as suas benfeitorias irão estragando e não serão consertadas, não serão feitas as calagens de acordo com as recomendações, os insumos que dão respostas a longo prazo deixarão de ser utilizados.
Como o tempo de preços deprimidos foi muito longo, e os cafeicultores estavam comercializando o café a preços abaixo de p2 as lavouras foram depauperando em razão dos cafeicultores não terem recursos financeiros para manejarem suas lavouras adequadamente.
Fonte: REZENDE, et.al, 2007
Como pode ser observado na figura acima, a cadeia agroindustrial do café é muito longa e recheada de intermediários. Como a margem de cada elo está diminuindo ano após ano, há um grande interesse por parte de determinados elos da cadeia em provocar um pânico nos produtores de forma a levar um grande número produtores a colocar a venda todo ou parte seu estoque.
Na cadeia há um grande número de intermediários e a informação aos produtores, que deveria ser uma ferramenta capaz de dar sustentabilidade e transparência ao comércio de café de forma a torná-lo mais justo, é toda distorcida.
Este ano mesmo os cafeicultores mais descapitalizados e desorganizados conseguiram comercializar o seu produto por um preço remunerador no período da safra e não estão mais naquele aperto financeiro de outrora e dessa forma apesar da produção nacional ter sido em torno de 43 milhões de sacas ainda há cafeicultores com café em estoque e o mercado está na atualidade com muita dificuldade de comprar café.Especialmente os de melhores qualidade. Assim é interessante divulgar aos quatro cantos que a próxima safra de café do Brasil será uma fábula. Já ouvi falar até em 60 milhões de sacas.
Como pode ser observado no quadro abaixo a estrutura fundiária da cafeicultura nos principais estados produtores no Brasil ( área em mil ha) é caracterizada por propriedades pequenas. Em torno de 70% das lavouras estão em propriedades que possuem abaixo de 50 ha.
Estrutura fundiária com essa característica, leva concluir que em virtude da crise pela qual passou a cafeicultura nacional, nos últimos oito a nove anos, fez com que a maioria dos cafeicultores ficassem descapitalizados e endividados. Assim, em razão disso, estes produtores, com algumas exceções, não tiveram condições econômicas de utilizar o máximo de insumos. Conseqüentemente, a produtividade das lavouras da grande maioria dos produtores ainda é baixa e o reflexo na produção em razão dos atuais preços ainda não foi suficiente para reverter o depauperamento das lavoras.
Vários meios de comunicação (a mídia) têm divulgado que o café, assim como várias outras commodities importantes da agropecuária brasileira, vive um momento de ótimos preços e de elevada valorização.
No caso específico do café a história não é totalmente verdadeira. Os preços estão remuneradores para os cafés que têm a sua bebida classificada como bebida dura, ou melhor. Não se pode esquecer que raras são as propriedades que produzem em sua totalidade somente café finos. A grande maioria consegue produzir em média 60 a 70% de café duro ou melhor. Há um número relativamente grande de propriedades que não conseguem atingir nem essa porcentagem.
Somente os cafés classificados como bebida dura ou melhor que são comercializados na faixa de R$ 500,00 os cafés de bebida inferior são comercializados em torno de R$ 300,00 ou menos por saca.
Para complementar o raciocínio, imaginemos que uma propriedade consegue produzir 70% de cafés finos. Se a propriedade produzir 1000 sacas de café a sua receita não será de R$ 500.000,00 e sim de R$ 440.000,00 ou seja o preço médio por saca é de R$ 440,00.
Voltando aos números da estimativa de safra divulgada pela mídia, percebe-se que embora tenha saído números elevado, a divulgação desses números não afetaram os preços do café no mercado físico. A oscilação de preços na bolsa de New York se deve a outros fatores, tais como a crise em vários países da Europa e a especulação. A oscilação de preços no mercado futuro é, em algumas situações, fortemente desvinculada dos fundamentos do mercado.
Complementando a argumentação, assim escreveu no seu boletim semanal do dia 11/11/2011, o tradicional e idôneo Escritório Carvalhaes em seu site (
Ao observarmos a terceira estimativa de safra de café, feita em setembro de 2011 pela CONAB e disponível em seu site (www.conab.gov.br) observa-se que a área cultivada com café no Brasil é em torno de 2.200.000 hectares.
Se imaginarmos que teremos produção em 90% da área total. Ou seja, um absurdo. A produção de café será numa área em torno de 1.980.000 hectares. Para se obter a produção de 50 milhões de sacas ou de 60 milhões de sacas no Brasil, necessitará ter uma produtividade média em torno 25,25 ou 30,30 sacas por hectare.
Há vários estudos que mostram que o aumento de produção de café leva em torno de cinco anos para responder o aumento de preço. ANDRADE (1995) estimou a curva de oferta de exportação de café em sua tese de Mestrado em Economia Aplicada, encontrou que o aumento da oferta de exportação é em razão do preço defasado de cinco anos PT-5 . Ou seja, a oferta (produção) de café deste ano é em razão do preço de cinco anos atrás.
Penso que se fizer um novo estudo provavelmente não encontrará esta relação uma vez que os preços de outros produtos agrícolas estão compensadores e os cafeicultores amadureceram muito com a longa crise pela qual passaram e não irão aumentar a sua área de plantio em razão da elevação do preço da saca de café. Outras variáveis serão levadas em conta no processo de tomada de decisão de aumentar ou não a área de plantio.
No gráfico abaixo, pode-se verificar como tem sido a produção de café do Brasil nos últimos anos. Se observar friamente apenas o gráfico concluirá açodadamente que a próxima safra terá um crescimento, mas como já exposto neste artigo, a próxima safra terá influência direta da seca, da geada, da chuva de granizo, descapitalização dos produtores e etc.
Fonte: CONAB 2011
Retornando à divulgação da futura safra, é consenso geral entre os técnicos, de que em razão da melhoria da tecnologia de produção a bianualidade da cafeicultura já não é tão proeminente nas propriedades que utilizam tecnologia de ponta. Por outro lado ainda há um número razoável de produtores que não têm utilizado toda a tecnologia disponível para se produzir café. Sendo assim, no atual momento estimar a futura safra não é possível. O que se pode dizer é que a safra a ser colhida em 2012, não será tão diferente da que se colheu em 2011.
Para finalizar, como fui provocado por um colega de profissão, que buscou do fundo do baú um artigo meu escrito em novembro de 2007, irei repetir o penúltimo parágrafo do artigo citado.
Uma vez conversando com um amigo, grande conhecedor da cultura de café e do mercado de café -excelente engenheiro agrônomo - ele me disse que um exportador assim falou para ele em uma conversa informal há anos atrás. "Considere toda a cadeia agroindustrial do café como um prédio de três andares em forma de uma pirâmide, com uma base bem larga. Em cima, no topo está uma meia dúzia de indústrias torrefadoras. No meio estão algumas dezenas de empresas exportadoras. Em baixo, na base larga, estão os milhares de produtores de café. As empresas do terceiro andar sabem tudo sobre o mercado e o manipula. As empresas do segundo andar sabem quase tudo sobre o mercado e além de manipulá-lo, também o distorce. Em baixo estão os produtores que não sabem nada do que está se passando nos andares superiores e assim não têm nenhuma informação, nem de mercado e nem de preço".
No parágrafo acima está à razão de tantas previsões de safras de café do Brasil publicada pela mídia de forma açodada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Carlos Eduardo de. Análise dos excedentes Econômicos Gerados pelos Acordos Internacionais do Café. Viçosa - MG UFV, 1995, 90 p (Tese MS)
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Disponível em www.embrapa.br. Acesso em 2007.
INFORME AGROPECUÁRIO. Café. Ano 11. N0 128. Belo Horizonte - MG, junho de 1986.
REZENDE, Alberto Martins; ROSADO, Patrícia Lopes; GOMES, Marília Fernandes Maciel. Café para Todos - A informação na Construção de um Comércio Mais
Justo. Editora eletrônica: SEGRAC. Belo Horizonte, 2007; 143p
www.carvalhaes.com.br; Boletim Semanal, 11 de novembro de 2001
www.conab.gov.br; Terceira Estimativa de Safra de Café, setembro de 2011