O quarto e último levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra brasileira de café em 2014/2015, apontou 7,7% ou 3,81 milhões de sacas a menos do que o volume de 49,15 milhões de sacas colhidas na safra 2013. O levantamento foi divulgado em dezembro de 2014 e, segundo a Conab, a safra foi estimada em 45,35 milhões de sacas de 60 quilos beneficiadas, incluindo as espécies arábica e conilon.
O café arábica representa 71,2% da produção total (arábica e conilon) do país. Para a atual safra estima-se que sejam colhidos 32,31 milhões de sacas. O resultado representa uma redução de 15,6% (5.979 mil sacas). Tal redução se deve a forte estiagem verificada nos primeiros meses de 2014, às podas realizadas nos cafezais de alguns produtores e à inversão da bienalidade em algumas regiões produtoras, aponta a Conab.
Já a produção do conilon, estimada em 13,04 milhões de sacas, representa um crescimento de 20%. Este resultado se deve, sobretudo, à recuperação da produtividade, que na safra anterior sofreu com a forte estiagem.
Com o resultado apontado pela Conab, nesta safra, quebra-se a tendência de crescimento da produção que, desde a safra de 2005 vinha se observando nos ciclos de alta bienalidade, inclusive, ficando abaixo da última safra, que foi de baixa bienalidade.
Minas Gerais
A avaliação da Companhia, aponta que no estado de Minas Gerais, maior produtor da espécie arábica no País, o período de estiagem concorreu para intensificar o ataque de pragas, com destaque para cercóspora, bicho mineiro, ácaro vermelho e broca. O déficit hídrico, provocado pela escassez e irregularidade das chuvas, e agravado pelas condições de elevadas temperaturas, causaram sérios danos às lavouras de café, atingidas na fase de formação e enchimento de grãos, resultando em perdas na produção das lavouras, na renda do beneficiamento e na qualidade dos grãos colhidos.
Contudo, segundo a Conab, o clima predominantemente seco teve efeitos benéficos nos trabalhos de colheita e secagem dos grãos e propiciou a obtenção de café com boa qualidade da bebida.
Com isso, houve recuo da produção cafeeira na ordem de 18,14% em Minas Gerais, em comparação com a safra de 2013/2014. De acordo com a quarta estimativa da Conab, a produção de café em Minas Gerais totalizou 22,644 milhões de sacas de café na safra 2014, com variação percentual de 3,15% para mais ou para menos. A produtividade média do estado atingiu 22,76 sc/ha.
Como agentes decisivos na região a Conab aponta a inversão da bienalidade em algumas regiões do estado, como a Zona da Mata Mineira, da redução da área em produção provocada pelo aumento das podas nos cafezais e da forte estiagem acompanhada de altas temperaturas nos primeiros meses do ano, que comprometeu os trabalhos de adubação das lavouras e resultou em prejuízos para a renda do café colhido, em razão do forte déficit hídrico a que foram submetidos os cafezais durante o período de crescimento dos frutos, nas principais regiões produtoras do estado.
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