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Cooperativas - A saída é a união

POR ORLANDO CARLOS EDITORE

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

EM 04/07/2006

4 MIN DE LEITURA

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Neste de 01 de julho de 2.006, quando estamos comemorando o 84º Dia Internacional do Cooperativismo, somos, segundo dados da OCB, 7.400 cooperativas, com 6,5 milhões de associados, gerando 200.000 empregos diretos. Representamos 6% do PIB, faturamos R$ 90 bilhões e exportamos, diretamente, US$ 1,2 bilhão. Apenas no ramo agropecuário, somos 1.500 cooperativas, com 880.000 cooperados e 123.000 funcionários.

Ante estes números expressivos, as questões que quero propor para discussão são:

  • Será que somos eficientes?

  • Será que os produtores precisam de tantas cooperativas?
De uma maneira muito simples, uma cooperativa é formada por produtores que se unem, para aumentar sua competitividade, principalmente nas operações de compra de insumos para a sua atividade e de venda seu produto final.

Ainda simplificando a questão, o preço pelo qual o produtor comprará seus insumos será aquele pago pela cooperativa, menos as despesas incorridas, já que a cooperativa não visa lucro. Na ponta da venda o raciocínio é o mesmo, ou seja, o preço de venda será igual ao preço recebido pela cooperativa, menos as despesas.

Sendo assim, a competitividade da cooperativa será medida por obter o menor preço na compra do insumo e o maior preço na venda do produto, com a menor despesa possível.

Para atingir estes objetivos, são necessários, essencialmente, três tipos de recursos, a saber:

  • Financeiros (Capital),

  • Humanos (Inteligência) e

  • Tecnológicos
Se analisarmos estas demandas, a resposta às perguntas anteriores será uma só:

- Não precisamos de tantas cooperativas, pois não somos eficientes.

O que precisamos é de maior eficiência na alocação dos escassos recursos de nossos produtores, que, em muitos casos, estão sustentando vaidades de dirigentes de cooperativas absolutamente ineficientes.

Em muitas cidades temos duas cooperativas de café. Temos muitas cooperativas com porte insuficiente para sobreviver e a maioria não está capacitada técnica e financeiramente. O maior empecilho para a modernização está nos próprios dirigentes destas cooperativas. Existe uma anedota que mostra esta realidade:

Seis grandes cooperativas americanas resolvem fazer um processo de fusão, já que estavam perdendo competitividade. Para tanto, resolvem contratar o melhor consultor do mundo. Preocupados com o custo e o tempo do processo perguntam ao consultor de quanto tempo necessitaria para resolver este problema e ele responde:

- Apenas um dia do meu trabalho.

Incrédulos, mas satisfeitos os seis presidentes se encontram para este dia de trabalho. O consultor, então, os coloca em uma sala e diz que eles só poderão sair após resolver 3 perguntas que ele colocará em um quadro e que, uma vez respondidas as perguntas, o processo de fusão terá superado seu principal obstáculo e o trabalho dele estará concluído. As três perguntas foram:

1. Como será o nome da nova cooperativa que irá surgir da fusão?

2. Em qual cidade ficará a matriz e a sede social?

3. Quem será o presidente da nova cooperativa?

Estas questões mostram a verdadeira dimensão do problema. Interesses pessoais, bairrismo e ilusão de poder, induzem a ação de dirigentes de cooperativas que perdem, ao longo, do tempo, a real dimensão da missão para a qual foram eleitos, que é defender os interesses econômicos de seus cooperados.

Em todos os setores da economia, em todo o mundo, as empresas estão se unindo. Por quê? Países se unem. Para quê? Vamos a alguns exemplos recentes:

  • O Banco Itaú comprou operações do BankBoston no Brasil, Chile e Uruguai por um valor estimado de R$ 4,5 bilhões;

  • O Bradesco compra operações do American Express no Brasil, por US$ 490 milhões;

  • A Bayer vende a unidade de diagnósticos para a Siemens, por € 5,27 bilhões, para financiar parte da aquisição da Schering, por € 17 bilhões;

  • A Arcelor se funde à Mittal Steel, formando uma nova empresa que irá produzir 10% do aço consumido no mundo;

  • A Lenovo, empresa chinesa de computadores, comprou a divisão de computadores pessoais da IBM, por US$ 1,25 bilhão;
Não vou me alongar, citando mais exemplos, pois os jornais, quase todos os dias, trazem notícias a este respeito. Apenas pergunto:

Por que as cooperativas continuam com a mesma imobilidade?

Será que estamos honrando os cargos para os quais fomos eleitos? Será que estamos atendendo às expectativas de nossos cooperados? Será que somos suficientemente competentes para atender às exigências do mercado?

Sei que a fusão de cooperativas pode ser um sonho utópico, mas o processo de reestruturação é uma necessidade, pode se dar de diferentes modos e traz, ao menos, três benefícios claros:

  • Economia de escala,

  • Poder de mercado e

  • Influência política.
Economia de escala pode ocorrer de três maneiras. Via expansão, que é um processo lento; aquisição, que exige investimento de capital, e alianças, que podem representar uma das principais alternativas para nossas cooperativas.

Com este objetivo, podemos visualizar três modelos. Fusão, Incorporação e Alianças Estratégicas entre cooperativas e não cooperativas.

Não sei qual modelo as cooperativas devem seguir. Se as fusões e aquisições são modelos mais radicais, ainda que mais eficientes, as alianças estratégicas podem ser um caminho que, no futuro, levem as cooperativas a adotar ações mais ousadas e de maior retorno aos seus associados.

Não sei qual deve ser o caminho, mas sei que não podemos ficar parados, sob pena de vermos mais cooperativas quebrarem, dívidas se acumularem, e produtores, principalmente os médios e grandes, buscando alternativas fora do sistema cooperativista, por entender que este não atende suas necessidades.

O desafio está posto. Se há quem discorde que se manifeste. Se não há, vamos agir, se pretendemos construir um cooperativismo mais forte, economicamente eficiente e socialmente justo.

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EDERSON OLIVEIRA

ITAIPÉ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 17/10/2008

Boa tarde caro colega,

Tenho um amigo que está inscrito em cooperativa na Região de Montes Claros/MG. Gostei muito da idéia, sou um pequeno produtor de café na região de Itaipé/MG e gostaria de saber como e onde procurar uma cooperativa mais próxima da minha região.

Estou muito interessado em inscrever, por favor, informe mais detalhes se possível.
SANDRA DIVINA SOUZA

GOIANIRA - GOIÁS

EM 27/03/2007

Achei muito interessante poder receber informações sobre Coopertivismo, por isto me cadastrei. Os dirigentes de Cooperativas ainda nessecitam de muitas informaçãoes para melhor administrar as Cooperativas, tenho certeza que vai valer a pena! Já estou aprendendo muito mesmo que o ramo da minha Cooperativa seja outro (Confecção) mas o cooperativismo é o mesmo.

Obridaga!

Sandra
Coopertextil
JOSE EDUARDO FERREIRA DA SILVA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS

EM 21/07/2006

Parabéns ao Orlando e ao pessoal do Café Point por levantar estas questões em torno do cooperativismo.

O assunto cooperativismo, na maioria das vezes, é passional. Muitos se esquecem que cooperativa deve ser uma solução "econômica" para as pessoas (aumentar poder de negociação, reduzir custos, viabilizar negócios, etc).

A beleza irracional da filosofia e dos objetivos "sociais" e políticos do cooperativismo, teima em castrar os objetivos pragmáticos que tanto interessam aos cooperados.

Outro "point" interessante tratado no texto é em relação à gestão pouco profissional de boa parte das cooperativas, sobretudo das pequenas, aliada a uma boa dose de vaidade de muitos dirigentes.

Está aí uma boa coisa para aprofundar em futuros textos: Quais as causas desta baixa profissionalização? É estrutural do cooperativismo brasileiro? Será uma deficiência das organizações cooperativistas (OCB, Sescoop, etc)? Educação? O quê?

Parabéns mais uma vez.
MAURÍCIO MIARELLI

FRANCA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 07/07/2006

Neste artigo, Orlando tocou no cerne da questão, ou seja, como iniciar o processo se os líderes ainda nem mesmo têm a consciência da sua necessidade.

É preciso que sejam tratados sem preocupações políticas. As nossas organizações deveriam liderar o processo de discussão.

Nas cooperativas, os líderes devem iniciar discussão com as bases. Todos temos que, pelo menos, pensar no assunto.

Estou gostando muito da linha de discussão que o articulista vem conduzindo.

Parabéns a todos!

Maurício Miarelli

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