Nesta semana, os trabalhos de colheita da safra de café 2010 na região de atuação da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Caratinga (Coopercafé), na Zona da Mata de Minas Gerais, foram finalizados, segundo o gerente de comercialização da cooperativa, Paulo Tavares.

Entretanto, esta safra termina com o sentimento de decepção, com uma quebra na produção maior do que o previsto, além da perda de qualidade dos grãos colhidos na região. Para a surpresa dos produtores, o café parece ter sido afetado pela anomalia climática do início do ano, quando as lavouras sofreram com um período de estiagem e floradas desiguais. "O cafeicultor colheu bem menos do que esperava e perdeu tanto em volume quanto em qualidade", afirmou Tavares.

Agora, a expectativa é de que a quebra seja de 30% a 35%, ante a projeção inicial de 20% a 25% em relação à produção do ano passado. Em 2009, na região de atuação da Copercafé a colheita encerrou com cerca de 750 a 800 mil sacas. "O produtor perde não por falta de cuidado na lavoura, mas por anomalias climáticas que estão longe do seu controle", explica Tavares.

A comercialização de café, por sua vez, avançou lentamente nesta semana, uma vez que boa parte do café está estourando na xícara. "O grão de qualidade tem procura grande no mercado, mas aquele de qualidade menor tem dificuldade de encontrar preços bons", disse o gerente de comercialização da cooperativa.

"No meio tempo, o produtor vai esperando, vendendo dento de suas necessidades, uma vez que muitos estão endividados ou descapitalizados devido aos custos de produção muito altos, e vão visualizando a próxima safra, que deverá ser boa", de acordo com Tavares. Estima-se que até o momento, cerca de 60% da safra 2010 de café já foi comercializada na região.

As informações são da Agência Safras, adaptadas pela Equipe CaféPoint.