Lei do mínimo: "O crescimento e a produção das lavouras são limitados pelo nutriente que se encontra em menor quantidade no solo". Essa lei foi proposta por Liebig em 1843. Tentando explicar de forma mais clara, pode-se dizer que o nutriente que define a produção é aquele menos disponível para as plantas. Portanto, quando se pensa em adubação, deve-se pensar em equilíbrio entre os nutrientes. Obviamente, alguns nutrientes são mais exigidos do que outros, mas todos são necessários para que seja alcançada elevada produção.
Não adianta gastar fortunas com NPK, se as quantidades de magnésio, ou enxofre, são baixas no solo. A produção ficará limitada por esses dois nutrientes. Nesse caso, a aplicação de pequenas quantidades de adubos, que contenham magnésio e enxofre, pode promover um ganho expressivo na produtividade.
Lei de Mitscherlich ou dos incrementos decrescentes: "Quando se aplicam doses crescentes de um nutriente, o aumento na produção é elevado inicialmente, mas decresce sucessivamente". Mitscherlich observou que, elevando progressivamente as doses do nutriente deficiente no solo, a produção aumentava rapidamente no início. Entretanto, esses aumentos tornavam-se cada vez menores, tendendo a formar um "platô" de resposta, onde a produção não aumentava, mesmo com a elevação da dose do nutriente. A figura abaixo mostra graficamente esta lei:
Quando não aplicamos o nutriente (D0), conseguimos uma produção irrisória. Ao elevar a dose aplicada, a produção vai aumentando de forma linear, até atingir a dose D1 (Região A). A partir desse ponto, as respostas à adição do nutriente são cada vez menores, até que a produção não aumenta mais, mesmo com a aplicação de grande quantidade de nutriente (Região B). A partir da dose D2, as quantidades ficam tão elevadas que ocorre efeito negativo do nutriente e a produção começa a diminuir (Região C).
Essa lei demonstra que, na prática, devemos trabalhar na Região A, também chamada de região de elevada probabilidade de resposta. A dose D1 é aquela de maior eficiência econômica. Essa é a dose a ser aplicada. Doses muito acima desta, certamente trarão prejuízo. Não adianta aplicar fertilizante indefinidamente. Esse é um erro comum e que, na maioria das vezes, é difícil de ser notado. Se aplicarmos uma dose intermediária entre D1 e D2, iremos atingir elevada produção, mas com um gasto muito maior do que o necessário.
Lei do máximo: "O excesso de um nutriente no solo reduz a eficácia de outros e, por conseguinte, pode diminuir o rendimento das colheitas.". Essa lei representa a Região C da lei de Mitscherlich. Em outras palavras, a dose de determinado nutriente pode ser tão elevada, que causa toxidez do próprio nutriente ou inibe a ação de outro, reduzindo a produção da cultura. Esse é o caso típico da aplicação de fertilizantes sem o prévio conhecimento da real necessidade. Em café, podem-se encontrar, entre outras, a toxidez causada por excesso de boro, a inibição não competitiva do zinco pelo fósforo ou, ainda, a inibição competitiva entre potássio e cálcio, quando este é aplicado em elevada concentração.
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