A resistência dos preços do café robusta podem não durar muito, alertou o Commerzbank, depois de o Vietnã, principal produtor dessa variedade de café, ter revelado que suas exportações foram maiores do que o esperado. Os preços do robusta mostraram pouca reação negativa imediata aos dados oficiais que mostraram que as exportações de café do Vietnã aumentaram em 22% nesse mês, comparado com o ano anterior, com os envios revisados para cima para janeiro e fevereiro também.

"As maiores exportações indicam uma colheita muito boa, de forma que não haverá escassez de grãos robusta", disse o banco. Embora as diferenças de preços poderão provavelmente levar a uma mudança nas compras de grãos arábica para robusta, eliminando parte da maior oferta, "a abundância na oferta de grãos robusta levará a uma queda nos preços do robusta em médio prazo".

Entretanto, alguns outros analistas permanecem mais cautelosos com a previsão de queda nos preços do robusta, com a especialista em commodities, Judith Ganes-Chase, citando uma queda na produção nesse ano da Indonésia, segundo maior produtor de café robusta, e cautela sobre a colheita de 2011-12 do Vietnã. "Algumas áreas estão muito secas, o que está começando a preocupar os produtores de que a colheita do próximo ano será impactada", disse ela.

As preocupações com a seca estão centradas em Daklak, província de maior produção de café do Vietnã, onde o período de seca antecede as chuvas, que tipicamente chegam no começo de maio, levou a uma queda nos níveis de umidade do solo abaixo do normal durante o período crítico de floração.

O serviço oficial de estatísticas do Vietnã informou que as exportações foram de 150.000 toneladas nesse mês, cerca de 30.000 toneladas a mais do que os comerciantes esperavam, com os dados para fevereiro revisados para cima em 60%, para 144.000 toneladas. Os dados de janeiro também aumentaram, pela segunda vez, em quase 50%, para 215.500 toneladas.

Os dados iniciais levaram a negociações pelos produtores do Vietnã sobre a estocagem de grãos, tentando obter maiores preços. Entretanto, parece que as exportações até agora na safra de 2010-11, que começa em outubro, alcançaram 13,3 milhões de sacas, 28% a mais que no ano anterior.

A reportagem é do Agrimoney, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.