A presidente do Proexport, da Colômbia, María Claudia Lacouture, falou de todas as portas que podem ser abertas no mercado cafeeiro. De acordo com um estudo do Euromonitor, os jovens entre 16 e 24 anos são o potencial mais importante de consumo de café no mundo.

Quais são as tendências do mercado mundial para o setor cafeeiro?
São muitas as tendências e oportunidades de negócios para os cafeicultores colombianos. Uma delas é o crescimento da necessidade, por parte dos consumidores, de ter cafés que lhes permitam ter uma origem, uma cultura de rastreabilidade, toda a parte de comércio junto, biodegradável e a responsabilidade com o meio-ambiente. Essas são as conotações que os compradores internacionais estão tendo.

Que grupo de consumidores é o que mais tem tendência de alta?
Aqui mostramos um estudo do Euromonitor em que vimos que o consumo internacional de café está crescendo e espera-se que, para 2030, o consumo possa chegar a 156 milhões de sacas; se for bem, poderiam ser 176 milhões de sacas. Dentro do estudo do Euromonitor, mencionam-se os jovens entre 16 e 24 anos. Eles são os que hoje em dia estão fazendo um consumo importante de café e veem essa bebida como o produto que mais querem consumir.

E a nível de países?
Vemos também tendências que rompem parâmetros e mitos. Por exemplo, na Índia, que é um país mais inclinado ao consumo de chá, está havendo um crescimento importante nas lojas de café. Por exemplo, uma só empresa já tem 1.400 lojas de café nesse país, com visitas diárias de mais de 4.000. Isso quer dizer que o consumo de café está ocorrendo em lugares onde anteriormente não havia importância. Os jovens que são a aposta do futuro estão dizendo que preferem o café. Isso demonstra que há oportunidades, não somente a curto prazo, mas também, em longo prazo, em nichos de mercado, em qualidade, com denominação de origem, comércio justo e sustentável.

Em que consiste o convênio que firmaram a Proexport e a Federação Nacional de Cafeicultores?
O convênio está, de certa forma, aumentando um trabalho que vimos desenvolvendo com a Federação de forma piloto, que é não somente trabalhar na busca de mercados tradicionais, mas sim, trabalhar conjuntamente com os cafeicultores, os pequenos, médios e microempresários na preparação para buscar mercados a nível internacional. Estamos fazendo um esforço, tanto do Governo Nacional, como da Federação, em conseguir fazer capacitações, certificações, seminários e especialização na denominação de origem, acondicionamento e adequação de produtos para que todos os cafeicultores possam chegar aos mercados internacionais.

Inclui eventos com compradores internacionais?
Estamos preparando uma rodada de negócios, que será a primeira do ano que vai entrar, durante a Expoespeciales, onde traremos compradores de diferentes países e todos os empresários cafeicultores, que tenham produtos de exportação e cumpram com todos os requisitos, terão a oportunidade de participar.

Que outros alcances tem o convênio?
Ha também a questão dos mercados e da produção internacional, as ferramentas de promoção, participação em feiras internacionais, agências comerciais, show room, trabalhar com a campanha turística, que é muito importante.

A estratégia de turismo também está conectada ao café?
Vocês têm visto que nossa campanha de turismo, feita pela Proexport como entidade que promove o turismo internacional, tem ênfase no café, principalmente na Ásia. Por que? Porque o ícone internacional dos asiáticos é o café. Aqui há dois temas importantes que estão se unindo: a necessidade de encontrar nichos de mercado para mostrar nosso café de qualidade e a necessidade de promoção turística. Estamos fazendo isso para ter uma promoção mais eficaz.

Há mais espaço para o café colombiano na ordem internacional?
Estamos trabalhando em 20 países. Esse é um número importante e a ideia é que consigamos nessas nações obter ênfase nos nichos de mercado. Hoje, a Colômbia já exporta a 90 países, mas o espaço é muito maior, sobretudo quando olhamos esses nichos onde sabemos que temos oportunidades.

A quantos empresários cafeeiros estão apoiando atualmente?
Estamos apoiando uns 100 empresários relacionados com o café, mas a ideia é que possamos aumentar esse número de empresas e essa é a razão de ser do convênio com a Federação. Queremos ajudar para que os empresários possam ser exportadores também e ajudar para que a base exportadora cresça, o que é uma das diretrizes que o Governo Nacional nos tem dado.

A reportagem é do https://www.diariodelhuila.com, adaptada pelo CafePoint.