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Qual o futuro da cafeicultura de montanha?

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 24/11/2011

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O leitor do CaféPoint Gumercindo Ferreira Pinto Neto, consultor de gestão e sustentabilidade, enviou um comentário ao artigo "Renato Hortélio: a produtividade aparece como um fator determinante para a competitividade". Gumercindo questiona o futuro da cafeicultura de montanha, diante da realidade que a produtividade influencia diretamente na competitividade. Abaixo leia a carta na íntegra.

"Senhores,

Sou consultor de gestão e sustentabilidade para algumas agro-indústiras. Este ano topei o desafio de inserir gestão em uma propriedade cafeeira em Carmo de Minas - sul de MG.

Confesso que sempre que leio estes comentários sobre produtividade, culturas altamente tecnificadas me arrepio. Aonde vai parar a cafeicultura de montanha como a de Carmo de Minas neste cenário?

Diversos produtores caminharam para a qualidade, porém os custos para se produzir na montanha sempre vai ser mais alto. Os nossos resultados sempre vai ser menor do que produzir com mecanização e os nossos riscos sempre maiores?

Logo no início de meus trabalhos, consultei um experiente e renomado produtor do setor e ele me disse que a cafeicultura de montanha sempre vai existir, pois a sua representatividade na produção é muito grande e o mundo ainda vai precisar muito dos cafés produzidos de montanha.

Gostaria de ouvir a opinião dos senhores sobre os meus questionamentos e dúvidas.

Att,

Gumercindo Ferreira"

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

O CaféPoint pergunta: Diante do cenário da maior competitividade entre culturas de maior produtividade e altamente tecnificadas, qual o futuro da cafeicultura de montanha?

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ISLÊ FERREIRA

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/12/2011

Caro Gumercindo, o tema já foi discutido nesse fórum há dois anos, com o artigo A Montanha e o café, postado por Cláudio José Fonseca Borges(20/05/2009). E, naquela ocasião, em que os preços do café estavam excessivamente aviltados - em torno de R$ 270,00 a saca de café tipo 6/7, bebida dura-, surgiram diversas opiniões, inclusive a minha, defendendo a viabilidade do café de montanha.

Sou agrônomo consultor técnico e Secretário Municipal de Agricultura do Município de Espírito Santo do Pinhal, Estado de São Paulo, leste do estado e divisando com a região do sul de Minas Gerais, com os municípios de Albertina e Jacutinga. Nossa região é típica em produzir o café de montanha e propícia para produzir as melhores bebidas tipo gourmet, cujas cotações tem sido elevadas. Há inclusive em andamento trabalho de indicação geográfica para a região, que certamente trará inúmeros benefícios à cadeia produtiva do café.

Por aqui, as soluções mais favoráveis para superar o eterno problema da mão-de-obra tem sido a adoção da mecanização, quando possível, mormente na operação de colheita. Quando o relevo impossibilita a mecanização, utilizamos as derriçadeiras de braço, muito eficientes.

Uma solução para áreas em que o emprego de mão-de-obra é imprescindível, poderá ser a formação de lavouras adensadas, para maior eficiência do emprego da mão-de-obra e melhor aproveitamento do terreno. Aí é necessário um acompanhamento por técnico para que sejam efetuadas as podas racionais de condução, para evitar-se o fechamento indesejável da lavoura. Também temos trabalhos de alguns produtores na adoção da agricultura de precisão, que possibilita economia e nutrição na medida adequada, com diminuição dos custos e maximização da produção.

O importante é se ter em mente que os cafés produzidos nas regiões de montanha, como o nosso caso, são aqueles de melhor bebida. Nos concursos realizados no Estado de São Paulo, dentre os ganhadores nas categorias Cereja Descascado e Natural, sempre há produtores da região nas primeiras colocações (São Sebastião da Grama, Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, etc).

A última década perdida da cafeicultura legou-nos a lição da importância do controle dos custos e o café hoje, a R$ 500,00/saca, é um ótimo negócio. Principalmente se o tipo e a bebida forem superiores.
GERALDO VARGAS DE MORAS

RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 26/11/2011

Ola um abraço a todos,

Sou Sergio Vargas, produtor e na região noroeste do estado do Rio,montanhosa. Trabalho com sistema de meeiros e incentivo a eles que comprem pequenas propriedades vizinhas as minhas lavouras, ofereço toda minha estrutura a eles, até meu capital(compro insumos pra eles que me pagam na colheita no preço do dia) só como exemplo, tenho uma equipe de trabalhadores motivada, com um rendimento que os deixam satisfeitos, alta produtividade(+ de 50 sacas/ ha), exelente qualidade juntando alguns outros fatores. Tive um custo esse ano de 195,00 reais a saca, e meu preço médio esta sendo de 400,00 reais, estou bem confiante no futuro prevendo um cenário em que, cada dia, o mundo vai precisar mais de alimento, e quem produzir esse alimento será a cada dia mais valorizado!!
ALEXANDRE MIRANDA LEÃO TEIXEIRA

VARGINHA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/11/2011

Boa Tarde, Gumercindo,

Não existe uma receita de bolo para sanar os problemas da cafeicultura de montanha, e não existe um custo igual ao outro, esses dados que foram passados foram coletados e  serviram pra diagnosticar "porque alguns produtores tinham uma vida melhor do que outro". O que mostrava uma condição melhor tinha menos terra, menos plantas do que representava as piores condições, todos os produtores de café do país tem que ter os pés nas costas, pois sem um planejamento de ações e condições para realizações de processos atingem diretamente a produção. Todos os produtores ao planejar sabem qual a quantidade de plantas poderão tocar sem ter maiores problemas. O Exemplo que citei foi de mão de obra FAMILIAR e não a condição citada na enquete.

Carmo de Minas é uma região que fica cercada de pequenos produtores, cito o exemplo de Lambari que são mais ou menos 1.200 pequenos produtores que ficam em torno de 3 hectares por pessoa. Se caso haja uma fazenda na qual precise de mão de obra contratada os preços sugeridos serão altíssimos, aumentando ainda mais os custos. Se observar com atenção estou citando o outro lado da moeda. Neste caso os funcionários das fazendas contratantes eram proprietários de lavouras cafeeiras e não fábricas nas cidades. Agora segurar o trabalhador no campo é uma condição que muito longe da realidade.

Espero ter contribuído nessa questão, pois aprendi muitas coisas com os pequenos produtores de café na montanha.
GUMERCINDO FERREIRA PINTO NETO

TREMEMBÉ - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 25/11/2011

Obrigado a todos pelos comentários e esclarecimentos.

Fica cada vez mais claro, que produzir café em montanha demanda do produtor um conhecimento e controle muito grande dos tratos exigidos pela lavoura para atingir produções e qualidade satisfatórias. Na montanha não se executa nenhuma atividade com os pés nas costas, como sugerido.

Também acredito que a mão-de-obra seja o grande gargalo, uma vez que a mecanização não vai evoluir a tempo de salvar os grandes cafeicultores de montanha.

Percebe-se que as cidades tem maior poder de atrair o homem do campo que nossas lavouras. Para manter estas pessoas na zona rural, o produtor vai gastar cada vez mais.

Continuo a olhar para as montanhas e ver muitas nuvens...

Precisamos de programas com capacidade de agregar renda para as famílias e assim fixá-las no campo. Apenas desta forma nos tornaremos mais atrativos que as reluzentes e fantasiosas fábricas das cidades.

Diferente dos valores comentados, a média dos custos de produzir uma saca nas montanhas de Carmo de Minas nos últimos 5 anos foi R$375,00. Porém em anos de baixa, esse valor atingiu os R$500,00.

Acrescento ao comentário e artigo do Renato Hortélio, que além da produtividade, a qualidade também é um fator determinante para a competitividade da cafeicultura de montanha.
ALEXANDRE MIRANDA LEÃO TEIXEIRA

VARGINHA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/11/2011

O Café de Montanha sempre será imprescindível para a cafeicultura mundial devido suas peculiaridades em termos de qualidade de bebida. Trabalhei um tempo em regiões aonde se plantam café nas montanhas, impossibilitando a mecanização tratorável.

Observei o seguinte aspecto para o sucesso desta atividade dentro das dificuldades, os produtores que tiveram mais sucesso foram os que conseguiam uma mão de obra familiar, isto eu digo em relação ao preço de venda de R$ 260,00 que estava na época, esse trabalho foi realizado dentro de mais ou menos 200 famílias que dependem do cultivo do café, as pessoas que dependiam de mão de obra os custos andavam junto ou passando o preço de venda, outro fator importante a ser observado na cafeicultura de montanha está ligado ao equilíbrio econômico, isto quer dizer o volume de plantas que uma pessoa consegue cuidar dentro das dificuldades em conduzir as atividades em um terreno de difícil mobilidade, observei que pessoas que tinham mais de 15.000 plantas por integrante da família tinham uma condução que ficava a desejar, passando as ineficiências para uma baixa na produção.

Assim poderia concluir que o total de planta que um membro familiar consegue tocar sem problemas está em torno de 12.000 a no máximo 15.000 plantas sem interferir na produção, esta variável no total de plantas está ligado diretamente na idade do indivíduo e na força do trabalho, sendo que é importante observar que esta quantidade se torna mais variável quando a mão de obra é contratada, pois não podemos comparar o rendimento de uma mão de obra familiar para uma temporária ou fixa na propriedade. Com o café nesses patamares de preço é viável trabalhar com mão de obra contratada, mas com o café nos patamares abaixo de R$ 300,00 inviabiliza devido ao custo de produção. Então posso lhe dizer uma coisa  que observei: A Cafeicultura de Montanha é viável ao trabalho familiar, aonde pessoas se unem afim de driblar os altos custos da mão de obra contratada, isto é feito com mutirões em todos os processos e atividades durante o ano agrícola. Na época o custo da mão de obra era o lucro do produto vendido , fiz as contas não computando a mão de obra e os custos ficavam em torno de R$ 100,00 a R$ 130,00, com a venda em torno de R$ 260,00 sobravam um bom dinheiro, mesmo com o preço do café em patamares mais baixos.
SANDRO AUGUSTO ALVARINHO

LIMEIRA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 24/11/2011

Prezados Srs.

Acredito que os produtores devem apostar em melhorar as práticas de produção, com isso buscar a maxima qualidade de seu produto. Obtendo um produto valorizado, somente assim poderá enfrentar os altos custos deste sistema de produção.

Particularmente os custos da mão de obra na região de Carmo de Minas talvez seja um dos mais altos do Sul de Minas.
CARLOS EDUARDO DE ANDRADE

VIÇOSA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 24/11/2011

Em relação ao artigo, achei interessante o questionamento e a preocupação com a cafeicultura de montanha. Tenho a fazer as seguintes ponderações:

Em relação à produtividade, há muita mentira. Há um tempo atrás escrevi um artigo com o título (VERDADES E MENTIRAS A RESPEITO DA PRODUTIVIDADE DAS LAVOURAS DE CAFÉ), onde faço uma crítica  sobre as altíssimas produtividades divulgados  por  vários cafeicultores e pessoas ligados à cafeicultura nas regiões novas.

A  produtividade de uma lavoura de café deve ser calculada fazendo-se uma média de pelo menos quatro anos seguidos.

Utilizando-se de tecnologia apropriada, se consegue produtividade e qualidade de café, nas regiões de montanha, semelhante a conseguida nas regiões de topografia plana.Quem quiser ver é só marcar comigo aqui na UFV que mostrarei várias lavouras tão produtivas e produzindo cafés de qualidade, tais quais as de regiões de topografia plana.


O grave problema da cafeicultura de montanha, aliás, de toda  a atividade econômica  no Brasil e que utiliza muita mão-de-obra, é o custo elevado  e a escassez. Na cafeicultura, o ápice da dificuldade é a operação de colheita.Os demais tratos se faz com os pés nas costas.

Em relação a cafeicultura de montanha, além da mão-de-obra está escassa,  e de custo  elevado, a produtividade é muito baixa comparada com a produtividade da mão de obra onde se utiliza a mecanização.

A legislação trabalhista do Brasil é do início da década de 40, além do mais é Fascista. Nossa legislação está ultrapassada. Os encargos sobre a folha de pagamentos são altíssimos e penaliza quem emprega. Ela beneficia quem utiliza tecnologia que demande menos utilização de mão-de-obra. Outro aspecto é a famigerada NR-31, que deixa todos empregadores na berlinda, pois não há clareza  em vários itens  que possuem interpretação dúbia.

A permanecer o atual cenário, sem nenhuma modificação ou adaptação da legislação trabalhista atual. Penso que na região de montanha, em médio prazo, sobreviverão somente os cafeicultores pequenos e enquadrados na agricultura familiar,  a menos que se desenvolva uma máquina  eficiente de colher café em regiões de montanha.

WILLEM GUILHERME DE ARAÚJO

GUAXUPÉ - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/11/2011

Prezado Gumercindo,

Atuo em uma região onde predomina a cafeicultura de montanha e temos enfrentado problemas semelhantes aos seus quanto a gestão dos custos operacionais da atividade. Escassez de MO, legislação ambiental e trabalhista além de tecnologias que contemplem a situação unica destas regiões são os principais problemas que ocorrem por aqui. Mas o cafeicultor tem sobrevivido, principalmente o familiar.

Creio que o investimento em qualidade como na região de Carmo de Minas e na Zona da Mata é fundamental para cobrir os custos elevados, mas precisamos sim aprimorar e prover estes produtores de mecanismos de proteção que permitam  sua permanencia na cafeicultura. O café de montanha não vai acabar e certamente irá se adaptar a nova realidade e continuara a nos prover de excelentes cafés. PArabéns pelo questionamento.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 24/11/2011

Caro Gumercindo,

Muito interessantes seus questionamentos.

A cafeicultura de montanha tem, sim, um peso grande na produção brasileira, mas sou um dos que acreditam que esse peso está diminuindo. Na Bahia, o trabalho "Diagnóstico e Propostas..." (https://www.slideshare.net/RenatoFernandes/diagnostico-e-propostascafedabahia-9152134) mostro o peso da mão-de-obra nos custos da cafeicultura de montanha, com dados do Educampo, cedidos por Rufino, além de abordar outros fatores determinantes da competitividade


Finalizando, creio poder resumir o futuro da cafeicultura dizendo que, mesmo que a demanda crescente por commodities seja realmente capaz de estabelecer os bons preços atuais como um patamar que perdure por um tempo até maior que antigo ciclo cafeeiro, haverá oscilações em torno deste patamar e, no médio-longo prazo, não consigo vislumbrar uma tendência que não seja declinante, mesmo que de forma suave. Acabou, há muito tempo, a fase do conforto, quando os produtores não precisavam pensar em produzir mais barato ou achar um jeito de diferenciar sua produção por qualidade para vender mais caro que seus custos de produção.


A cafeicultura de montanha não vai acabar, mas será que todos os produtores conseguirão manter o padrão de vida de outrora? Com o lote de sacas de café que se necessitava vender para comprar um Landau na década de 70, pode ser até que se compre um Fusion, de um ano e meio pra cá (lembre-se que o aço também subiu), mas quem se acomodar pode voltar comprar um Landau com tal lote, fabricado em 1975.

Abraços.

Renato.

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