Em Nova York, o primeiro vencimento, julho/10, registrou alta de 815 pontos, fechando a 166,75 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos para setembro/10 terminaram o pregão a 168,75 centavos de dólar por libra-peso, com forte valorização de 825 pontos frente as cotações da véspera.
A disparada dos preços em NY fez com que atingisse o maior nível em 12 anos. O principal motivo que alavancou as cotações foi a escassez dos grãos de alta qualidade, estimulando assim as compras por parte dos fundos.
As vendas de origem devem pressionar as cotações com o avanço da colheita no Brasil, maior produtor mundial, segundo analistas. No entanto, a colheita de arábica começou em junho e ainda não ganhou ritmo suficiente para atender à demanda global. Um corretor da América Central disse que há grãos disponíveis na origem, mas a volatilidade do mercado futuro faz com que os compradores comerciais sigam nervosos.
Analistas informaram que o forte ganho foi considerado um "movimento técnico do mercado", como diz o jargão. A diferença, no entanto, é que o movimento envolveu alguns fatores, entre técnicos e relacionados aos fundamentos, que expuseram uma "falha" no sistema de negociação da bolsa americana.
Enquanto as negociações com contratos futuros são feitas 24 horas por dia e de forma eletrônica, os contratos de opção têm horários fixos de negociação. Na quinta-feira, fundos de investimento entraram no mercado futuro como compradores antes da abertura das negociações das opções. Isso gerou uma série de ordens de compras automáticas no mercado futuro - "stop loss" - de investidores que mantinham posições vendidas em opção, como forma de se proteger das oscilações.
Para Alexandre Nahum, da Gradual Investimentos, "a bolsa deveria ter um dispositivo para evitar essa distorção. Uma alternativa seria criar uma forma de negociação das opções sem interrupções, como ocorre hoje, em que elas são negociadas apenas a partir das 8 horas da manhã", disse outro analista.
Gráfico 1. Contrato café, ICE Futures U.S.
A BM&FBovespa acompanhou Nova York e encerrou o pregão em alta. O primeiro vencimento, julho/10, teve alta de US$ 10,00, fechando a US$ 195,35 a saca. Os contratos com vencimento setembro/10 registraram valorização de US$ 9,70, fechando a US$ 194,85 a saca.
Percebe-se uma tendência de aumento de participantes no mercado futuro diante das altas das últimas semanas. Os produtores não querem ficar de fora e como muitos ainda não tem café agora, fecham no mercado futuro, quando terão cafés disponíveis, aproveitando assim os preços elevados.
O preço do café robusta, negociado na bolsa Euronext Liffe, em Londres, também disparou: o contrato julho avançou 4,6% e fechou a US$ 1.622/t.
Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café
Dólar
A cotação da moeda norte americana encerrou o dia com queda de 0,01%, sendo cotada a R$ 1,790.
Mercado físico
No mercado físico, a saca de 60 quilos do café arábica foi cotada a R$ 318,58, com valorização de 2,80%, segundo o indicador Cepea/Esalq. A variação no mês acumula valorização de 7,91%.
As altas têm motivado produtores a buscar o mercado futuro. Segundo Edson Koshiba, da Pleno Corretora (Cerrado mineiro), ontem, 12.000 sacas de café (bica corrida tipo 6, bebida dura para melhor com mínimo de 30% pen. 17/18) de produtores diversos foram vendidas para Coop. Cocamar ao preço de R$ 312,00 faturado, para ser descontado Funrural (2,3%), ou seja, preço liquido para produtor de R$ 304,82 para entrega Setembro/2010.
Pesquisas do Cepea apontam que a oferta de grãos da nova safra é limitada no Noroeste do Paraná devido ao atraso do início da colheita.
Como está o mercado em sua região? Por favor, utilize o box de cartas abaixo para troca de informações sobre o mercado de café, informando preços e o que está acontecendo no mercado em sua região.
Gráfico 2. Indicador Cepea/Esalq - arábica X contrato BM&FBovespa
Tabela 2. Principais Indicadores e cotação do Dólar
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Natália Fernandes, Equipe CaféPoint, com informações da Dow Jones.