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PH revela como descomoditizar o café brasileiro

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 21/05/2010

3 MIN DE LEITURA

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O leitor e colaborador do CaféPoint Paulo Henrique Leme, consultor em marketing estratégico no agronegócio, especializado em café, respondeu ao comentário de outro leitor a sua entrevista "Paulo Henrique Leme: temos que fazer qualidade e saber vender qualidade". Abaixo leia a carta na íntegra.

"Caro Fernando,

Obrigado pelos comentários, que me fizeram refletir bastante. Os diferencias de preço de qualquer produto que existe refletem única e exclusivamente a velha regra da oferta e demanda. Não existe consumo se não houver demanda, ou seja, clientes dispostos a comprar e pagar o preço de mercado.

No mundo do café existe uma demanda específica para cada tipo e qualidade produzida, e mais, uma demanda específica para cada origem, que pode ou não estar atrelada à qualidade do café. Ou seja, é o desejo do consumidor final que move a gangorra dos preços.

Por exemplo, o caso colombiano. Os diferenciais atuais (altíssimos) e históricos (sempre acima de NY) são resultado de uma forte demanda pelo produto colombiano, que foi construída com muito marketing e dinheiro. Do outro lado, refletem a oferta do produto, que nos últimos dois anos sofreu forte retração (a produção despencou mais de 30%). O resultado? Preços elevados no mercado interno e na bolsa de NY.

O Brasil por sua vez é o maior produtor do mundo a séculos. Por ser o maior, nunca faltou Café do Brasil no mundo. Perdemos, portanto, o fator "exclusividade" ou "raridade" de nossos cafés.

Vamos entender melhor o mercado mundial. Os torrefadores internacionais usam a estratégia de "blendar" o café, ou seja, misturar diversas origens e qualidades para atingir um padrão de bebida que seu consumidor deseja. Desse modo, ele pode substituir uma origem que esteja cara, por algum problema climático ou qualquer outra causa, por outra mais barata. Por exemplo, café da Colômbia por cafés da América Central ou cafés lavados pelo nosso cereja descascado... Ou então, o natural brasileiro pelo café da ilha de Sumatra, na Indonésia. Pura e simplesmente uma estratégia de mercado, que qualquer indústria no mundo faz.

O problema (ou qualidade?) do café brasileiro é que ele é base da maioria dos blends mundiais, principalmente para o café espresso. Se somos a base, normalmente, é porque o café brasileiro é o mais barato. Ou seja, coloco um café mais barato, misturo com outros mais caros, faço um blend razoável a um preço acessível e satisfaço meu cliente.

Portanto, para "descomoditizar" o café brasileiro do mundo do café devemos trabalhar na regra da oferta e demanda. Reduzir a produção é inviável, pois reduziria nossa participação no mercado e colocaria muitas regiões brasileiras em situação terrível. Fazer estoques altos, de grande volume, é postergar o problema para safras futuras. Porém, devemos sim ter um estoque de regulação do mercado, de preferência, na mão do agronegócio café e não na mão do governo.

Só nos resta trabalhar a questão da demanda por nossos cafés. Colocar nosso produto na maior bolsa de café do mundo é fundamental, é um passo importante. Uma vez lá, deixemos a o mercado trabalhar e definir os diferenciais verdadeiros. Devemos aproveitar o momento de escassez dos despolpados no mercado mundial.

Outra estratégia é diferenciar os cafés do Brasil. Definir as qualidades de cada região, organizar a produção e trabalhar a consistência e qualidade da oferta ao longo dos anos. Devemos colocar na mente do consumidor internacional o desejo por tomar um café brasileiro, de qualidade tal e de tal região. Existem diversos países produtores de café dentro do Brasil, mas o mundo não sabe disso.

Portanto, marketing é a chave. E marketing não é só propaganda e publicidade. Marketing é entender o mercado, organizar a demanda, definir qualidades e procedimentos da produção, encontrar os canais de vendas adequados, definir estratégias para cada mercado, e, por fim, levar a xícara perfeita ao consumidor. O consumidor não sabe que ama o seu café até prová-lo.

Um forte abraço,
Paulo Henrique Leme
P&A Marketing Internacional"

Leia mais sobre este assunto:
Paulo Henrique Leme: temos que fazer qualidade e saber vender qualidade

Celso Vegro fala sobre entrega de café em NY

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PAULO HENRIQUE LEME

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 01/06/2010

Prezado Renato Fonseca,

Para poder inserir uma cooperativa neste mercado internacional, a primeira coisa é eliminar esta estrutura arcaica de gerenciamento que algumas possuem, como foi mencionado por você.

Para abrir um canal de marketing, você deve estar preparado para isso. Então você precisa saber:
1 - A qualidade (características) de seu produto, capacidade de oferta e consistência de entrega ao cliente;
2 - Criar uma estrtura que premie a qualidade e que, PRINCIPALMENTE, saiba como comercializar as diferentes qualidades produzidas na lavoura, dos cafés baixos aos cafés gourmet. Estoque e gerenciamento da safra;
3 - Levar o seu café ao comprador. Fazer com que ele descubra sua qualidade.
4 - Criar uma identidade visual e definir canais de comercialização.
5 - Ou seja, gerenciar a qualidade de sua produção.

É muito fácil falar, eu sei, mas é a receita de bolo que algumas fazendas, associações e cooperativas estão usando para diferenciar seus cafés.

Obrigado por seu comentário e estamos à disposição!

Um abraço,

Paulo Henrique Leme
Consultor
P&A Marketing Internacional
FERNANDO DE SOUZA BARROS JR.

SÃO PAULO - SÃO PAULO - TRADER

EM 22/05/2010

Prezado Paulo

Somos a favor do Marketing de nosso Café. Devemos segmentar nossa mercadoria mostrando as suas qualidades que são inúmeras.
O que não queremos é a imposição da cotação da Bolsa de N.York e sim a referencia de CHICAGO(CME) e BM&FBOVESPA por uma série de razões que o MERCADO já sabe faz anos e anos.
A partir do momento que exista a cotação do Café Brasileiro na BOLSA de CHICAGO e na BM&FBOVESPA teremos a TRANSPARENCIA sem contaminação de cafés que não os nossos como sempre ocorreu. Queremos diferencial sim!! de nossas qualidades e padrões porém com honestinade e não em cima de um café que não é o nosso. O que ocorre hoje e´uma piada,pois dizem que o café bom é o Colombiano e por que será que a cotáçao da BOLSA de N.YORK não está a U$2 por libra peso ? O diferencial da Colombia hoje é U$60/70 por libra acima da cotação daquela BOLSA, cerca de U$86 por saca acima da cotação ou R$162,00 .Engraçado, todo mundo se matando para vender um Cereja Descascado(CD) acima do Café Natural para substituir o Colombiano. Ofertam pelo nosso CD Cotação de N.YORK menos 8/10 cents de dolar e ele vem sendo vendido a mais U$8/10 p/ libra acima da COTAÇÃO. Se houvesse transparencia a Cotação estaria a U$2 por libra e o nosso com um preço bem mais alto mesmo voce colocando menos U$0,25 por libra abaixo, o que é um absurdo.Daria U$1,75 por libra o que liquidaria ao produtor R$$410,00 pela saca de nosso café ao Produtor
Portanto sem TRANSPARENCIA jamais seremos independentes e capazes de fazermos o nosso Marketing e refens de uma Bolsa manipulada para adquirirem nossos café a preçco de liquidação.Exemplo estão esperando a nossa safra!!!

Abraço e boa sorte!
CELSO LUIS RODRIGUES VEGRO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 21/05/2010

PH

Colocações muito pertinentes. De meu ponto de vista penso que o mercado é algo mais anárquico do que as linearidades que você consegue enxergar. Pequenas divergências que de resto não atrapalham o direcionamento do esforço que deve ser empreendido.
Abçs
Celso Vegro

RENATO FONSECA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 21/05/2010

Prezado Paulo,

Excelentes colocações. Eu lhe perguntaria como implementar todas essas ações de marketing, levando-se em conta a estrutura arcáica de gerenciamento das Cooperativas de Produtores, ainda que, muitas vêzes, bem intencionada?

Abraços,

Renato Fonseca

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