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Pesquisadores brasileiros participam da cúpula internacional sobre ferrugem

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/04/2013

4 MIN DE LEITURA

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Em resposta à crise da ferrugem do cafeeiro na América Central, a World Coffee Research (WCR), entidade de pesquisa ligada ao Instituto para a Agricultura Internacional Norman Borlaug do Texas, e o Programa de Cooperação Regional para o Desenvolvimento de Tecnologia e Modernização da Indústria de Café (PROMECAFE) organizaram nos dias 18 e 19 de Abril na Guatemala a Primeira Cúpula Internacional sobre a Ferrugem do Cafeeiro. A cúpula foi apoiada por organizações incluindo a Associação Nacional do Café da Guatemala (ANACAFE), a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Starbucks, Green Mountain Torrefadoras de Café (GMCR), Ecom Agroindustrial Corporation Ltda (ECOM), RGC Café e JM Smucker / Folgers Inc. O foco do evento foi o desenvolvimento de planos de resposta rápida e ações que combatam o surto de ferrugem na América Central.

A ferrugem do cafeeiro devastou a produção de café da região neste ano, afetando a subsistência de mais de dois milhões de pessoas e causando prejuízos muito sérios. Isto ocorreu em grande parte pela maior ocorrência de chuvas e também por menores investimentos na safra devido ao preço atual estar desanimando muitos cafeicultores. A Guatemala e outros países declararam estado de emergência nacional. A perda total de café para a região está estimada entre 20% e 30 % e poderá aumentar para cerca de 50% no próximo ano, a menos que uma estratégia focada e coordenada seja posta em prática brevemente.

A Cúpula Internacional reuniu cafeicultores de todo o mundo, cientistas e pesquisadores especializados em ferrugem do cafeeiro, associações, organizações certificadoras, empresas agroquímicas, exportadores e torrefadores de café e instituições doadoras para discutir as implicações e soluções viáveis para a crise da praga na América Central. Pesquisadores brasileiros também estiveram presentes no evento.

Marcos Dutra, Engenheiro Agrônomo , do Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta, participante convidado para a Cúpula Internacional, contou que a ideia de organizar um evento dessa dimensão partiu do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a USDA e da USAID, Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, aliados a grandes torrefadores americanos em conjunto com a ANACAFÉ. Segundo ele , as instituições buscaram o apoio da World Coffee Research (WCR) que tem escritórios instalados Brasil. “Como representante brasileiro, apresentamos a estratégia de controle da ferrugem e que está dando certo”, completou Dutra. Doutor em Fitopatologia, ele se apresentou no painel sobre o controle da ferrugem por meio de fungicida em curto prazo e também contribuiu para elaborar um plano de manejo imediato para a Cafeicultura da América Central.

Outros pesquisadores brasileiros da Embrapa e Universidade Federal de Viçosa foram convidados a apresentar temas ligados como o estudo de caso da ferrugem, a saúde da planta e sistema de cultivo, patogenia e controle biológico e também substituição, variedade e renovação da plantação. Ainda dentro da programação tiveram destaque os seguintes temas: contexto da ferrugem, intervenções a curto prazo, detecção precoce e sistema de monitoramento, estratégias de longo prazo e respostas estratégicas.

De imediato, na percepção de Marcos Dutra , o balanço do evento foi extremamente positivo pois os especialistas do mundo chegaram a conclusão que as variações climáticas são pontos determinantes na agricultura em qualquer parte do planeta. “O clima muda sempre por isso o produtor precisa mudar de atitude perante estes problemas que não são novos.” contou Dutra. Outro ponto importante observado pelo palestrante é que os agricultores da América Central estão usando defensivos de maneira errada. Ele recomenda ainda que o manejo deve ser no momento adequado para se evitar a aplicações excessivas de defensivos sem o efeito desejado de controle . Ainda segundo Dutra, a integração de técnicas de plantio de variedades resistentes devem ser estudadas porém não como medida emergencial, pois gastam-se, em média, quatro anos para produzir novamente com tais variedades.

Marcos Dutra relatou que, durante o evento, a representante do USAID/BFS/ARP, Sra. Jean Ristaino, cobrou dos representantes da América Central uma atitude sobre o controle da ferrugem, pois o caso não é novo, já aconteceu outras vezes com a mesma magnitude e prejuízos. Reiterou que existem fungicidas registrados para o controle da ferrugem e nada está sendo feito para barrar este surto. Ainda segundo Dutra, outro ponto positivo que foi levantado pelo epidemiologista Dr. Jacques Avelino, do CIRAD/CATIE, é que muitos agricultores na América Central estão usando defensivos de maneira errada, buscando controle somente quando a doença já esta muito avançada. Agricultores que utilizaram fungicidas fizeram de maneira curativa e não conseguiram controle e a primeira aplicação deve ser feita logo após o início das chuvas e ocorrência da florada principal e em seguida de ser repetidos aplicações foliares entre 30 a 60 dias de intervalo.

A Cúpula teve intenção de unir forças para avaliar as implicações socioeconômicas do atual epidemia, especialmente quando se referem a pequenos cafeicultores, trabalhadores do café e suas famílias. Um conjunto de estratégias foram delineadas para mitigação de impactos econômicos, a fim de auxiliar as comunidades da região a enfrentarem e se recuperar da grave e inesperada queda na renda dos produtores. O apoio das agências financeiras, que se propuseram a levantar quantia necessária para o financiamento do controle da ferrugem e renovação das lavouras, foi um ponto de extrema importância no evento . Entre as empresas que vão custear as despesas estão o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) , a Root Capital , fundo de investimento social sem fins lucrativos que visa a prosperidade rural em lugares ambientalmente vulneráveis, a IFC , instituição de desenvolvimento global focada exclusivamente no setor privado nos países em desenvolvimento e Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Após o evento, ficou decidido que os especialistas da cúpula vão trabalhar com instituições nacionais e segmentos-chave da cadeia produtiva de café para determinar estratégias e as melhores práticas para controlar o atual surto de ferrugem e identificar soluções de curto, médio e longo prazo para futuras epidemias de ferrugem.
 
Matéria de Daniela Novaes / Rede Social do Café, por meio do CNC.

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