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Panorama de mercado: preço do café despenca em julho

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/08/2008

5 MIN DE LEITURA

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De acordo com o levantamento dos Índices de Preços Agrícolas do mês de julho divulgado na semana passada pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (Dae/Ufla), fertilizantes e rações continuam pressionando os custos de produção do setor agrícola, seguidos pelos preços das sementes e mudas. Em julho, o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agropecuários teve uma alta de 3,08%, puxado pelos aumentos nos preços dos fertilizantes (5,3%), rações (10,72%), sementes e mudas (23,18%) e vermífugos (4,94%).

De janeiro a julho deste ano, os preços dos fertilizantes acumulam um aumento médio de 34,31%; as rações tiveram alta de 21,88% e as sementes e mudas, aumento de 18,15%. Em média, o IPP acumula uma alta de 14,04% em 2008. São levantados mensalmente os preços de 187 insumos agropecuários.

Avaliando a renda média do produtor em julho, medida pelo Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda de seus produtos agrícolas, o resultado foi negativo no mês, com queda média de 4,96%, puxada principalmente pela baixa dos preços dos grãos, que reverteram tendência de alta dos últimos meses. A cotação do café caiu 11,65% e do feijão, 12,05%. A exceção ficou com o preço pago pelo milho, com alta de 6,67%. Já no acumulado do ano, o IPR está em 14,28%.

Se o final de junho foi marcado por elevações nos preços internacionais do café, julho foi de forte derrubada das cotações, com a euforia do mês anterior dando lugar ao desânimo entre os produtores, de acordo com a Agência Safras. Além do comportamento baixista das bolsas de Londres para o robusta e de Nova York para o arábica, o cafeicultor brasileiro deparou-se com novas quedas do dólar, que parece mais disposto a buscar a faixa de R$ 1,50 do que voltar a R$ 1,60, o que pressiona ainda mais os preços do grão em real no Brasil.

Segundo a agência, os preços em NY, que balizam as cotações internacionais, foram sustentados em junho por ganhos em outros mercados, com destaque para o petróleo. Outro fator importante que ajudou as altas foi a desvalorização do dólar em relação a outras moedas, principalmente o euro. Completando o cenário altista, os preços subiam ainda diante das informações de atraso na colheita de café no Brasil.

De acordo com analistas, logo haveria uma correção dos preços, já que a safra brasileira, a maior do mundo, entraria com mais força no mercado, a partir da evolução da colheita. A ausência de riscos de frio mais intenso no cinturão cafeeiro do Brasil mantinha os preços sob pressão negativa.

"Em julho, para natural desagrado entre os produtores, o mercado mostrou sua dura realidade. Assim como o mercado subiu, ele desceu. Junto com perdas em outras commodities, com o petróleo despencando, o café sucumbiu. E o dólar mostrou-se um pouco mais fortalecido em relação ao euro, contribuindo para a pressão sobre as commodities agrícolas", publicou a Agência Safras. "O mercado, que vinha preocupado com o atraso na colheita no Brasil, recebeu informações de que os trabalhos vinham evoluindo e que cedo ou tarde café em volume do maior produtor mundial entraria com mais fluidez para comercialização e isso também pesou sobre os preços internacionais".

Atualmente, os torrefadores do hemisfério Norte entram no período de incremento das suas aquisições buscando abastecimento para a época de frio. A demanda concentrada pelo produto, com a procura dos maiores importadores de café do mundo, Alemanha e Estados Unidos, poderá dar suporte aos preços internacionais.

Outro fator que pode ajudar na sustentação das cotações é a definição dos detalhes para as operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), que deve ocorrer ainda este mês, com os primeiros leilões previstos para setembro. O mecanismo contribui para dosar a oferta no mercado, com o produtor buscando uma meta de preço. O mercado também deve se preocupar com a chegada das chuvas que irão repercutir na safra a ser colhida em 2009 e com o risco de o final da colheita coincidir com as primeiras floradas da safra seguinte.

Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Na Bolsa de Nova York, o balanço do mês mostra que contratos previstos para setembro caíram 9%, de 153,20 centavos de dólar por libra-peso no dia 30 de junho para 139,35 cents/lb em 31 de julho. Desde de o início do ano, a desvalorização acumulada para a posição é de 4,18%.

Na Bolsa de Londres, a situação é outra. Apesar do vermelho no balanço de julho e a tendência de queda observada recentemente, é positivo o acumulado no ano, que chega a quase 26% para a posição julho e a 22% para setembro.

O mercado físico brasileiro de café sofreu bastante com as quedas de julho. Os produtores seguem retendo a oferta como podem, contando com recursos de financiamentos do governo para colheita e estocagem e tendo adiantado a comercialização também com negociações futuras, como CPRs (Cédula de Produto Rural). No Sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa foi cotado no último dia de julho a R$ 247,00/sc, contra R$ 265,00 do encerramento de junho, tendo assim, no comparativo, uma queda acumulada no período em torno dos 6,8%.

No dia 28 de julho, o indicador Cepea/Esalq atingiu a menor cotação do ano, quando chegou a R$ 241,55/sc. No dia 30 de julho, porém, o índice marcava R$ 244,77/sc, 2,10% de valorização quando comparado com mesma data de 2007. O conillon, no mesmo período, acumula 8,73% de valorização.

Além das perdas nas bolsas internacionais, o mercado nacional ainda teve o efeito de mais um mês de quedas do dólar. A moeda americana recuou de R$ 1,597 ao final de junho para R$ 1,563 no fim de julho, o que representa uma retração no período comparativo de 2,1%. Nesses últimos 12 meses, a moeda chegou a desvalorizar 17%.

Tabela 2. Principais Indicadores, Bolsas e cotação do Dólar


Segundo o InfoMoney, o dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira com leve queda, deixando em segundo plano o desempenho negativo dos mercados externos e da Bolsa brasileira. Entre os dados econômicos mais acompanhados pelo mercado, o mercado de trabalho dos EUA trouxe referências divergentes. Apesar de o número de vagas de trabalho ter caído menos do que se esperava em julho, a taxa de desemprego, em 5,7%, gerou desconforto nos investidores.

"A aversão ao risco até se fez presente no mercado cambial brasileiro, mas não resistiu à percepção de contínuo ingresso de moeda estrangeira no País, decorrente tanto das aplicações em renda fixa, atrativa em virtude da alta diferença entre o juro interno e o externo, quanto do comércio exterior", publicou o site.

Na última sexta-feira (1), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, divulgou que a Balança Comercial brasileira registrou recorde histórico nas exportações do mês de julho, atingindo o total de US$ 20,453 bilhões. O saldo do mês ficou positivo em US$ 3,304 bilhões.

Gráfico 1. Cotação do dólar (R$)



Julio Frare, Equipe CaféPoint

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