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Panorama: crise atinge emergentes, segue instabilidade

POR JULIO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/11/2008

8 MIN DE LEITURA

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As incertezas no mercado financeiro e a forte alta do dólar nos últimos meses levaram os preços do café ao menor patamar desde maio do ano passado. Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, revela que ainda existe uma grande pressão para a queda dos preços em virtude da entrada da safra de três grandes produtores mundiais de café arábica.

Segundo ele, a safra do Vietnã é estimada em 21 milhões de sacas e a da Colômbia, 12,5 milhões de sacas, sem contar a do Brasil, de 45,8 milhões. "No curtíssimo prazo, a tendência é que os preços continuem caindo". Barabach explica que a diminuição da influência da crise no mercado, deve fortalecer a questão da oferta e demanda.

Conforme informou a Agência Safras, em meio às preocupações com a recessão global, depois da quebradeira de bancos e enxugamento do crédito nos mercados, as bolsas de valores tiveram perdas acentuadas ao longo de outubro, o petróleo recuou, o dólar se valorizou e as commodities agrícolas acompanharam apresentando expressivas perdas ao longo do mês. Com o mercado internacional de café não foi diferente.

Diante do aperto no crédito no mundo todo, os exportadores brasileiros seguem com problemas para a obtenção de financiamentos para a exportação (os ACC - Adiantamento de Contrato de Câmbio), o que complica a atividade e pode ter reflexos nos embarques futuros se a situação não melhorar.

Segundo o Escritório Carvalhaes, aparentemente as medidas adotadas pelos governos das principais economias do mundo começaram a acalmar os mercados, e a intensidade da crise financeira internacional mostrou-se menor nesta semana. "É cedo para saber se a grande crise começa realmente a ser controlada, mas o ambiente para negócios foi melhor. No mercado de café as bolsas oscilaram menos e fecham a semana em alta. No físico brasileiro os negócios foram dificultados com a recuperação do real frente ao dólar, reflexo do abrandamento da crise, e com o menor fluxo de financiamentos para os compradores", publicou.

De acordo com a Agência Estado, o desempenho dos contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York ainda não inspira confiança. Os fundos de investimento podem continuar a liquidar posição no mercado de commodities, diante do quadro de ameaça de recessão global, provocada pela crise financeira internacional.

O vice-presidente da Newedge Group, Rodrigo Costa, informa que o mercado de café continua frágil, com os fundos de investimento liquidando posição comprada. Segundo ele, os fundos de índice devem continuar a reduzir a posição comprada. Além disso, o dólar fortalecido também é outro sinal negativo. "Esperamos que o pior tenha passado, mas nosso sentimento é que não acabou ainda", concluiu.

Segundo a Agência Estado, o mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York iniciou o mês de novembro na perspectiva de confirmar recuperação, mas o ambiente macroeconômico, no entanto, ainda não inspira confiança. "O risco de recessão paira no ar e a crise no sistema financeiro parece longe do fim. O mês de outubro precisa ser esquecido. O contrato com vencimento em dezembro acumulou desvalorização de cerca de 12% no mês passado. Desde janeiro, a perda é de cerca de 22%", noticiou.

A bolsa de Nova York, na semana de 29 de outubro a 05 de novembro, recuperou 420 pontos ou 4,20 cents/lb nos contratos para entrega em dezembro próximo - valorização de 3,74%. No acumulado de trinta dias, a posição registra alta de 1,66%. Desde o início de setembro, porém, no início da crise internacional, as perdas acumulam -20,14% para os contratos com vencimento em dezembro. Em Londres, a bolsa de mercados futuros registrou expressiva alta na semana em questão, de quase 12%, nos contratos negociados para novembro. Nos últimos trinta dias, entretanto, a posição acumula baixa de 1,28%, e desde setembro, registra 21% de desvalorização.

Na bolsa de mercadorias & futuros de São Paulo (BM&F), as oscilações acompanham nitidamente a bolsa de NY. Contratos de café com vencimento em dezembro recuaram 23,19% de setembro até hoje. Na semana, há alta de 4,26%, e nos últimos trinta dias, 0,64%.

Tabela 1. Comparativos das principais Bolsas de café


Dólar

Segundo reportagem de Ana Cristina Góes, da Gazeta Mercantil, o dólar comercial fechou o primeiro pregão de novembro em alta, apesar das intervenções do Banco Central (BC). Em uma sessão marcada pela volatilidade, o dólar comercial terminou o dia com avanço de 0,56% para R$ 2,17 na venda, na segunda sessão consecutiva de alta após as quatro baixas seguidas da semana passada. A moeda norte-americana acumula ganhos de 23,18% no ano.

De acordo com o diretor da corretora de câmbio NGO, Sidnei Nehme, a pressão sobre a cotação do dólar no mercado futuro continua. "A maioria das empresas e dos fundos de hedge estrangeiros não desmontaram suas posições de comprados", alerta. No entanto, Nehme acha realista a expectativa do mercado de que o dólar encerre o ano em R$ 1,95 apontada no boletim semanal Focus do BC. "Se o BC conseguir desmontar essas posições de comprados ele conseguiria levar o dólar a um patamar abaixo de R$ 2", estima.

Segundo economistas do InfoMoney, o dólar comercial encerrou a quarta-feira (5) em alta frente ao real, invertendo o sinal de fechamento da véspera, conforme os mercados sentiram novas tensões trazidas por dados referentes à economia norte-americana. Para tentar segurar a valorização da divisa norte-americana frente ao real, o BC interveio mais uma vez com a realização de leilões de contratos de swap cambial tradicional.

Conforme dados publicados pela autoridade monetária, o fluxo cambial acumulado no mês de outubro ficou negativo em US$ 4,639 bilhões, frente ao saldo positivo de US$ 2,803 de setembro. O resultado, que foi o pior desde janeiro de 1999, advém do saldo positivo comercial de US$ 1,610 bilhão contra o fluxo financeiro negativo de US$ 6,249 bilhões. O fluxo cambial acumulado neste ano (de janeiro a outubro), porém, fica positivo em US$ 12,549 bilhões.

O dólar comercial fechou cotado a R$ 2,120, queda de 0,52% em relação ao fechamento da semana passada, e -2,57% nos últimos trinta dias. Na comparação com mesma data do ano anterior, entretanto, a moeda acumula 20,82% de valorização.

Gráfico 1. Cotação do dólar (R$)


O mercado físico de café iniciou a semana com preços praticamente estáveis em relação à sexta-feira passada. Os contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York, base dezembro, encerraram em queda de 0,6%, mas a alta do dólar acabou compensando a perda no mercado futuro. Segundo um corretor de Santos/SP, o mercado tem pouco interesse de compradores. O vendedor também está retraído, à espera de novidades sobre a proposta de retirada de 6 milhões de sacas do mercado.

Conforme dados divulgados pelo Departamento de Planejamento e Desenvolvimento de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a exportação de café em outubro alcançou 2,969 milhões de sacas, o que representa crescimento de 20,4% em relação ao mesmo mês do ano passado (2,465 milhões). A receita cambial em outubro aumento 34,9% no período, para US$ 473,7 milhões ante US$ 351,1 milhões em outubro de 2007.

Ontem, no mercado físico, o indicador à vista do Cepea/Esalq para o arábica foi de R$ 256,44/sc, alta de 0,90% nos últimos sete dias e 2,22% nos últimos trinta. Em relação ao ano passado, a saca de arábica está 7,34% mais valorizada. O conilon também apresenta valorização nos períodos comparados. A variedade robusta está 0,21% acima de seu preço no comparativo semanal e 2,11% no mensal. Nos últimos 365 dias, a alta é de 7,80%. Segundo o indicador à vista do Cepea/Esalq, o conilon foi cotado a R$ 221,14/sc nesta quarta-feira, 05.

Tabela 2. Contratos BM&F, Indicador Cepea/Esalq e cotação do Dólar


Crise x consumo

Segundo o consultor de mercado Eugênio Foganholo, da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, a demanda por café no país cresce em torno de 5% ao ano. Para o consultor, bens mais caros, como automóveis, poderão ser afetados pela crise de crédito, ao contrário dos bens alimentícios nesse primeiro momento. No país, o consumo anual de café está em 17,45 milhões de sacas, segundo a Abic, Associação Brasileira da Indústria do Café.

Vários economistas e analistas de mercado também compartilham desta opinião. Para Alcides Amaral, ex-presidente do Citibank no Brasil, duas bolhas ainda podem estourar no Brasil: a imobiliária e a automobilística, fortemente relacionadas ao índice de empregabilidade do país. José Luís Fiori, professor do Instituto de Economia da UFRJ, escreveu ao Valor Econômico ontem que "a intervenção de grandes potências não conseguiu impedir o efeito contágio da crise, que já passou das finanças para o crédito, e deve atingir a produção, o emprego e as exportações de todo o mundo, e de forma muito mais grave no caso dos países menos desenvolvidos".

A crise econômica global ainda não trouxe perdas para a indústria cafeeira mineira. De acordo com o presidente do Sindicafé-MG (Sindicato da Indústria do Café do Estado de Minas Gerais), Almir José da Silva Filho, no entanto, a situação enfrentada pelos cafeicultores é difícil e pode gerar reflexos negativos nas torrefadoras. "Até o momento a indústria está funcionando normalmente no Estado, com os preços pagos pelo café se mantendo na mais absoluta normalidade", observou. Silva Filho enfatiza que tanto os preços do café torrado quanto do moído estão estagnados há mais de um ano.

"A indústria entende que os preços têm que subir, pois os produtores não estão conseguindo se manter na atividade com os valores praticados no mercado. O produto final está defasado, com preço final em torno de 2% do salário mínimo. Historicamente, esse valor sempre oscilou entre 4% e 6% do salário", comparou. A indústria sozinha não eleva os preços do produto, afirmou o dirigente. Segundo ele, mesmo cumprindo os compromissos e alguns negócios fluindo, os preços precisam de correção para se ajustar ao mercado. (Fonte: Diário do Comércio/MG)

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