Os altos preços do café, que superam atualmente os US$ 190 por quintal (sacas de 46 quilos) no mercado internacional, aliviarão em parte a redução na produtividade de café correspondente à safra de 2010-2011 da Nicarágua, que começará oficialmente em outubro.

Para a safra de 2010-2011, espera-se uma produção de 1,3 milhão de sacas de 60 quilos, menos que a safra anterior, de 2009/10, que foi de cerca de 1,53 milhão de sacas. A redução se explica pela bi-anualidade do bom rendimento do grão.

O gerente comercial da Cisa Exportadora - principal empresa exportadora de café do país -, Jorge Eslaquit, disse que há forte otimismo entre os produtores do país pelos altos preços do café, de forma que, esse ano, eles estão se empenhando para que os efeitos da bi-anualidade não se acentuem nas fazendas. "Esse ano seria afetado pela baixa colheita. No entanto, no último ano, tivemos um bom clima, bons preços e isso permitiu que os produtores dessem esse ano um manejo mais adequado às plantas, o que vai resultar em um melhor efeito".

"Isso quer dizer que, apesar de entrarmos em uma colheita baixa, esperaremos um volume de cerca de 1,3 milhão de sacas de 60 quilos, não muito marcado pela bianualidade".

No entanto, Eslaquit disse que os produtores de café da Nicarágua estão na expectativa sobre os possíveis estragos que as constantes precipitações podem provocar. Ele disse que a Cisa exportou esse ano cerca de 536,66 mil sacas a 19 países de cinco continentes. Além disso, outorgou-se financiamento a cerca de 1.500 cafeicultores, que representam cerca de 20% da produção nacional de café. Também se outorgou US$ 1,2 milhão em prêmio por qualidade a cerca de 1.600 cafeicultores do país.

A consultora internacional do mercado de café, Judith Ganes-Chase, afirmou que a Nicarágua tem uma excelente oportunidade para aproveitar ao máximo os altos preços do café. Ela disse que, para isso, o país deve avançar no investimento tecnológico e na infra-estrutura das fazendas cafeeiras. Ale disse que a tendência no aumento do consumo de café se manterá e esse panorama é favorável para países produtores de café, como a Nicarágua.

A reportagem é do LaPrensa.com.ni, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.