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Matiello: ideal seria saca R$ 50 acima do que está hoje

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 06/05/2009

3 MIN DE LEITURA

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José Braz Matiello é Engenheiro Agrônomo formado pela UFV em 1965. Já trabalhou como pesquisador no IAC e foi coordenador de pesquisas de uma equipe de mais de 400 técnicos no extinto IBC. Publicou mais de 100 trabalhos de pesquisa e 14 livros, além de centenas de boletins. Ministrou milhares de palestras e participou de diversas viagens e congressos nos principais países produtores da América, África, Ásia e Oceania.

Como consultor da FAO e da ABC do Itamaraty, participou de várias missões de ajuda a programas de países cafeeiros. Atualmente participa como coordenador técnico, pesquisador e difusor de tecnologia no Procafé/MAPA. Já organizou 34 Congressos Brasileiros de pesquisas cafeeiras, e é editor da revista Coffea e do Procafé on line. Confira a entrevista exclusiva do CaféPoint com um dos maiores pesquisadores da cafeicultura.

CaféPoint - O que pode ser feito para minimizar os efeitos da bienualidade do café? Seria possível teoricamente planejar em nível nacional para que a produção média fosse menos discrepante ano a ano?

Mesmo que todos os produtores "combinassem" de plantar suas lavouras em épocas estratégicas, a fim de minimizar os efeitos da bienualidade, alguns fatores externos, como seca ou condições climáticas desfavoráveis, tenderiam a reverter o processo, fazendo com que em anos de situações climáticas drásticas a produção caísse, e a planta então ficaria preparada para uma maior produção no ano seguinte, voltando a sofrer os efeitos da bienualidade.

Algumas práticas agrícolas como o plantio sombreado ou a prática de irrigação controlada minimizam os efeitos da bienualidade, equilibrando a produção. Ou seja, o ano de baixa passaria a produzir mais e cairia a produtividade no ano de alta, mas na média dos dois anos a produção tende a ser equivalente à produção nos sistemas tradicionais.

Também é viável implantar a safra-zero, que ao se aplicada de forma escalonada, em metade dos talhões a cada ano tenderia a manter a safra anual mais estável. Porem é difícil a aplicação da prática em larga escala na cafeicultura.

CaféPoint - O custo de produção de uma saca de café hoje em dia está bem acima do preço pago pelo mercado. Por isso, o governo está falando em opções públicas e estabeleceu o preço mínimo de R$ 261,69/sc. Qual sua opinião sobre isso?

Apesar de os produtores eficientes estarem tirando algum lucro com a cafeicultura no momento, o ideal seria que a saca estivesse pelo menos R$ 50,00 mais valorizada do que está hoje. (Segundo o Cepea, no mês de abril o valor médio foi R$ 260,08/sc) De qualquer forma, está muito claro que não há mais espaço para o cafeicultor pouco tecnificado. Os preços atuais remuneram apenas o produtor que consegue produtividade acima de 30 sacas por hectare.

Atualmente, os custos com a colheita estão em torno de 30% do total que se gasta para produzir uma saca de café, mas com a mecanização, este custo cai 40 a 50%. Quem não consegue mecanizar tem que pagar mais caro pela mão-de-obra. O problema é que os trabalhadores vêm rejeitando o emprego, diante de facilidades oferecidas pelo programa "bolsa-família" e outros auxílios do governo, e isso encarece ainda mais a colheita.

As pessoas pensam que colher café é um trabalho degradante, pesado, mas é uma atividade leve, que exige molejo, e não força. Tanto que comumente as mulheres se sobressaem e acabam tendo mais cuidado na hora de colher o café, com rendimento muitas vezes superior à média.

CaféPoint: Como seria a distribuição de renda ideal numa propriedade cafeeira? Até que ponto o cafeicultor deve diversificar sua produção?

A distribuição de renda atual sobrecarrega a atividade cafeeira como responsável por até 80% da renda agrícola nos imóveis cafeeiros, quando o ideal seria que somente a metade da renda do produtor viesse da cafeicultura e os 50% restantes de outros produtos. Por exemplo, cita-se o que acontece em algumas regiões na zona montanhosa do Espírito Santo. Ali planta-se 500 pés de banana por hectare junto com o cafezal, servindo de quebra-vento e dá uma boa rendo por 2 anos sem atrapalhar o cafezal.

No sul de Minas, região caracterizada por médias propriedades, as quais plantam os cafezais nas áreas mais altas dos terrenos, para fugirem de eventuais geadas, as partes baixas vem sendo diversificadas com o plantio de grãos, especialmente o milho e também soja. Até recentemente, as áreas declivosas vinham tendo bom retorno com eucaliptos, agora a sua rentabilidade está ruim diante da crise das siderúrgicas.

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