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Há previsão de veranicos no início de novembro

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 24/08/2006

7 MIN DE LEITURA

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Renato Fernandes conversa com Celso Oliveira, da Somar Meteorologia, sobre as perspectivas do clima nas regiões cafeeiras e atende às consultas de Ricardo Gomes Castejon de Monte Santo de Minas/MG e de Jair Catelan Filho, de Marilândia/ES.

CaféPoint: Bom dia, Celso. Nas nossas duas últimas conversas, você enfatizou bastante a previsão de que as chuvas serão bastante irregulares na primavera. Há alguma novidade neste aspecto?

Celso Oliveira: Bom dia, Renato. Não há nenhuma novidade, por enquanto. A expectativa é de chuvas irregulares ao longo da primavera. Elas retornam nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas não há, pelo menos, nenhuma garantia de que, ao chegar a primeira chuva mais intensa, haja persistência até a chegada do verão.

Nos últimos dois anos, observamos chuvas que se consolidaram, logo na primavera, mas, neste ano, expectativa é de irregularidade. Podem ocorrer até chuvas fortes, alternadas, porém, com períodos de quinze a trinta dias de tempo seco e bastante quente. Os modelos de previsão climática indicam um período prolongado de tempo seco entre outubro e novembro deste ano.

CaféPoint: Essa frente fria que, hoje, está no Sul da Bahia levou chuvas ao chamado cinturão cafeeiro, ao passar pela região Sudeste?

Celso Oliveira: Levou sim. Até mesmo na região do cerrado, foram registradas chuvas, no entanto, inferiores a cinco milímetros que não reverteram o déficit hídrico observado na região cafeeira dos estados de São Paulo e Minas Gerais. A expectativa para a próxima semana é de novas chuvas, principalmente entre segunda e terça-feira, porém também inferiores a cinco milímetros, principalmente para o Sul de Minas e a Mogiana.

CaféPoint: Já que não vai haver regularidade, estas chuvas com volume menor são até melhores que uma chuva que pudesse deslanchar uma florada, não?

Celso Oliveira: O problema é que agora, a partir de setembro/outubro, é a chance de ocorrência de frentes frias que provoquem chuvas mais intensas aumenta consideravelmente.

Agora, ainda não se observa a umidade, que vem da Amazônia e é a grande responsável pelas grandes chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, mas, a partir de setembro, outubro principalmente, esta umidade aumenta significativamente, dando suporte para as frentes frias, sendo, então, esperadas chuvas mais intensas com a passagem destes sistemas.

CaféPoint: Vamos atender as consultas de hoje?

Celso Oliveira: Hoje, nós temos duas cidades. Marilândia no Espírito Santo e Monte Santo de Minas/MG.

Para Marilândia, que fica no centro do estado, bem pertinho de Colatina, a situação é um pouco mais crítica, com relação à previsão para os próximos meses.

Os modelos numéricos de previsão indicam praticamente ausência de chuvas até, pelo menos, outubro/novembro. Lembrando que, normalmente, a chuvas retornam a Marilândia em outubro, prolongando-se até novembro/dezembro.

Neste ano, os modelos de previsão indicam pouquíssimas chuvas, principalmente na segunda quinzena de outubro e na primeira quinzena de novembro, para quando é apontada ausência quase que total de chuvas nessa região e temperaturas bastante elevadas.

A irregularidade deve persistir até quase no final do ano. Os modelos numéricos climáticos indicam chuvas mais significativas apenas a partir de dezembro na região central do estado do Espírito Santo. Lembrando que, desde abril, as chuvas estão abaixo da média histórica na região de Marilândia.

As últimas chuvas intensas ocorreram no final de Março e até provocaram problemas na colheita do café conilon, já que, entre janeiro e fevereiro observou-se a formação de um vórtice, que gerou temperaturas muito elevadas, e quando a chuva voltou, já próximo à colheita, veio com o volume de 240 milímetros quando a média para março é de 120.

CaféPoint: E quanto a Monte Santo de Minas?

Celso Oliveira: Com relação a Monte Santo de Minas, que é pertinho de Guaxupé, o problema da seca, registrado agora, vem do outono, quando não houve chuvas significativas. As chuvas pararam no mês de abril, por isso, o déficit é bastante significativo neste ano.

Em abril, em Monte Santo de Minas, choveu 17 milímetros e, a partir daí, maio, junho, julho e agosto, as chuvas sempre estiveram abaixo das médias históricas. A expectativa é de irregularidade nas chuvas até novembro, quando elas costumam retornar, mas os modelos indicam uma freqüência um pouco melhor do que no Espírito Santo.

As frentes frias devem chegar à fronteira dos estados de São Paulo e Minas Gerais, provocando algumas chuvas, nem sempre tão intensas, mas com regularidade um pouco maior. A partir de dezembro, os modelos indicam chuvas mais consolidadas.

CaféPoint: Voltando a chover em outubro, é possível que o déficit hídrico se reverta, ainda naquele mês?

Celso Oliveira: Pode ser, mas, na verdade, o que se observa nos modelos é uma freqüência razoável, entretanto, com volumes que podem não ser tão elevados. Mesmo freqüentes, os modelos ainda indicam chuvas abaixo das médias. Chuvas acima das medias só são esperadas em dezembro - 10% acima, aproximadamente.

Pode chover menos que o esperado, mas o que é animador, para o Sul de Minas, aonde as frentes frias chegarão é a freqüência que será maior do que no centro do Espírito Santo, onde há previsão de um período com ausência total de chuvas.

A única questão é os modelos também indicam um período com ausência chuvas, na primeira quinzena de novembro, no sul de Minas. E com temperaturas muito elevadas, aumentando a evapotranspiração da cultura.

CaféPoint: Numa notícia publicada, ontem, na Gazeta de Varginha, consta a previsão de que, mesmo que as chuvas voltem à média histórica , a partir de setembro/outubro, somente em dezembro é que a questão do déficit hídrico estaria regularizada.

Celso Oliveira: A questão é que a reposição de água no solo tem padrão linear, ou seja, havendo condição do solo absorver a água, sem escorrimento superficial e sem percolação, o volume de água retido sobe rapidamente.

Para a evapotranspiração, o modelo é logaritmo, a água vai sendo perdida paulatinamente. Portanto, é difícil prever quando o déficit hídrico será revertido, pois pode bastar apenas algumas chuvas boas para zerar o déficit.

CaféPoint: Na notícia é dito que o somatório das precipitações médias de agosto a dezembro é de 650 milímetros, contra uma média de 420 milímetros de evapotranspiração no mesmo período e um déficit atual de 171,3 milímetros, portanto, ao final de dezembro, o solo terá armazenado apenas 58,7 milímetros.

Celso Oliveira: Não é o esperado, neste ano, para as regiões de café, mas algumas chuvas intensas podem reverter ou minimizar o déficit, mesmo que o total de chuvas fique abaixo da média e que as chuvas sejam irregulares. Em resumo, a conta não é tão simples como foi apresentada.

CaféPoint: Já é possível prever se alguma chuva vai ter ou não intensidade para reverter o déficit hídrico?

Celso Oliveira: Esta previsão só é possível com até quinze dias de antecedência e, mesmo assim, com uma certa imprecisão. Prever a intensidade das chuvas, com boa certeza, só é possível faltando de três a cinco dias. Para a região de Varginha e, mesmo, para o Sul de Minas não há nenhuma previsão de chuvas intensas nos próximos dias.

CaféPoint: E quanto ao Sul do Brasil? Nessa ultima frente fria que trouxe chuvas para região, houve chuvas agrícolas na região de café do Paraná?

Celso Oliveira: Não na região do café. As regiões mais atingidas foram as de Irati e Ivaí, onde não há café e as temperaturas são muito baixas, com freqüentes geadas.

Na região de Maringá e Londrina, as chuvas foram aquém do esperado e não reverteram o déficit hídrico. Para esta próxima frente fria que vai chegar neste fim de semana, os modelos numéricos apontam volumes mais significativos, na casa dos 30 milímetros, que podem atingir as lavouras de café.

CaféPoint: A frente fria se desviou antes de chegar ao norte do Paraná, então?

Celso Oliveira: Ela até chegou ao norte do Paraná, mas com intensidade chuvosa muito baixa. As chuvas mais intensas ficaram restritas ao norte do Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina. As outras regiões não foram bem atendidas, apesar da passagem da frente. Ela até passou sobre as áreas de café, mas não causou chuvas significativas.

CaféPoint: Vamos subir um bocado no Brasil, na região de Rondônia o clima também está seco?

Celso Oliveira: Está. Como é normal para a época do ano, não há nenhuma anomalia significativa. Foram registradas algumas chuvas muito significativas nos últimos dias, exatamente por Rondônia estar na região de floresta, mas são chuvas isoladas que não revertem o déficit que já perdura há alguns meses.

As temperaturas estão muito elevadas, essa água evapora muito rapidamente e, um, dois dias depois, já se pode observar que o solo está seco novamente. Mesmo porque os volumes foram relativamente baixos.

A expectativa é que as chuvas retornem à normalidade entre setembro ou outubro para a região de Rondônia, no Norte do país. A condição seca deve perdurar por em torno de quinze a trinta dias e depois disso as chuvas devem retornar gradativamente, a partir de outubro, principalmente.

CaféPoint: Bem , Celso, creio que seja só por hoje. Existe algum outro ponto que você queira ressaltar?

Celso Oliveira: A única questão é que tivemos a entrada de uma massa de ar intensa, agora, na região Sul do Brasil, que chegou a provocar até especulação no mercado de café, mas foi um sistema que não provocou geadas nas áreas da cultura, assim como, deve ocorrer com a próxima massa de ar que chegará ao Brasil próxima terça-feira, com temperaturas abaixo de dez graus, sem, no entanto, trazer este risco às lavouras tanto do Paraná como do Sul de Minas.

Vai esfriar bastante, talvez o mercado até se mexa, mas não há previsão de geadas efetivas para as áreas de café.

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JOÃO MARCELO VIEIRA ALVES

VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 24/08/2006

Muito boa a análise descrita. Gostaria de uma analise sobre o Planalto de Vitória da Conquista, região esta, na Bahia, que produz 1 milhão de sacas de arábica.

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