Com um acordo de 700.000 pesos (US$ 388) como preço máximo por carga de café de 125 quilos, foi anunciado o término da greve dos cafeicultores da Colômbia, uma mobilização sem precedentes que provocou, inclusive, mortes de pacientes em Huila e Tolima pela impossibilidade de transportá-los pelas vias bloqueadas.

Os cafeicultores e o Governo alcançaram um acordo após 30 horas de negociações em Pereira. Até às 4:20 da manhã desta sexta-feira (08/03), se leu a ata do acordo com o qual se chegou ao fim os 12 dias de greve. Às 5 da manhã, foi firmado o acordo e o líder dos cafeicultores, Guillermo Gaviria, declarou oficialmente finalizada a greve.

As partes concordaram um preço mínimo da carga de café de 480 mil pesos (US$ 266), mais 145.000 pesos (US$ 80,4) de subsídio. Se o preço ficar menor que esse valor, o Governo acionará recursos adicionais. A partir de 18 de março começará a funcionar o novo valor do subsídio concordado pelos cafeicultores.

As negociações com os setores de cafeicultores que se mantiveram paradas após os diálogos do final da semana passada se iniciaram na quarta-feira, às 11 horas da manhã, com a liderança do vice-presidente da República, Angelino Garzón. A uma da manhã de quinta, as negociações foram suspensas. O ministro da Fazenda, Mauricio Cárdenas, classificou os cafeicultores de “intransigentes”, porque foi oferecido o equivalente aos recursos para levar o programa Famílias em Ação a 700.000 famílias a mais e eles não aceitaram.

As negociações foram retomadas na quinta-feira, às 9 da manhã, quando Garzón disse aos cafeicultores que não era “hora de barganha” e estimulou as partes a chegar a um acordo. “Não sejamos prisioneiros de um valor, senhores cafeicultores e senhores ministros”. Participaram da reunião os ministros da Fazenda, Mauricio Cárdenas; da Agricultura, Juan Camilo Restrepo; do Trabalho, Rafael Pardo; da Saúde, Alejandro Gaviria; do Interior, Fernando Carrillo; e o alto conselheiro para o diálogo social, Luis Eduardo Garzón. Os cafeicultores contaram com 32 representantes.

A reportagem é do El Tiempo, traduzida e adaptada pelo CaféPoint.