Um aumento na qualidade e na participação de mercado das exportações de café foi determinado no plano estratégico de cinco anos da Associação de Exportadores de Café da Etiópia (ECEA, sigla em inglês), no dia 25 de março.

As exportações de café da Etiópia têm uma participação de apenas 3% a 5% do mercado global, embora esse seja um dos 10 produtores de café com muito espaço para melhora no volume de exportação, de acordo com o gerente geral associado da ECEA, Tesfaye Kenna.

As exportações do país, de 172.000 toneladas no ano anterior, tiveram um valor de US$ 528 milhões, mas isso deve aumentar para mais de 600.000 toneladas e US$ 2 bilhões dentro de cinco anos, disse ele. Essas projeções foram baseadas em um estudo recentemente encomendado pela ECEA e patrocinado pela Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID).

O plano de cinco anos visa melhorar a qualidade para aumentar as exportações e criar vantagem competitiva no imprevisível mercado global de café, de acordo com a vice-presidente da ECEA, Emebet Tafesse. A associação planeja abrir um museu do café e estabelecer seus escritórios próprios permanentes, disse ela.

Com os preços globais do café em seu mais alto nível em anos e com importantes exportadores de café na Colômbia, Brasil e América Central afetados pelas mudanças climáticas, membros da associação acham que a Etiópia deve introduzir seus produtos em novos mercados, como Europa, Estados Unidos e China. A ECEA recentemente participou da Exibição de Chá e Café em Guangzhou, China.

A produção total de café da Etiópia em 2009/10 foi de 2,07 milhões de sacas de 60 quilos, 2% a mais que no ano anterior. Apesar do aparente platô, a Etiópia continua sendo o oitavo maior produtor de café do mundo. "Por essa razão, usar os atuais altos preços globais, bem como a escassez nas ofertas de produtores tradicionais de café nas Américas seria benéfico para nosso mercado de exportação", disse Tafesse. "Entretanto, para fazer com que os maiores preços parem de afetar o usuário médio de café da Etiópia, temos que fortalecer as uniões de proteção dos consumidores".

A ECEA disse que não está somente preocupada com os consumidores, mas também, com os produtores locais. "A associação planeja abrir um fundo de café nos próximos cinco anos para apoiar preços justos para os produtores e comerciantes de café", disse o diretor da ECEA, Tadese Meskela, que quer criar um fórum de auxílio de negócios para exportadores, incluindo desde controle de qualidade até informação sobre os atuais preços mundiais do café. "Também se planeja construir infra-estrutura (física e informacional) para mitigar os riscos de choques com os preços globais do café, como ocorreu anteriormente que prejudicou os produtores, especialmente na Zona Haraghe, Estado Regional de Oromia".

A reportagem é do AllAfrica.com, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.