A Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia, com o apoio do governo nacional, iniciou um ambicioso projeto de renovação de cafezais envelhecidos, que permitirá ajudar economicamente mais de 300.000 famílias produtoras durante os próximos cinco anos.

O anúncio foi feito na sexta-feira (23) pelo gerente geral da Federação, Gabriel Silva, como uma prévia da celebração do "68º Congreso Nacional de Cafeteros", que será realizado em Bogotá de 28 a 30 de novembro.

O dirigente revelou que o programa, sem antecedentes nos 80 anos de história da Federação, busca renovar 60.000 hectares de café por ano, que hoje têm uma produção muito baixa.

Gabriel Silva disse que "este é um dos programas de investimento social mais importante que se tenha realizado no país, porque permitirá manter nas propriedades 300.000 famílias de cafeicultores e multiplicar por cinco vezes seus ingressos econômicos".

O programa de renovação contempla a entrega de um crédito equivalente a 4,5 milhões de pesos por hectare renovado, ou seja, US$ 2.161,38/ha, recurso para viver enquanto os cafezais voltam a produzir, e uma parte para compra de insumos.

Gabriel silva revelou que estes pequenos produtores não puderam adotar os programas de renovação anteriores, que oferecem um incentivo em dinheiro (abono), porque se os tivessem adotados, não teriam recursos suficientes para atender suas necessidades básicas. Por isso, o crédito contempla a entrega de 150.000 pesos mensais (US$ 72), durante 20 meses, por hectare renovado. Esses recursos serão fundamentais para que as famílias dos cafeicultores possam pagar seus gastos básicos.

O outro 1,5 milhão de pesos do crédito (US$ 720,46), serão recursos para insumos, e serão entregues na medida em que os novos cultivos forem exigindo. Esta confirmação será feita pelos extensionistas que farão o processo de assessoria e acompanhamento do programa.

O gerente da Federação explicou que o empréstimo de 4,5 milhões de pesos por hectare foi estruturado em condições financeiras tais, garantindo, aos produtores que o adquiram, nenhuma dificuldade futura.

Em primeiro lugar, com recursos do Programa de Incentivo para a Capitalização Rural (ICR), o Ministério da Agricultura amortiza 40% do crédito, desde o momento em que se aprove, o que quer dizer que o produtor ficará com uma dívida de apenas 2,7 milhões de pesos. O empréstimo possui 7 anos de prazo, com 3 de carência e 4 para pagar o crédito ao banco com o qual se consiga o mesmo.

Para que os cafeicultores não tenham nenhuma dificuldade e se animem a renovar seus cultivos, foi determinado que o Fundo Agropecuário de Garantias de Finagro, do governo nacional, e o Fundo de Garantias de Pequenos Cafeicultores do Fundo Nacional do Café (Fogocafé), assumirão as garantias ante o banco que outorgue o crédito. Até o momento estão confirmados o Banco Agrário, o "Banco Cafetero" e o Banco de Bogotá.

O programa contempla que a Federação Nacional de Cafeicultores, com o Serviço de Extensão e da Gerência Técnica, que conta com cerca de 1.200 agrônomos e técnicos em todo o país, assumirá a assessoria e orientação a todos os cafeicultores interessados em realizar os trâmites junto aos bancos.

Gabriel Silva revelou que o programa de renovação contará com investimentos próximos a 1,7 bilhão de pesos durante os cinco anos, ou US$ 816.522,57, dos quais um terço será fornecido pelo governo por intermédio dos Ministérios da Fazenda e Agricultura, um terço pelo Grêmio, com recursos do Fundo Nacional do Café, e o outro terço pelo produtores beneficiados ao cancelar o saldo do crédito.

Ao explicar em detalhes o impacto econômico do programa, Gabriel Silva disse que cada um desses hectares velhos produzem atualmente três colheitas de 125 kg por ano (6,25 sacas/ha.ano), gerando ingressos de, aproximadamente, 1,5 milhões de pesos por hectare ano, ou US$ 720,46/ha.ano.

Uma vez renovados os cafezais e em produção, esse mesmo hectare pode gerar 10 ou 15 colheitas de café, que com o preço interno no país hoje, poderia representar até 7,5 milhões de pesos (US$ 3.602,31/ha.ano). Ou seja, 5 vezes mais.

À parte de resolver os problemas de receita das 300.000 famílias de cafeicultores e evitar que abandonem as fazendas para irem buscar emprego nas cidades, o programa de renovação ajudará a meta de aumentar a produção de café na Colômbia para 16 milhões de sacas até 2014 e melhorar a qualidade, que é própria dos cafezais jovens, sem aumentar nenhum hectare no parque cafeeiro.

As informações são da Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia.