O primeiro leilão do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO), marcado para a próxima quarta-feira, está com pedido de impugnação. A ação junto à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é do Conselho dos Exportadores de Café (CECAFÉ), com base na falta de transparência do programa, cerceamento da participação do produtor independente e falta de isonomia.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, João Antonio Lian, "os principais beneficiários do leilão serão as cooperativas, que representam apenas 30% dos produtores".

Ele acrescentou, ainda, que a realização de leilão de 4 milhões de sacas, de uma só vez, "é um mecanismo de cerceamento da participação dos cafeicultores independentes". Segundo Lian, poderiam ser realizados vários leilões, em volumes menores, para que o produtor pudesse se familiarizar com o mecanismo, que pela primeira vez é aplicado no mercado de café.

Lian deixou claro também que o setor não é contra a criação do mecanismo de subvenção aos produtores. "O problema é desenvolver mecanismos artificiais de sustentação dos preços, contra as regras de oferta e demanda, num retorno às políticas de retenção do produto, que no passado só fizeram com que o país perdesse espaço e credibilidade no mercado".

Se a impugnação não der resultado, o CECAFÉ não afasta a possibilidade de ir à Justiça contra os leilões, informou reportagem do Estadão/Agronegócios.