Pesquisadores que estudam o café no Sul de Minas estiveram reunidos entre os dias 6 e 9 de abril para discutirem os rumos das pesquisas que estão sendo realizadas naquela região, de forma a estruturar maior número de parcerias para o desenvolvimento da cafeicultura. O encontro contou com as presenças dos gerentes geral e administrativo da Embrapa Café, Aymbiré Fonseca e Sérgio Brunale, e de pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla), da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Fundação Procafé/MAPA, Embrapa Café, Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Pesagro-Rio, ambas instituições fundadoras do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café).

Segundo Fonseca, o relacionamento da Embrapa Café, como instituição coordenadora do Programa de Pesquisa desenvolvido pelo Consórcio, com as instituições participantes deve ser feito de forma contínua e esta reunião no Sul de Minas foi importante para verificar a evolução do arranjo na região, a prospecção de demandas e para que se estabelecesse, junto as consorciadas e seus parceiros, quais são os fatores limitadores do aumento de renda para a pesquisa da região.

Durante o período, Fonseca e Brunale realizaram, ainda, visitas a laboratórios, experimentos, cooperativas e lavouras cafeeiras no Sul de Minas, num processo de estreitamento de parcerias entre a pesquisa pública e os diversos elos que compõem a cadeia do café.

Na oportunidade, Aymbiré Fonseca destacou as iniciativas e a relevância da pesquisa cafeeira desenvolvida em Minas Gerais. Na opinião dele, o levantamento e divulgação dos recursos advindos de outras fontes financiadoras, além do Consórcio, ampliam a visibilidade do setor, bem como da excelência promovida pela integração de competências. "É o momento de fortalecermos o Consórcio", ressaltou.

A reunião possibilitou o intercâmbio de informações com a apresentação das principais conquistas da pesquisa e serviu como incentivo para formação de novos grupos de trabalhos interinstitucionais. Além dos focos prioritários da região, os representantes institucionais da Ufla, Epamig, Fundação Procafé, Emater/MG, IF do Sul de Minas e Embrapa Café, focaram em um ponto comum: a importância da aglutinação de forças e integração entre as instituições consorciadas, objetivando o fortalecimento e a adaptação aos novos desafios de toda a rede representada pelo Consórcio.

Outro tema abordado na reunião foi a recente criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT/Café), com recursos do CNPq, que tem seu foco no desenvolvimento da biotecnologia em café e do qual participam várias instituições consorciadas, como Embrapa Café, Ufla, Epamig, Universidade Federal de Viçosa (UFV), IAC, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Além das instituições consorciadas, Aymbiré Fonseca e Sérgio Brunale, visitaram as instalações do Pólo de Excelência do Café (PEC-Café), que tem entre seus objetivos o estímulo à inovação e geração de negócios de alto valor agregado. A comitiva também visitou propriedades cafeeiras nos municípios sulmineiros de Três Pontas, Varginha, Poço Fundo, Alfenas e Machado. A visita possibilitou o conhecimento de distintas realidades cafeeiras vivenciadas no Estado, bem como os gargalos e fatores de sucesso em diferentes níveis de cafeicultura, desde grandes fazendas com gerenciamento empresarial a pequenas propriedades com ênfase no associativismo.

O roteiro incluiu a Fazenda Experimental da Epamig em Três Pontas, o Centro de Excelência do Café de Machado, o Campus de Machado do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IF do Sul de Minas), a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam), Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Coocratel) e a Fazenda Montes Claros. Em Varginha, além da visita às instalações do Procafé, a mecanização agrícola também foi debatida, quando os visitantes conheceram um protótipo de colheitadeira mecanizada com capacidade de trabalho em áreas com até 30% de declividade.

Segundo Aymbiré Fonseca, essa reunião faz parte do esforço já iniciado para o estreitamento das relações entre as organizações que participam do Consórcio, já tendo sido promovidos encontros semelhantes no Paraná, Espírito Santo, Bahia e Rondônia.

Por Cibele Aguiar, jornalista da Embrapa Café.