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Cafeicultura sofre com ações especulativas

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/03/2008

2 MIN DE LEITURA

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É incrível como os especuladores insistem em defasar ainda mais os preços de um setor que já sofre com graves preocupações referentes ao endividamento. Atualmente, o mercado cafeeiro internacional vem sendo marcado por extrema volatilidade, a qual surge como conseqüência do risco de recessão nos Estados Unidos e, principalmente, de especulações sobre o tamanho da safra 2008 de café do Brasil.

Tradings e empresas internacionais, absurdamente, vêm projetando nossa safra entre 50 milhões e 55 milhões de sacas de 60 kg, fato inadmissível, conforme já rebatemos anteriormente com argumentos técnicos. Além disso, passou da hora de se dar crédito aos números oficiais do governo, uma vez que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e, agora, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dispõem de um contingente de aproximadamente 200 técnicos, os quais vão a campo para realizar os levantamentos de safra, e, também, da tecnologia via satélite, a qual propicia a coleta de números ainda mais confiáveis.

Esses especuladores nada mais fazem do que agir por interesse próprio - até porque não disponibilizam de material humano para realizar um levantamento técnico a respeito de nossas produções -, influenciando o mercado para tirarem proveito das oscilações que proporcionam ao jogar no vento números inconsistentes sobre nossa safra.

A alegação utilizada por eles para que a safra nacional seja tão grande é a ocorrência das boas e recentes chuvas sobre as principais zonas produtoras, fato que não é verdadeiro, uma vez que as recentes precipitações servem, no máximo, para evitar perdas, e não para elevar o volume a ser produzido em 2008.

É válido lembrar que o crescimento do ramo cafeeiro ocorre em função do ano anterior, e, em 2007, nossas lavouras enfrentaram um período de estiagem por quase dois meses. Portanto, não se deve crer que essas chuvas recentes venham influenciar positivamente o volume a ser colhido. Elas deixaram as lavouras muito belas, mas há falta de fruto nas rosetas, conforme nossos técnicos constataram em suas visitas diárias aos cafezais. Refletindo a perda natural de safra em função do clima adverso ocorrido no ano passado, onde deveriam existir de oito a 12 frutos, há cinco ou seis, além de alguns internódios contarem apenas com dois ou três frutos.

Apesar da ação pejorativa de muitos atores da cadeia do café no mundo, há os que possuem bom senso sobre a realidade do setor. O banco norte-americano Goldman Sachs, em documento divulgado ontem, disse acreditar que a oferta de café ficará apertada devido ao crescimento da demanda, dificultando o reabastecimento dos estoques a partir dos níveis baixos atuais. Assim, indiretamente, a instituição fez menção ao tamanho da safra nacional, a qual, se realmente fosse "extrapolante" como os especuladores mencionam, serviria para suprir a demanda, desafogando o aperto em relação à oferta.

Finalizando, menciono que o Conselho Nacional do Café e seus associados depositam sua confiança nos números do primeiro levantamento da safra 2008 realizado pelo governo federal, o qual apontou uma produção entre 41,288 milhões e 44,174 milhões de sacas de café.

GILSON XIMENES
PRESIDENTE

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MARIO JOSÉ MONNERAT VIANNA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO - TRADER

EM 01/04/2008

Aproveitando a carta do Samuel, pergunto quem são os especuladores? Os fundos de investimentos, ou os produtores que não aproveitaram a alta para venderem por um preço muito melhor do que tiveram o ano passado inteiro, na esperança (especulando) de que os preços subissem mais um pouquinho?

Não é uma lei que vai produzir um número realista ou forçar que se confie em um determinado número. É a consistência de um trabalho bem feito ano após ano. Tenho certeza que a CONAB e o IBGE se esforçam ao máximo para isso, e dou a eles a minha credibilidade.
RENATO H. FERNANDES

TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA - COMÉRCIO DE CAFÉ (B2B)

EM 01/04/2008

Concordo em número e grau com Samuel Henrique Fornari. Especuladores, muitas vezes, distorcem a expressão dos fundamentos de mercado. Mas o fazem, tanto para cima, como para baixo.

Ao invés de reclamar, cabe a nós produtores buscar caminhos para que tenhamos condições de jogar o jogo, que está aberto a todos e traz ótimas oportunidades, como a de ter casado um preço futuro para setembro, no auge da alta do mês passado, com um contrato futuro vendido de dólar, para o mesmo mês, negociado num desses dias de stress nos mercados financeiros internacionais.

Disseminar conhecimento é mais difícil do que reclamar sempre, e pode até resolver boa parte dos problemas. Quem sabe?

Por outro lado, não posso deixar de concordar que, enquanto posicionamento político, o documento do CNC está bem colocado.

Saudações,

Renato Fernandes
SAMUEL HENRIQUE FORNARI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 28/03/2008

Me desculpem, mas vou discordar dessa reclamação com os especuladores.

Eles exercem papel fundamental na regulação de mercado. Até 20 dias atrás quando os fundos estavam comprados em mais de 50 mil lotes, ninguém estava reclamando dos especuladores (hoje vale lembrar que eles ainda possuem 32 mil contratos na compra em NY). Já imaginaram o mercado sem eles?

Oito ou dez grandes grupos comerciais super organizados contra milhares de pequenos produtores? Seria um massacre em relação a preços! Senhores, volto a insistir, está na hora de sermos realistas.

Meu pai, produtor de café, já reclamava disso. Precisamos de credibilidade para aí sim pararmos com essa palhaçada de que a safra é x, y ou z! De nada adianta legislação para defendermos uma instituição cujos dados são totalmente incoerentes.

O primeiro passo para arrumar isso é assumir que os números são falhos, falhas essas como já coloquei, "grotescas". Defender isso com leis seria mais uma piada mundial. Lá nos EUA existe somente um único órgão mesmo, só que o levantamento deles é bem feito e eles utilizam a matemática simples para provar isso em relação a seus produtos (produção + estoque inicial - consumo interno - exportação = estoque final).

Até mesmo em relação aos nossos produtos, como é caso do café, se os senhores pegarem os levantamentos do USDA em relação a café, os números se mostram muitos mais coerentes. Volto a dizer, não defendo a safra de 54 milhões, acho ela um exagero. Mas, enquanto não entendermos isso e exigirmos providências do CNC, Conab, entre outros, vamos continuar nessa choradeira que escuto desde criança e que no final de contas quem paga o preço é o produtor.

Credibilidade senhores. Não adianta ficar jogando a sujeira para debaixo do tapete.
MARCELL GODOI CHIOVATO

ARAGUARI - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE CAFÉ

EM 27/03/2008

Como já havia comentado em outro artigo, publicado pelo CaféPoint, com dizeres do presidente da Conab que as chuvas de janeiro fariam com que aumentasse a produção de café: "são especuladores que não pensam nos produtores que ficam aqui na base da produção de café e dependendo das condições climáticas para terem boas colheitas". Mais uma vez afirmo que são pessoas que conhecem o café apenas na xícara do café da manhã e são os ditos profissionais de escritório.

Os atuais preços do café mal estão dando para pagar as dívidas e por isso os especuladores poderiam parar com toda esse jogo de palavras, principalmente, em ano de safra alta para que os produtores de café possam pelo menos honrar com suas dívidas e continuarem no setor de uma das principais commodities do Brasil.
SAMUEL HENRIQUE FORNARI

SÃO JOSÉ DO RIO PARDO - SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 27/03/2008

Já passou da hora de percebermos que o que precisamos é credibilidade em nossos dados. Eles alegam que nossa safra é maior do que falamos que é, não por causa de chuvas, mas sim, pelo fato de os números oficiais do Brasil não fecharem. É fácil, basta ver os estoques inicias + (produção - consumo interno)- exportações = estoque final.

Aplicando essa regra mais elementar da matemática, verificamos que os números da Conab não fecham e muitas vezes dão diferença equivalente à produção do segundo maior produtor de arábica do mundo (Colômbia). Longe de mim querer defender que a safra é de 54 milhões de sacas como se tem dito por aí, ainda mais sendo de família de produtores e um torcedor nato por bons preços, mas penso que o que nos falta é credibilidade e neste sentido o CNC teria um papel muito mais eficiente se cobrasse de nossos órgãos números mais coerentes e confiáveis, a começar pelo emprego da matemática mais simples tão desprezada pela Conab.

Peço ao CNC que lute não pelo tamanho da safra, mas para que nossos órgãos se aproximem da realidade, o que não se tem notado nos últimos anos, fato este, que enche de munição as Tradings e Especuladores contra a cafeicultura brasileira.

Atenciosamente,

Samuel Henrique Fornari
SILVIO MARCOS ALTRAO NISIZAKI

COROMANDEL - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE CAFÉ

EM 27/03/2008

Bom dia, completando a matéria do Sr. Gilson Ximenes, acredito que passou da hora de nosso governo e de nossos representantes na cafeicultura brasileira criarem normas ou leis como nos EUA, onde existe um único órgão do governo responsável pela previsão de safra, e qualquer especulação fora destes números é penalizado.

Proponho a criação de leis que protejam as nossas previsões feitas pela CONAB e IBGE, evitando que estes especuladores façam de nossas vidas um inferno. O trabalhador que deixa o seu sangue e suor na labuta diária não pode sofrer com a ganância destas pragas que dominam o mercado.

Temos remédios para todas as pragas que afetam naturalmente as lavouras de café, vamos criar um remédio para nos defender destas novas pragas conhecidas como especuladores.

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