Iniciou-se a colheita da nova safra de café no Brasil. De acordo com informação de diversos produtores, já publicadas aqui no CaféPoint, as lavouras estão com grande desuniformidade de maturação, o que exige maior atenção e cuidado com colheita e manejo pós-colheita.

O leitor do CaféPoint Erásio Junior, que produz café em um sítio de Alta Mogiana, enviou algumas fotos de sua lavoura que comprovam a desuniformidade de maturação comentada acima. Veja abaixo.











Ele afirma que essa desuniformidade é uma resposta de seis floradas, não havendo hipótese alguma para se fazer café com qualidade esse ano. "Nesta época do ano 80% dos grãos deveriam estar maduros, porém somente 20 a 30% estão. Do restante, 30% são verdoengos, 20% verdes, que não irão madurar a tempo, e outros 20% já estão secos. Os grãos secos devem cair até que os demais amadureçam, o que comprometerá a qualidade da bebida", completa ele.

Erásio acredita que o mercado terá uma grande surpresa, uma vez que não existe mão-de-obra para se fazer colheita seletiva, sendo necessário colher tudo junto.

De acordo com o leitor Antônio de Castilho, de Dois Córregos/SP, o ideal para tentar conseguir uma boa remuneração e qualidade, será baixar o custo e caprichar na colheita. "O produtor possui um tripé para melhorar sua rentabilidade: aumento de tecnologia (produtividade); gestão do negócio (custo); melhoria na colheita e secagem e por consequência melhoria na bebida (agregar valor)", comentou ele.

Muitos ainda não começaram a colheita, mas logo devem iniciá-la.

Diogo Dias Teixeira de Macedo, engenheiro agrônomo, produtor de café da Fazenda Recreio, apontou uma vantagem da fazenda, que é a boa distribuição de variedades, dividindo a maturação em várias épocas. "Iniciamos no Bourbon, passamos pelo Icatu, Mundo Novo e terminamos nos Catuaí. Isso ajuda bem a "tentar" colher maior parte de Cereja maduro, mas o clima influencia bem mais.

Welington Geraldo Rosa, produtor, classificador e degustador de café, de Campos Gerais/MG, disse que a colheita na região está em plena atividade e o que estamos observando é uma enorme desuniformidade nos grãos e peneiras muito baixas. "A qualidade de bebida tem proporcionado uma grande nuance de sabores muito desejáveis. Por isto, teremos duas pontas muito distintas, o que fará a diferença de mercado".

Como não existe uma receita de bolo, percebe-se que cada produtor busca uma saída para garantir a qualidade dos grãos colhidos e da bebida, e a rentabilidade de produção.

Que ferramentas tem utilizado para garantir a qualidade dos grãos, tanto na colheita como na pós-colheita?

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