O mercado internacional de café manteve preços fracos ao longo da semana passada, embora sem grandes quedas no balanço do período. Isso se refletiu nas cotações do grão também no Brasil, apesar da valorização do dólar. As preocupações com a economia americana, apesar do pacote de ajuda ao sistema financeiro aprovado do governo Obama, prejudicou as bolsas de valores dos Estados Unidos e pelo mundo, contribuiu para quedas do petróleo e outras commodities, e para a firmeza do dólar em relação a outras moedas.

O café acompanhou essas preocupações com a queda na demanda americana e global em meio à recessão e as perdas das commodities e no balanço da semana até esta sexta-feira teve desempenho negativo. Em alguns momentos, como na quinta-feira passada, o mercado esboçou recuperação. Sinais de que os mercados estão sobrevendidos e sujeitos a reações técnicas depois de recentes quedas levaram os preços das commodities para cima. No entanto, não houve fortes ganhos e assim no geral a semana continuou no vermelho.

Fundamentalmente, tem preocupado o mercado o atraso na colheita e retração na produção em países da América Central. El Salvador e Honduras são claros casos de produção até agora abaixo da registrada ano passado, com atrasos na colheita. Chuvas fora de época, ventos fortes e secas atrasaram a maturação dos grãos nestes países. A isso se adiciona a preocupação diante do fato de que o Brasil colherá uma safra bem menor este ano (diante do ciclo bienual) em um mercado com estoques já ajustados.

Na Bolsa de NY, que baliza as cotações internacionais, o contrato maio para o café arábica fechou na quinta-feira, 19, a 112,50 centavos de dólar por libra-peso, contra 114,45 cents da quinta-feira da semana anterior (12), o que representa uma queda de 1,7% no comparativo.

O mercado físico brasileiro de café também sofreu ajustes para baixo nos seus preços, acompanhando a Bolsa de Nova York para o arábica e também a Bolsa de Londres, para o robusta. A alta do dólar no período (subiu o comercial de R$ 2,288 para R$ 2,352), apenas evitou perdas mais significativas no país. No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa foi cotado a R$ 265,00/sc, contra R$ 268,00 da semana anterior (12/02), tendo assim, no comparativo, uma queda acumulada no período em torno de 1,1%.

As informações são da Safras & Mercado.