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Destaques da entrevista:
"A Federação é um braço político dos agricultores do estado Minas Gerais. Nós da comissão técnica do café, fazemos reuniões periódicas, trazemos demanda dos sindicados rurais para serem discutidas e demandadas pela comissão nacional de café em Brasília junto aos ministérios."
"Esse ano tem tido uma falta de café de qualidade, principalmente o cereja descascado. O indício disso já são os prêmios para Nova York. Neste ano os prêmios têm aumentado bem, mostrando que está tendo falta de oferta desses cafés mais finos."
CaféPoint: Países que entregam café em Nova York dizem que o café brasileiro é de qualidade inferior.
"Em relação a qualidade inferior, é mais um lobby dos outros países. O café brasileiro, falando especificamente de cereja descascado, não perde nada em qualidade para os outros países."
"O Brasil está produzindo entre 4 a 5 milhões sacas de cereja descascado de alta qualidade e o mundo está vendo isso com outros olhos. É natural que os outros países tenham esse receio dos cafés brasileiros, que já estão tomando lugar dentro do mercado, e que vai ser muito difícil tomarem de volta esse espaço."
"Essa é uma das razões que a bolsa de Nova York está repensando essa ideia de aceitar o cereja descascado brasileiro. Independe do aceite ou não o CD está sendo comercializado e é o preço de Nova York que baliza os preços desses cafés."
"O que eu mais vejo é que o pessoal tem um certo receio em relação aos diferencias para entrega. A conversa é que Nova York teria um diferencial de 9 a 10 cents abaixo e que tirando todos os custos de transporte, aqui no Brasil seria em torno de 24 cents abaixo. Só que temos que lembrar que esse prêmio é só para entrega física."
"Hoje, os prêmios para o cereja descascado brasileiro está em torno de 10 cents acima. Tendo ou não a entrega isso não muda, pois a entrega é a ultima opção de comercialização. Se os nosso prêmios aqui no Brasil tiverem abaixo que em Nova York, compensa a gente entregar lá. Como está sendo negociado acima, ninguém vai entregar lá."
"Isso vai se tornar uma espécie de piso. Não vai atrapalhar as nossas negociações. Se o prêmio no físico for mais vantajoso continua negociando no físico."
"Eu não vejo que [a abertura da bolsa de NY para entrega de cafés brasileiros] atrapalhe, que vá puxar para baixo os preços do café brasileiro. Vai funcionar como um piso em caso de baixa."
"Uma coisa que tem que lembrar o pessoal também é que a entrega física é menos de 1% dos contratos, pouca gente faz entrega física, e os estoques de Nova York estão caindo de 10 a 15 mil sacas por dia."
"Todo e qualquer café arábica comercializado no mundo tem como base a bolsa de Nova York. Não importa se é café brasileiro, cereja descascado, natural, ele utiliza Nova York como base. O que é negociado são os prêmios em relação aquela qualidade ou local onde está."
"O preço que chega aqui de R$ 300,00 é o preço de Nova York mais o prêmio."
"Em nossa próxima reunião vamos discutir desde Pis/Cofins para cadeia do café como também a explanação da proposta da criação do novo contrato de café de seca natural."