ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Autoridades discutem qualidade e marketing do café

POR JULIO

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 10/11/2009

4 MIN DE LEITURA

0
0
Na primeira rodada de palestras da Ficafé, o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, aceitou o desafio de Luis Leite, da Acenpp, de abrir participação de pequenos produtores nos concursos de qualidade da Abic, prometendo que eles poderão participar do concurso de qualidade com 5 sacas de café a partir do próximo ano.

Em palestra na Ficafé, Nathan falou sobre o milagre da qualidade, que aumenta o consumo de café e permite ajuste no preço do produto. Entretanto, Nathan admitiu que o agronegócio café no Brasil vive um paradoxo: "produzimos mais, com maior qualidade, temos o consumo interno que mais cresce no mundo. Por outro lado, o preço pago pelo café a produtores e indústrias não melhorou, está estagnado há no mínimo 4 ou 5 anos", desabafou.

De acordo com o diretor-executivo da Abic, uma alternativa para inverter esta situação seria aumentar o consumo de café e melhorar sua qualidade, agregando valor. "É exatamente isso que a Abic vem priorizando. Todas as ações contra cafés de má qualidade do Ministério Público e Vigilância Sanitária são motivadas por denúncias da Abic", disse.

Nathan pediu uma salva de palmas para o café, que venceu a crise. Segundo ele, o consumo no Brasil segue aumentando em ritmo satisfatório e quase 60% das sacas de café que a indústria compra estão dentro do programa de qualidade da Abic, uma adesão voluntária das empresas. "A agregação de valor em cafés envolve três etapas: qualidade, diferenciação e inovação. Há 10 anos não havia oferta de café de qualidade no mercado. Com o Programa de Qualidade da Abic, hoje 50% dos cafés do programa são considerado "tradicional", 25% "superior" e 25% "gourmet", concluiu.

Oportunidades

De acordo com Carlos Brando, consultor da P&A Marketing, a crise está trazendo oportunidades interessantes para a cafeicultura, mas por outro lado, uma pressão negativa. Explica: o poder de varejo continua crescendo, absorvendo uma parte maior do mercado, o que força todo mundo a baixar o preço do café. Por outro lado, o consumo de café está aumentando. "Quem irá suprir a nova demanda? Arábica ou conilon?", indaga.

"Há três polos dinâmicos hoje no mundo, que podem aumentar oferta de café: o Brasil, com o conilon; o Vietnã, com robusta; e a Colômbia, com arábica. A expansão do conilon no Brasil se dará nas atuais regiões produtoras, Espírito Santo e Rondônia, Leste de Minas, Oeste de São Paulo e até mesmo no Vale do São Francisco, na Bahia", apresentou.

"O Vietnã produz 20 milhões de sacas, mas pode chegar a 25 ou até 30 milhões, pois tem custo baixo de produção e apoio governamental muito grande. A Colômbia teve quebra de produção este ano por problemas climáticos, falta de fertilizantes e consequências do programa de renovação das lavouras, mas pode aumentar sua oferta. E a produção de arábica no Brasil? Será preciso uma reengenharia da produção, pois o desafio neste caso é mais gerencial que tecnológico", afirma.

"O arábica pode crescer no Peru, que mais que dobrou a produção de café nos últimos dez anos, e na Índia, cujos cafés podem substituir os brasileiros. A política cafeeira no Brasil está voltada para o passado, é preciso mudar. A América Central promove sua origem, aproveita as certificações. O Brasil oferece o maior volume de cafés certificados e sustentáveis 4C e Utz Certified do mundo, mas não faz marketing suficiente", admite. "Os cafés diferenciais refletem qualidade, disponibilidade no mercado e marketing. Há 14 regiões produtoras de café no Brasil, mas será que o mundo sabe disso? Será que o brasileiro sabe disso?"

Segundo Carlos Brando, a marca "Café do Cerrado", que tem o único selo de origem de café do Brasil, envolve 55 municípios, 155 mil ha de lavouras e 3500 cafeicultores. Em contraste, o Norte Pioneiro envolve 45 municípios e 7500 pequenos cafeicultores, numa área bem menor, o que também abre oportunidade para a região de explorar as vantagens do selo FairTrade ou Comércio Justo.

Para Paulo Henrique M. Vicente Leme, também da P&A Marketing, são inimigos do produtor brasileiro o alto custo de produção, tanto de insumos como mão-de-obra, com tendência de aumentar cada vez mais, principalmente nas regiões montanhosas, e para o médio produtor; e o uso irracional de insumos, principalmente da água, o bem mais precioso que existe. "A irrigação corta o efeito cumulativo da seca, promove saltos de produtividade, além de permitir a fertirrigação", contempla.

Paulo insiste no gerenciamento da propriedade, viável com organização, planejamento e controle financeiro. "Para inovar é preciso mudar. A tecnologia já existe, está aí. O gerenciamento é igual a menor custo, maior produtividade e maior lucratividade", conclui.


Nathan Herszkowicz recebe os cumprimentos de Luis Fernando Andrade Leite, presidente da Acenpp, por sua palestra sobre qualidade de cafés


O consultor Carlos Brando fala para plateia atenta de produtores rurais

Leia também:

PR: Ficafé revela potencial dos cafés do Norte Pioneiro

Stephanes: estoques de café devem voltar aos países produtores

Equipe CaféPoint

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe CaféPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do CaféPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

CaféPoint Logo MilkPoint Ventures