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Alysson Paulinelli: cafeicultor continuará apanhando

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 25/03/2010

4 MIN DE LEITURA

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O ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, esteve na abertura da 15ª Feira de Irrigação em Café do Cerrado, a Fenicafé 2010, em Araguari, no Triangulo Mineiro, nesta quarta-feira (24).

Para Alysson Paulinelli, o maior desafio do agronegócio refere-se à organização. "O Brasil não tem política pública nem de produção e muito menos de comercialização", afirma o ex-ministro da Agricultura.

Segundo Paulinelli, o café está a praticamente sete anos em crise. "Trata-se de uma cultura híbrida. Se há excesso de oferta, o preço cai e se há escassez do produto o preço tende a subir. Nossa grande preocupação é que o setor permanece há sete anos em um aperto sem precedentes. O produtor está descapitalizado e os tradicionais produtores estão deixando a atividade", afirma, dizendo que o café hoje, não é aquele que gerou a grande economia brasileira no século anterior. "Foi ele quem fez a industria do país, mas foi cedendo espaço", adianta. "O Brasil que chegou a ter 60% do mercado internacional, hoje tem menos de 20%. Nos fomos perdendo porque não soubemos organizar.

Os produtores estão em dificuldade, endividados, por pegarem emprestado um dinheiro que era deles mesmos, que são os recursos do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Brasileira)", informa.

Paulinelli disse que a situação do setor é muito ruim, não só sob o ponto de vista econômico porque o cafe ainda é um importante produto na nossa pauta de exportação, mas principalmente sob o ponto de vista social, pois é uma cultura que gera grande quantidade de emprego no Brasil. "Estamos sentindo que a agricultura vem sofrendo. Em 1972, eu plantei o primeiro pé de café aqui no cerrado. Essa cafeicultura irrigada do cerrado mineiro tem suportado essa crise razoavelmente, mas a grande cafeicultura brasileira está sofrendo muito. O movimento cíclico que girava em torno de quatro a cinco anos já ultrapassou a série e o agricultor continua sofrendo penosamente e isso tem que mudar. Para isso recomendo a organização."

Em entrevista, o ex-ministro da agricultura, Alysson Paulinelli, representante do setor produtivo no Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro), comenta os principais desafios da inovação do agronegócio brasileiro.

O senhor acha que o setor produtivo e, particularmente, o pequeno e médio produtor já incorporaram a mentalidade de que é preciso dialogar com a academia e absorver mais tecnologias ou ainda há uma certa resistência cultural a esse contato com a inovação?

Alysson Paulinelli -Os que estão realmente disputando tecnologia, que já têm tradição, buscam um processo. Agora os outros não. Os outros têm que ser alvo de um processo de transferência de tecnologia, de motivação, educando-os para poderem ter essa participação. Isso não separa o pequeno, o médio e o grande. Você tem pequenos que estão hoje ávidos de encontrar tecnologia, outros já não têm esse costume, mas fazem por indução e por outros processos. Acho que a Ripa vai motivá-los.

O senhor foi Ministro da Agricultura. Como avalia as políticas públicas atuais para o setor?

Alysson Paulinelli - O governo, infelizmente, tem menos recursos, mas a agricultura soube suportar esse desafio e está conseguindo crescer. Se não há mais o crédito que tinha, eles estão fazendo as vendas antecipadas; se não tem a defesa na comercialização, eles estão participando de bolsas. E aparecem também as empresas de comercialização, fazendo aí um grande esforço no sentido de substituir algumas ações governamentais. O que eu estou achando que está demorando, e parece que agora sai, é o elo, é o seguro rural. Isso é fundamental. Eu estou trabalhando num projeto neste assunto, mas eu tenho a certeza que vai entrar em prática, bem mais cedo do que se espera, através da iniciativa privada, independente do governo.

E sobre a redução do orçamento da Embrapa? Não está faltando um pouco mais de atenção nesse sentido?

Alysson Paulinelli - Está faltando muita atenção. Ela vem perdendo substancialmente o seu poder de fogo. Se você considerar o final da década de setenta, comparado com hoje, a Embrapa tem quase a metade de recursos em valor real e hoje ela é muito maior do que naquela época. Então ela está sentindo isso agora. Todos nós sabemos que falta de recursos é como cobertor curto. Nós temos que aprender a conviver com isso, não vamos esperar só recursos governamentais. Um setor como o agronegócio, que gera quarenta bilhões de dólares de exportação, não é possível que não se disponha a fazer um desafio ao governo.

O senhor acredita que o modelo seria a realização de parcerias para transferência de tecnologia da Embrapa para iniciativa privada?

Alysson Paulinelli - Para isso precisa ter projetos objetivos. O setor público não compra o que ele não sabe como recebe, o que vale efetivamente. Ele quer saber quanto custou e quanto rendeu. Eu acho que se nós entrarmos com esse sistema no ar ofertando soluções, o empresário vai ter muito mais facilidade de encontrar as suas respostas.

O senhor poderia identificar quais seriam os principais gargalos do agronegócio brasileiro?

Alysson Paulinelli -Nós ainda temos muitos gargalos. Eu considero o primeiro a organização do produtor. Tudo precisa ser organizado. É a tentativa, o esforço que nós estamos fazendo para essa aproximação. Eles vão verificar que se eles estiverem organizados vai funcionar muito melhor. Organização do produtor, da cooperativa, do sindicato, da associação de classe. Os países fortes no setor do agronegócio são os que têm o sistema organizado.

A feira segue até sexta-feira (26), no Pica-Pau Country Clube, em Araguari/MG.

As informações são da Fenicafé, resumidas e adaptadas pela Equipe CaféPoint.

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JOSÉ ADAUTO DE ALMEIDA

MARUMBI - PARANÁ - PROVA/ESPECIALISTA EM QUALIDADE DE CAFÉ

EM 26/03/2010

O Dr. Alysson Paulinelli colocou, com toda propriedade que tem, a realidade da cafeicultura brasileira.
Parabéns ao melhor Ministro da Agricultura que o Brasil já teve!

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