Só na região de Ribeirão Preto (SP), a quebra da safra deve chegar a 59,5%, segundo previsão do IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. A região responde por um terço da produção paulista.
Já a previsão da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), considerada a maior do país, é de 35% de quebra.
"Vai faltar café para comercialização. A variação do preço ficará muito mais atrelada aos resultados da produção internacional do que à lei de oferta e procura no Brasil", disse o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa.
Na propriedade do cafeicultor Guilherme Salomão Vicentini, 30, a previsão da quebra é de 40%.
A Cocapec (Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas da Alta Mogiana), em Franca, também registrou recorde histórico em 2010 ao obter 1,15 milhão de sacas de café. Agora, a previsão é de volta aos patamares de safras anteriores, de 900 mil sacas.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima uma queda mais modesta em todo o país -12,9%, de 48,09 milhões de sacas para 41,89 milhões-, que o mercado considerou tímida.
Já o pesquisador do IEA Celso Vegro afirmou que "o regime de oferta e procura deve regular um novo piso para o consumo, que tratará de ajustar-se às limitações da oferta. "Será um período propício para manutenção dos preços elevados", disse.
Nos últimos 12 meses, o preço da saca de café arábica saltou de R$ 276,59 para R$ 418,03 -alta de 51,14%-, segundo indicador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP.
A reportagem é de Venceslau Borlina Filho, para o jornal Folha de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe CaféPoint.