A presidenta Dilma Rousseff destacou nesta quarta-feira (23) a importância de se buscar um consenso em torno do novo Código Florestal. Em seminário em Brasília, que comemorou os 60 anos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Dilma disse que a maturidade permitirá ao País “aprimorar nossa política agrícola e nos orientar na busca e na construção de um consenso em torno do novo Código Florestal”.
Sem entrar em nenhum detalhe sobre o projeto de lei, Dilma defendeu que é possível conciliar a preservação ambiental e a produção rural. “O Brasil não precisa e não pode contrapor seu papel de potência agrícola à preservação das nossas riquezas naturais e da nossa biodiversidade”, disse ela.
A questão ambiental pode ter um caráter geopolítico importante, que não pode ser ignorado, segundo Dilma. “Talvez sejamos o único país do mundo que tem condições de ser potência agrícola e energética sem deixar de ser potência de biodiversidade e preservação do meio ambiente.”
A fala da presidente fez coro à tese que o relator do projeto de lei do novo Código na Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo – atual ministro dos Esportes – defendeu durante toda a tramitação do projeto no Congresso. No mesmo evento da CNA, Rebelo recebeu a homenagem de personalidade política do ano.
Em seu discurso no evento, Rebelo ressaltou a forte presença de interesses dos países concorrentes do Brasil no mercado agrícola mundial nos debates sobre a reforma do Código Florestal. “Respeito a proteção dos europeus e americanos às suas agriculturas, mas como legislador brasileiro, não posso legislar em favor de interesses europeus ou americanos”, afirmou o ministro.